Uau. Né? Adaptações de Resident Evil costumam ser bastante questionáveis, mas a série live-action da Netflix é algo único. Poucos produtos inspirados nos jogos da Capcom conseguem ser tão aleatórios quanto esse seriado. É verdade que não assisti a todos os capítulos ainda, mas nada vai mudar esse sentimento.

Grave Digger na série.

Por quê?

Reprodução: Netflix.

A pergunta mais importante de todas é: por que chamar de Resident Evil? Por que não criar alguma outra marca que possa se tornar referência no conceito de mundo pós-apocalíptico cheio de zumbis? E, como você deve imaginar, a resposta é: mesmo que nem fosse uma adaptação de RE, o conteúdo é fraco.

Incrivelmente, a série começa relativamente bem. O drama familiar mesclado com o suspense envolvendo as pesquisas da Umbrella, lideradas por Albert Wesker, até tinha potencial. Contudo, as cenas de ação, que são o aspecto mais fraco da experiência, acabam tomando uma proporção descabida da extensa duração dos episódios.

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É triste que o seriado tenha escolhido seguir por esse caminho. O clima bizarramente pacífico do lugar para onde os Wesker se mudam logo no primeiro episódio poderia ser muito mais bem aproveitado. As constantes interrupções para mostrar o futuro quebram completamente a quase bem sucedida construção de uma tensão real no espectador no primeiro episódio. E, depois... Só piora.

Família Wesker chega a um condomínio.

O clima de Corra! era só um bait mesmo.

Reprodução: Netflix.

Os personagens principais — Albert Wesker (Lance Reddick), Jade Wesker (Ella Balinska) e Billie Wesker (Siena Agudong) — passam longe de ser o problema. Na verdade, os poucos momentos em que me percebi entretido pelo que estava acontecendo os envolvia... Mas eram somente as cenas do passado.

Já estamos em 2022. Qualquer pessoa, por menos exigente que seja, consegue perceber quão toscos os efeitos especiais de quase todas as séries em todos os serviçoes de streaming são. Em uma produção de orçamento obviamente limitado, como Resident Evil: A Série, isso se torna ainda mais gritante.

Não faltam zumbis dos quais podemos dar risada, sequências de ação absolutamente sem sentido, criaturas em 3D cujas texturas fogem completamente do resto do cenário. É um caos. Só se salvam mesmo as performances dos atores principais, que entregam até mais do que precisavam.

Pode ser que, em algum momento do futuro, uma boa adaptação de Resident Evil seja lançada. Desta vez, entretanto, não passou nem perto. Resident Evil: A Série até propõe algo interessante, a princípio. No entanto, os elogios não podem ir muito além da premissa.