Quando a Capcom revelou Exoprimal, muita gente ficou inicialmente desapontada, já que os primeiros teasers fizeram os gamers pensarem se tratar de um novo Dino Crisis. O novo jogo acabou fazendo relativo sucesso, mas os fãs da publisher japonesa ainda anseiam pelo retorno do título onde você enfrenta dinossauros com armas aos moldes dos antigos Resident Evil.

Essas pessoas, no entanto, não encontrarão eco na voz de Shinji Mikami, que foi um dos produtores do Dino Crisis original e criador da franquia Resident Evil, ironicamente. Segundo ele, a Capcom não precisa de uma nova entrada na antiga série, e o motivo para isso é um só: Monster Hunter é um projeto de extremo sucesso.

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Imagem mostra arte da caixa do jogo Dino Crisis
Capcom/Divulgação

Explicando: em entrevista ao Eurogamer, Mikami contemplou um possível retorno de Dino Crisis, e embora não seja contrário à ideia, ele disse que ela não é bem uma necessidade pois, em sua visão, tudo o que seria possível fazer com armas de fogo versus dinossauros, você já consegue fazer em Monster Hunter:

"As coisas espetaculares que você pode fazer com dinossauros, isso tudo meio que já foi bem explorado em Monster Hunter nesses últimos anos. Então mesmo que eu topasse fazer um remake ou uma nova versão de Dino Crisis, eu não acho que haveria muito espaço para um jogo desse tipo agora, já que Monster Hunter se tornou tão grande. Mas sim, é bastante surpreendente.”

Mikami, que hoje não é mais parte do quadro de funcionários da Capcom, havia sido questionado sobre sua opinião em relação ao público constantemente pedir pelo retorno de Dino Crisis: neste jogo lançado em julho de 1999, você assume o papel de Regina, membro de uma equipe militar secreta que foi incumbida de investigar a fictícia Ilha Ibis, onde um cientista dado como morto, de alguma forma, conseguiu trazer de volta os dinossauros de milhões de anos atrás.

Dino Crisis, ao contrário de Resident Evil, não usou ambientes pré-renderizados em seu design, preferindo uma abordagem onde os cenários eram construídos em tempo real à medida em que o jogador progredia pelas telas. A inteligência artificial empregada nos dinossauros inimigos, inclusive, fez com que eles fossem mais rápidos, mais adaptativos e mais ferozes que os zumbis da outra franquia, o que criou a expressão “horror de pânico” que a Capcom viria a usar por todo o seu marketing.

De imediato, o título foi um sucesso, com 300 mil unidades vendidas na primeira semana apenas no Japão. Com isso, Dino Crisis acabou adquirindo duas sequências, além de uma revista em quadrinhos que amarra todas essas histórias. Rapidamente, a marca tornou-se um clássico cult entre os fãs mais velhos da Capcom.

Mikami, no entanto, parece ter pensamentos em outras direções: após sair da Capcom, o diretor fundou o estúdio Tango Gameworks (que a Krafton comprou recentemente para salvá-lo do fechamento definitivo) e, após deixar este estúdio em 2023, ele fundou o Kamuy, que, até onde se sabe, não tem nenhum projeto divulgado sob sua bandeira.