Nintendo quer manter “avanço contínuo” no Brasil, diz diretor

Em meio ao pavilhão que reúne centenas de desenvolvedores nacionais anualmente, van Zyll abordou a importância da produção indie para a Nintendo. 

“Para nós na Nintendo, os criadores indie são muito importantes”, comentou o diretor. “Você deve saber que temos um time dedicado ao relacionamento com os criadores indie. Eles participam de algumas atividades remotamente, e algumas delas acontecem aqui no BIG. Esse time [de relacionamento com parceiros e desenvolvedores] tem trabalhado de forma consistente há anos”.

Bill exemplifica o relacionamento com desenvolvedores brasileiros com uma lista de títulos disponíveis no Switch: Horizon Chase 2 (Aquiris), Cobra Kai: The Karate Kid Saga Continues (Flux Game Studio), Kukoos: Lost Pets (Petit Fabrik) e Dandara (Long Hat House).

“Esses são apenas alguns exemplos”, destaca o executivo. “Estamos sempre procurando por novas oportunidades. Queremos tornar o máximo de conteúdo possível disponível para nossos consumidores, e os indies são uma parte importante disso”.

Perguntado sobre o futuro da presença da Nintendo no país – que, em retrospectiva, já foi consideravelmente maior –, Bill disse que o plano da empresa é manter o “avanço contínuo”. 

“Queremos garantir que estamos fazendo um avanço contínuo, e estamos aqui no Brasil para o longo prazo”, afirmou. “É um mercado diferente e único – dá até para dizer ‘complexo’, em alguns casos. Por isso, tentamos ser cuidadosos ao introduzir nossos diferentes hardwares do Nintendo Switch”.

A adição mais recente ao catálogo de hardware disponível no país é o Switch OLED temático de Zelda Tears of the Kingdom, que chegou às varejistas brasileiras pouco após o lançamento do game. 

Bill também destaca a lista de jogos em mídia física lançados no país, que se soma a outros oito títulos anunciados no BIG e que chegam em breve aos estoques: Luigi’s Mansion 3, New Super Mario Bros. U Deluxe, Kirby and the Forgotten Land, The Legend of Zelda: Link’s Awakening, Metroid Dread, Xenoblade Chronicles 3, The Legend of Zelda: Skyward Sword e Donkey Kong Country: Tropical Freeze.

“Temos 12 jogos disponíveis [em mídia física] no Brasil e em breve haverá mais oito. [...] Sendo assim, nosso objetivo aqui é continuar a oferecer mais conteúdo e mais serviços para o Brasil. No fim, nossa meta é chegar [essa distribuição] o mais próximo possível do lançamento global. Essas são coisas que estamos trabalhando para atingir.”

Logo após o Nintendo Direct de junho, foi confirmado que o próximo jogo a chegar em português do Brasil é Super Mario Bros. Wonder – o que marca o primeiro game 2D de Mario disponível na língua nacional. 

Para o futuro, Bill garante que os fãs podem esperar pela localização de mais lançamentos expressivos da publisher. 

“Estamos muito animados com Super Mario Brothers Wonder no momento. Este será um grande jogo para nós, assim como o Pikmin [4]. Esta é outra área em que o nosso objetivo a longo prazo é continuar a expandir o portfólio, nossa biblioteca de games”. 

Em relação à operação montada para a localização para o Brasil, o executivo explica que o momento é de “expandir nossas capacidades nesta experiência”

“Como você deve saber, a Nintendo se orgulha do perfeccionismo de seu trabalho. Queremos proporcionar uma experiência incrível. Sendo assim, nosso intuito é garantir que a tradução e localização é sejam feitas da forma certa para que transmita o humor, os significados, a emoção daquele determinado jogo”. 

De fato, jogos como Kirby’s Return to Dream Land Deluxe chegaram com traduções bastante próximas da identidade nacional. Um exemplo bastante divertido é a localização do mundo “Nutty Noon” para “Geosfera Goiabada”. 

“As pessoas podem pensar que não é tão difícil assim traduzir jogos, mas isso demanda muito trabalho. Então, sim, estamos reforçando nossas capacidades e os jogadores podem esperar mais e mais jogos sendo localizados [para o Brasil]”.

Outro tema de ampla visibilidade no mercado – e pauta recorrente das mesas redondas do BIG – é a acessibilidade em jogos. Em relação à Nintendo, os esforços nesta área são pouco expressivos, ainda mais quando comparados com o trabalho feito pelas concorrentes. 

Microsoft e, mais recentemente, a Sony têm se empenhado para contemplar o maior número de jogadores possível com controles adaptáveis e recursos vastos de acessibilidade em jogos AAA como Forza Horizon 5, The Last of Us Parte I e II, God of War Ragnarök. 

Questionado sobre como a Nintendo enxerga acessibilidade, Bill respondeu que “de fato, esta é uma área de desenvolvimento que estamos abordando”.

“Temos ciência da importância disso. [A acessibilidade] está no processo de planejamento dos nossos jogos”, afirmou o diretor. “Nos afastando um pouco do que fazemos para os nossos jogos, você deve se lembrar que, na BGS [2022], tivemos uma área específica disponível para pessoas com deficiência, seja motora ou auditiva”

“Então, sim, definitivamente é algo que estamos cientes. Tivemos, novamente, diversas interatividades e uma área dedicadas para isso. Sendo assim, como companhia, isso com certeza é algo que está no topo da lista.”

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