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Os melhores jogos de 2021 na opinião de Rodrigo Guerra

O editor chefe do The Enemy revela seus favoritos!

Por Rodrigo Guerra 21.12.2021 16H05

O ano de 2021 foi um ano cheio de mudanças em minha vida. Após passar cerca de seis anos fora da área de games, eu precisei me readaptar para voltar a esse cenário vibrante e cheio de novidades -  principalmente com a enxurrada de novos títulos chegando todas as semanas nas plataformas.

Eu fico pensando se é humanamente possível jogar todos os grandes jogos. Só os grandes mesmo, sejam eles os indies ou os blockbusters. E claro, nem cheguei perto de testar tudo o que me interessa. E sinto que isso é um desafio que qualquer pessoa que trabalha nessa área do jornalismo.

Porém, conforme as coisas foram passando, fui me acostumando com o FOMO (Fear of Missing Out, ou medo de estar por fora) e focando no que eu conseguia jogar. E vou confessar uma coisa: a minha lista de jogos terminados, que eu consegui chegar até o fim e ver os créditos, é bem mirrada. Mas prometi pra mim mesmo (e agora pra você) mudar isso no ano que vem.

League of Legends (e Wild Rift)

Você deve estar se perguntando o que diabos LoL está fazendo aqui. E eu sei. Eu sei. Geralmente jogos como serviço não são cogitados para entrar na “lista de melhores do ano” por muitas vezes o público pensar “eu já joguei, não preciso mais disso”. Mas League of Legends: Wild Rift me fez voltar a jogar LoL no PC com outro olhar. E Arcane também deu um boost nesse encanto.

Tanto a história da série, quanto o Celulol me puxaram novamente para o LoLzinho raiz e tenho certeza absoluta de que se somar as horas jogadas desses dois jogos, devo ter jogado umas 10 milhões de horas em 2021. As mecânicas de Wild Rift funcionam muito bem nas diminutas telas, o jogo é rápido e incessante. Porém, sofre com os problemas de jogos competitivos no mobile: as pessoas que iniciam a partida e depois colocam o celular no bolso. 

Mas no universo da Riot ainda existem as pessoas que são tóxicas e fazem de tudo para arruinar sua experiência. Mas hoje eu consigo me divertir mesmo quando sou forçado a usar o /mute all. 

E eu jurava que este posto seria tomado por Pokémon Unite, mas talvez eu não tenha criado o attachment com os monstrinhos de bolso no momento certo da minha vida…

Tribes of Midgard

Eu recomendo que todos tenham um game para jogar enquanto ouve podcasts e nesse ano Tribes of Midgard foi esse jogo pra mim (e Halo Infinite está lentamente tomando esse posto).

Honestamente, eu não sou muito fã de jogos de sobrevivência. Tentei de tudo, desde Don’t Starve ao Minecraft, mas tem algo que Tribes of Midgard traz consigo que me deixa jogar sem me estressar. Talvez seja o mundo nórdico cheio de vida e o visual belo. Ou talvez seja a tarefa repetitiva de ficar buscando recursos enquanto você enfrenta inimigos realmente diferentes.

Não sei dizer, mas Tribes of Midgard é um canto do universo que me deixa tranquilo para rir de piadas e o caos que PH e a Isa fazem no Ping, ou que me permite dar uma olhadinha para o segundo monitor para reagir a um react do Cazé. 

Recentemente chegou a segunda temporada trazendo os mares para serem navegados e mais uma vez estou preso nesse looping de gameplay. Independentemente de qual seja o motivo, eu entrei nessa Tribo e gosto ainda mais da transparência que a produtora Norsfell tem com sua comunidade e me sinto parte dela. Talvez esse seja o motivo para Tribes estar nessa lista.

Guardians of Galaxy

Eu tive que me render ao universo maluco de Starlord, Gamora, Rocket, Drax e Groot depois que todo mundo ao meu redor começou a falar que esse era um jogo legal. E fico triste de ter colocado minhas mãos nessa aventura espacial apenas agora na reta final do ano.

Eu gostaria de ter dado mais risada com as piadas, com a interação dos personagens, com a mecânica de jogo que, apesar de ser bastante repetitiva, dá liberdade ao jogador para fazer coisas novas. Esse é o tipo de conteúdo que me atrai nos games atuais e não sei o por que eu fiquei moscando. 

Sério, tudo em Guardians of Galaxy é feito com carinho: a música é boa, os cenários são exuberantes, o roteiro é impecável. É um jogo que, ao mesmo tempo em que eu gostaria de poder colocar as mãos em cada um dos personagens, entendo a escolha dos game designers em manter o foco no que é bom.

E mesmo que a história tenha apenas um final, eu gostei de me sentir iludido de que as decisões que você toma pudesse mudar o rumo dos relacionamentos da equipe. Infelizmente, sinto que depois de terminar, não tive o ímpeto de voltar e jogar novamente. Mas tudo bem. Nem todo jogo precisa ser feito para ser eterno.

Forza Horizon 5

Eu amo jogos de corridas. É um gênero que acompanho desde minha infância quando assoprei a fita de Enduro e coloquei em meu Atari 2600 nos anos 80. De lá pra cá eu joguei muitos games do estilo e em 2021 o título que me prendeu por horas a fio foi Forza Horizon 5.

Forza Horizon 5 é um game muito legal e divertido, principalmente se você joga com amigos. Sabe as reuniões com amigos pelo Discord que ficou muito normal na pandemia? Bom, eu tenho um grupo de amigos que faz isso em Forza todas as noites. 

Quando eu jogo esse game, fico com aquele sentimento de que deveria colocar o México na minha lista de países que eu gostaria de visitar um dia. Os cenários surreais, carros incríveis, uma variedade sem fim de atividades e, claro, um visual de cair o queixo.

Horizon 5 é quase um jogo de corrida perfeito, mas como passei a grande maioria da minha vida ao lado de jogos de corrida, ainda vejo coisas que me incomodam: carros andando em trilhos, por exemplo. 

Eu queria muito que o desenvolvimento de jogos de corrida fosse mais focado em IA do que apenas em visuais incríveis. O visual tá lá e é incrível. Os carros estão lá e são fantásticos. Mas faltou algo para revolucionar o gênero - se é que tem algo que pode ser feito nesse sentido.

Deathloop

Esse talvez foi o jogo que mais defendi com unhas e dentes nesse ano. Acho que esse é o jogo máximo da Arcane, que conseguiu imprimir sua criatividade em um Immersive Sim que consegue dar ao jogador a possibilidade de explorar todas as mecânicas propostas em todos os cenários.

A brincadeira com o loop temporal, que à princípio assustou muita gente ao dar a impressão de que se trataria de um Rogue Like, permitiu olhar para os cenários de uma forma muito mais propositiva do que em games como Dishonored.

A cada retorno e a cada novo ciclo você vai aprendendo como as áreas funcionam e como os NPCs se comportam. E isso me permitiu jogar Deathloop em todas as suas nuances. Stealth? Ok. Assassino louco? Check! Mestre dos poderes? Tamo junto. Speed Runner? Adoro!

Honestamente, eu sei que dá pra fazer isso em outros jogos do gênero, basta dar um load, começar um novo jogo e coisas do tipo. Mas Deathloop fez com que as tentativas e erros se incorporassem na narrativa, dando espaço para o jogador experimentar de uma forma mais orgânica. Um ótimo exemplo de maestria em Game Design.

Eu só fico triste com uma coisa: os jogadores não querem a presença de outras pessoas em suas partidas. Tentei jogar com Julianna e cheguei a ficar por mais de 40 minutos em uma fila esperando para jogar contra outra pessoa. Mas fui infeliz nessa busca. Até hoje só consegui jogar com a rival de Colt apenas uma vez.

Isso de lado, eu acho que esse foi o game que mais me divertiu em 2021. E, pra mim, esse é o propósito fundamental de uma peça de entretenimento.

E, claro,  fiz aqui uma listinha de jogos que acho muito importantes para serem lembrados e que você precisa dar uma chance (as famosas menções honrosas):

Unpacking

Joguei em uma tarde chuvosa e foi maravilhoso poder acompanhar a história dessa pessoa. Eu me vi muito próximo dela em diversas fases de sua vida, como quando ela teve que voltar para a casa dos pais, quando ela se casou. É um jogo bonitinho e que é bastante aconchegante.

Moonglow Bay

Eu tirei ele da lista final, pois apesar de ter uma história bacana e que transforma um minijogo de pescaria em sua principal mecânica, sinto que faltaram mais momentos incríveis contra chefes. Mas no fim das contas, é um game bem divertido e que tem uma história por trás que mostra o quanto nós precisamos nos aproximar como comunidade e deixar de sermos egoístas.

Ruined King: A League of Legends Story

Eu tenho um sentimento misto com esse jogo que se passa no universo de League of Legends. Sinto que a narrativa demora muito para pegar e a falta de variedade de cenários foram os principais pontos que me deixaram mais desgostoso com esse título. Entretanto, a história, a dublagem em português, a interação dos personagens e outros pequenos detalhes fazem com que os fãs de LoL se sintam em casa.

Mini Motorways

Eu amei esse jogo e estava todo empolgado quando saiu, porém ele tem em suas costas o peso do Mini Metro, que é um dos games mais sensacionais que eu joguei no celular. Eu gosto de urbanismo e de gerar tráfego inteligente, mas acho que Mini Motorway se perdeu pelo fato dos motoristas da minha cidade nunca usarem Waze e sempre optar pelo caminho mais em linha reta do que outros com menos movimento…