Overwatch 2 e Diablo IV, os dois próximos grandes lançamentos da Blizzard Entertainment, foram adiados indefinidamente pela empresa.

A informação vem de Stephen Totilo, editor de games do site Axios.

"Ao trabalhar com novas lideranças na Blizzard e dentro das próprias franquias, particularmente em certos papéis criativos chaves, ficou aparente que parte do conteúdo planejado para o próximo ano deverá se beneficiar de mais tempo de desenvolvimento para alcançar seu verdadeiro potencial", diz a mensagem compartilhada por Totilo via Twitter.

"Embora ainda tenhamos planos de trazer conteúdo significativo por parte da Blizzard no próximo ano, estamos agora programando para um lançamento de Diablo IV e Overwatch 2 posterior ao que originalmente imaginado."

Os jogos, que já tinham lançamento previsto para depois de 2021, são adiados oficialmente em meio às reestruturações e mudanças após o processo do governo da Califórnia contra a Activision Blizzard.

"Esses são dois dos títulos mais esperados na indústria, e nossos times tem feito grandes esforços para completá-los em trimestres recentes. Mas acreditamos que dar às equipes mais tempo extra para completar a produção e continuar aumentando seus recursos criativos para apoiar os títulos após o lançamento garantirá que estes lançamentos agradem e engajem a comunidade por muitos anos no futuro."

O slide aponta que essa decisão acarretará um impacto financeiro considerável, e afetará o aumento de arrecadação esperado para o próximo ano, mas a Activision Blizzard está "confiante que este é o curso correto para nossos funcionários, nossos jogadores, e o sucesso a longo prazo de nossas franquias."

Em agosto, após a abertura do processo contra a publisher, Diablo IV perdeu seu diretor, Luis Barriga, e designer principal, Jesse McCree — que também acarretou na mudança de nome do personagem de Overwatch para Cole Cassidy.

Já Overwatch 2 perdeu seu diretor original, Jeff Kaplan, em abril.

Enquanto isso, Jen Oneal, que assumiu a liderança da produtora em agosto junto com Mike Ybarra após a saída de J. Allen Brack da presidência, anunciou nesta terça (2) que deixará a companhia ao fim do ano, 3 meses após assumir o posto.

"Estou fazendo isso não porque não tenho esperanças para a Blizzard, na verdade o oposto — sou inspirada pela paixão de todos aqui, trabalhando para algo importante e duradouro com todo seu coração", escreveu. "Essa energia me inspirou a sair e explorar como posso fazer mais para que jogos e diversidade se instersectem, e com sorte fazer um impacto na indústria como um todo que beneficie a Blizzard (e outros estúdios) também. Embora não tenha total certeza de que forma isso vai tomar, estou animada para embarcar em uma nova jornada para descobrí-la."

Oneal diz que a chefia da Activision Blizzard apoiou a decisão de sua saída, e que juntos planejam investir em melhores condições e oportunidades para mulherers na indústria de games por meio de um investimento de US$ 1 milhão na organização Women in Games International, da qual ela faz parte do Conselho Administrativo.

"Este dinheiro será utilizado para financiar programas de crescimento de habilidades e mentoria."

Assim, Ybarra torna-se o único líder nessa nova fase da companhia, e Oneal o exalta na mensagem para o público.

"Mike tem sido um apoio inacreditável durante meu processo de decisão em relação a esta mudança, e tenho confiança total nele liderando a Blizzard", escreveu. "Mike e eu temos trabalhado juntos para desenvolver muitas das ações que vamos tomar para continuar fazendo da Blizzard um ambiente de trabalho mais seguro, forte e inclusivo, e sei que ele planeja compartilhar algumas delas com vocês em breve."

Antes de liderar a empresa nos últimos meses, Jen Oneal serviu como chefe da Vicarious Visions, estúdio da Activision que só nos últimos anos foi responsável por Tony Hawk's Pro Skater 1+2 e Diablo II: Resurrected, e que foi integrado à estrutura da Blizzard em janeiro.

Na última semana, Bobby Kotick, CEO da Activision Blizzard, anunciou que receberá um salário mínimo e nenhum bônus até que a empresa mude sua estrutura e resolva o ambiente de abuso e assédio denunciados no processo e por antigos e atuais funcionários da companhia.