A violência do primeiro Mortal Kombat, de 1992, chocou o mundo dos jogos, como bem sabemos. Inclusive, quando as versões caseiras do jogo que nos apresentou Scorpion e Sub-Zero foram lançadas, muitos fãs perceberam algo um tanto frustrante: censura.

Tanto no Mega Drive quanto no Super Nintendo, os dois consoles mais populares do início dos anos 1990, fatalities e sangue haviam sido diminuídos ou cortados completamente. No caso do Mega Drive, entretanto, era possível ativar toda a violência prazerosa das máquinas de fliperama por meio de um código.

Tela de código do primeiro Mortal Kombat.

Logo na primeira tela do Mortal Kombat original (posterior aos logos das empresas), lá no Mega Drive, jogadores eram colocados diante de uma mensagem enigmática. O texto falava sobre a importância do conceito de "código" para a estruturação da humanidade.

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De maneira não tão sutil, o jogo estava convidando o jogador a pensar: "Por que essa mensagem está aí? Seria só um papo rápido de filosofia?" Evidentemente, como muitos descobririam posteriormente, não era só um texto aleatório para dar um ar de intelectualidade ao jogo. Era uma mensagem para que jogadores tentassem inserir um código que liberaria algo.

Código realizado com sucesso.

Esse "algo", no caso, era toda a violência presente nas máquinas. Para jogar o primeiro Mortal Kombat com fatalities e sangue normalmente no Mega Drive, era necessário que jogadores apertassem, exatamente na sequência a seguir, os botões "ABACABB"na tela que fala sobre os códigos da humanidade.

Com o código devidamente apertado no controle, o texto na tela fica vermelho e uma mensagem aparece na última linha: "entrando no Kombate agora." Esse era o sinal de que, sim, o código estava funcionando e, portanto, jogadores poderiam executar fatalities livremente.

Na eterna disputa entre Super Nintendo e Mega Drive, esse código se mostrou importante para o sucesso da versão presente no console da SEGA. Tanto que, posteriormente, a Nintendo se abriria, aos poucos, às finalizações extremamente violentas de Mortal Kombat — e, de forma geral, aos jogos menos "família".