Recentemente, Kirby completou 30 anos de existência. Ao longo de toda essa trajetória, que contabilizou dezenas de jogos, as aventuras do herói rosado historicamente não contemplaram os jogadores brasileiros. 

Mesmo destinada ao público infantil, a série da HAL Laboratory chegou, título a título, em inglês às mãos das crianças do Brasil. 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Sendo assim, mesmo que esteja longe de representar o verdadeiro potencial da franquia principal, Kirby’s Return to Dream Land ganha uma nova camada de doçura e encanto com sua divertida localização para o português.

Assim como o jogo original de Wii, Deluxe demora para ganhar tração, se tornando realmente interessante apenas no final da campanha. 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Os gráficos remasterizados e novos poderes não são suficientes para adicionar frescor à experiência – e o modo que consegue isso, o Epílogo de Magolor, é desbloqueado tarde demais. 

Ainda sim, Return to Dream Land Deluxe consegue entregar diversão e sorrisos, principalmente na companhia de crianças. 

Uma aventura para curtir com seus irmãos mais novos

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Caso não tenha jogado o jogo original e queira conhecer os moldes mais tradicionais de Kirby antes do salto espetacular para o 3D de Forgotten Land, vale a pena investir em Return to Dream Land Deluxe. 

Porém, tenha em mente que a campanha, ainda mais no modo single-player, não se sustenta sozinha. 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

A jornada de Kirby para auxiliar o estranho viajante Magolor é, em maioria, um passeio tranquilo demais. Oferecendo quase nenhum desafio, a primeira metade do game é bastante desinteressante.

As fases começam a demandar certa habilidade e desenvoltura do jogador a partir de Alpes Açúcar, o quarto mundo do Planeta Popstar. Porém, é apenas na quinta área, Geosfera Goiabada (quão incrível é esse nome?), que o gameplay realmente ganha tração. 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Historicamente, a trama nunca chegou a ser um dos pontos altos de Kirby. Porém, Return to Dream Land pode pegar o jogador de surpresa, caso não tenha levado spoiler dos acontecimentos. 

É possível jogar a campanha acompanhado de até três amigos – mas, tristemente, o modo cooperativo se resume a preencher a tela com personagens. 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Seus amigos não fazem qualquer contribuição relevante para o avanço das fases além de proporcionar mais mãos para derrotar os inimigos – mas, considerando que o jogo por si só carece de desafio, isso torna a aventura ainda mais um passeio. 

O player 1 fica em nítida posição de vantagem, visto que é o responsável por conduzir a câmera e o único capaz de usar o divertido leque de poderes do game. No fim, o mais recomendado é aproveitar o co-op para jogar com aquele irmão ou primo mais novo. 

Ainda sim, Return to Dream Land Deluxe ainda reserva diversão para as festas e churrascos com amigos. A remasterização adiciona um novo hub que concentra os minigames, o Parque Magolândia. 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Apesar da maioria dos joguinhos ser um tanto sem graça, há verdadeiras joias a se aproveitar e dar gostosas risadas, como a Caça ao Livro de Magolor, Kirby Samurai e o "Caibuleiro" – remasterização do clássico minigame de Kirby 64: The Crystal Shards.

Kirby em português 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Contudo, o verdadeiro diferencial de Dream Land Deluxe para o jogador brasileiro é, sem dúvidas, a localização em portugues.

E isso não exatamente por proporcionar um maior entendimento da história, que está longe de ser o chamariz do game. A tradução deve ser aplaudida, na verdade, porque adiciona um novo sentido hilário aos cenários, itens e inimigos. 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Por exemplo, de forma a manter o jogo de palavras, áreas como “Cookie Country” e “Onion Ocean” se tornaram “Campos Churros” e “Reserva Refresco”, respectivamente. Ou, se não, há o chefão “Moundo” que, em português, se tornou “Montanho”.

O resultado final transparece o empenho do time de localização, cujo trabalho, além de adicionar mais fofura e esmero ao game, permite que o jogador brasileiro aproveite Kirby em todo o seu sentido. 

Epílogo do Magolor

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

No que tange ao gameplay, contudo, a adição mais interessante de Deluxe está no Epílogo do Magolor – capítulo extra de cerca de duas horas de duração que acompanha o viajante após os acontecimentos do jogo. 

Por não ser protagonizado por Kirby, os poderes especiais são substituídos por combos de ataques, compostos por habilidades mágicas que podem ser desbloqueadas e aprimoradas ao longo do progresso.

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Similar à campanha principal de Return to Dream Land, o Epílogo do Magolor começa desinteressante e tedioso devido ao seu baixo nível de desafio. 

Porém, a jogabilidade se torna viciante e satisfatória quando o jogador desbloqueia habilidades como a bomba, a esfera mágica ascendente e o canhão – uma espécie de “Hadouken” do Magolor. 

De fato, os veteranos da franquia vão se encantar com o frescor do gameplay com Magolor. Ainda sim, é uma pena que o jogador seja forçado a completar a campanha principal para, enfim, ter acesso ao capítulo extra.

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Trata-se de um empecilho sem sentido para aqueles que já jogaram o game original e desejam conferir o epílogo. 

Vale a pena?

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

Não se engane, Kirby’s Return to Dream Land contribui pouco para a franquia como um todo. A experiência demora demais para agradar o jogador, e isso não mudou na versão Deluxe. 

Ainda sim, o jogo consegue, no geral, ser um bom demonstrativo da criativa e adorável fórmula de Kirby. 

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

A remasterização adiciona cor e detalhamento aos cenários, enchendo os olhos com seus cenários e paisagens.

Para os jogadores brasileiros, a compra é justificada principalmente por causa do Epílogo do Magolor e da localização para o português. Aqueles que cresceram com o herói rosado com certeza ficarão felizes pela geração de crianças que, enfim, pode se divertir com o Kirby em português.  

Imagem de Kirby's Return to Dream Land Deluxe
Reprodução: Nintendo/HAL Laboratory

O jogo também serve de demonstrativo da fórmula 2D clássica da série antes do espetacular Forgotten Land. No mais, há um punhado de minigames divertidos para jogar com amigos, além do modo co-op que é mais eficiente caso haja uma criança em casa.  

Porém, se você não se encaixa nessas categorias, não há motivos suficientes para investir na compra.


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Nota do crítico