Resident Evil: O jump scare que entrou para a história

Em dado momento do Resident Evil original, jogadores entram numa sala com algumas opções de munição. A princípio, o ambiente parece bem seguro. No canto, à esquerda da porta pela qual adentramos o aposento, existe uma pequena escrivaninha com um livro 3D em cima, daqueles que você sabe que são interativos. Ah, Capcom. Que ideia excelente.

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No caminho até o tal livro, jogadores passam por cada canto do quarto em busca de possíveis itens úteis para a jornada. Depois de encontrar as munições já citadas, é inevitável se dirigir até o Diário do Guarda, que é a isca perfeita para um dos momentos mais icônicos do primeiro jogo.

Antes que Jill ou Chris possam ler esse arquivo, como aconteceria em outras situações similares, um zumbi pula de dentro do guarda-roupa atrás do protagonista e anda na direção do jogador, que tem pouco espaço para sair daquele lugar sem tomar dano.

Desespero é a palavra que define esse momento. Mesmo que você já tenha jogado Resident Evil algumas vezes e se lembre razoavelmente bem dos trechos menos importantes do jogo, a cena do zumbi em questão pode fazer qualquer jogador soltar um gritinho de leve.

Concluído o combate com o zumbi, podemos ir tranquilamente até o lugar de onde a criatura saiu para pegar mais munição e também conseguimos ler o arquivo que ativou a cena do jump scare. Esse arquivo nada mais é do que o texto que termina com as palavras "Itchy" e "Tasty".

Se você não sabia disso ainda, saberá agora: o eu lírico do diário é o próprio zumbi que ataca o jogador, o que torna esse zumbi o único monstro cujo passado humano nos é precisamente detalhado antes da aparição dele.

É por essa e outras razões que o primeiro Resident Evil conquistou tantos jogadores. A atenção aos detalhes, a criação de um universo misterioso, a atmosfera de suspense e terror. Tudo no game transborda carinho por parte dos desenvolvedores. E, mais de uma década depois, ainda podemos sentir esse cuidado na forma de um jogo brilhante.