A Microsoft se comprometeu a levar jogos da série Call of Duty para os consoles da Nintendo após confirmada a fusão. A notícia foi divulgada na noite da última terça por Phill Spencer, chefe da divisão Xbox, no Twitter. 

“A Microsoft assumiu um compromisso de 10 anos para trazer Call of Duty para a Nintendo  após a fusão da Microsoft e da Activision Blizzard King. A Microsoft está empenhada em ajudar a trazer mais jogos para mais pessoas – independentemente de como elas escolherem jogar”, diz a mensagem. Spencer diz também que vai continuar a lançar o game Steam simultaneamente ao Xbox.

A notícia acontece em meio ao processo de compra da Activision Blizzard pela Microsoft, revelado em janeiro deste ano por US$ 69 bilhões, questionada pela Sony e Google no Federal Trade Commission (FTC), nos EUA e no Competition and Markets Authority (CMA) do Reino Unido e em outros órgãos reguladores internacionais.

Caso a fusão seja aprovada, seria o retorno da série aos consoles da Nintendo que não recebem um jogo da franquia desde 2013 sendo Call of Duty: Ghosts o último a ser lançado ainda no Wii U.

A mensagem de Phill Spencer também aponta que a Microsoft vai continuar o trabalho de lançar a série no Steam, algo que voltou a acontecer neste ano após ficar 5 anos antes da plataforma da Valve.

Último Call of Duty a chegar em um console da Nintendo foi Ghosts, em 2013

Esse é um sinal que Spencer tenta dar aos fãs e às agências reguladoras que a fusão não vai afetar a competição no mercado de games.

Entenda o caso

Em janeiro a Microsoft anunciou a intenção de compra da Activision Blizzard por US$ 69 bilhões, a maior da indústria dos games. Uma fusão como essa precisa passar por aprovações em órgãos reguladores de diversos países, como o CADE no Brasil, o CMA do Reino Unido e o FTC nos EUA.

Call of Duty é o principal entrave da venda da Activision para a Microsoft / Foto: Divulgação

Inicialmente a Sony declarou ao Wall Street Journal que esperava que a Microsoft seguisse os contratos firmados. Porém a Sony mudou o discurso quando o CADE, órgão regulador brasileiro, revelou os bastidores do processo e mostrou que a japonesa foi a única empresa que se opôs à compra, dizendo que Call of Duty, que está no portfólio da Activision, é “um jogo essencial" para seus negócios por não existir um concorrente à sua altura.

O processo brasileiro acabou revelando que o PlayStation 4 vendeu o dobro que Xbox One e que o Game Pass, que em 2021 gerou US$ 2.9 bilhões aos cofres da Microsoft. Apesar da oposição da Sony, o CADE aprovou a fusão da empresa

O CMA, órgão regulador do Reino Unido, também está preocupado com a aquisição e ainda não divulgou sua decisão.

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Em sua defesa, a Microsoft disse por diversas vezes que não vai barrar a chegada dos jogos da série no PlayStation e que o objetivo da aquisição é aumentar seu catálogo de jogos e presença no mercado mobile

Recentemente foi revelado que a Microsoft e a Sony trabalham em uma acordo para impedir a chegada de Call of Duty no Game Pass por "um número de anos". 

No processo que corre nos EUA, a Microsoft enfrenta uma forte barreira, tendo em vista que o FTC atualmente é presidido por Lina Khan, uma forte opositora de grandes fusões no mercado de tecnologia.

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Por enquanto a compra ainda não foi finalizada e a Activision Blizzard segue independente. A empresa acabou de relançar Call of Duty: Mordern Warfare 2, que arrecadou US$ 1 bilhão em vendas em seus 10 primeiros dias e o sucesso de Warzone 2.0 que já registra mais de 25 milhões de jogadores.


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