Mesmo os jogadores mais apegados à primeira trilogia de Resident Evil devem reconhecer a importância da Capcom ter mudado a franquia completamente tantas vezes. Essas renovações, representadas por Resident Evil 4 e Resident Evil 7, foram extremamente importantes para a extensão da longevidade dos jogos.

Jill Valentine observa a lua através da janela.
Reprodução: Capcom.

De qualquer forma, é sempre bom voltar aos clássicos para ver como esses jogos envelheceram. E a resposta é: surpreendentemente bem. Dentro da proposta com jogabilidade mais travada, é difícil não se impressionar com como o primeiro jogo da franquia, disponível via PS Plus para PS4 e PS5, já acertava em tantos sentidos.

Um aspecto específico que me chama bastante atenção são as transições de ambiente. Até mais do que a mudança de um ângulo da câmera para o outro, passar por uma porta ou escada em Resident Evil é sempre meio tenso. Aquela animação do elevador descendo ou de uma porta ensanguentada se abrindo não permite que o jogador veja o que vem a seguir — e esse sentimento de receio por avançar é magnífico.

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Obviamente, existem razões práticas para que o jogo tenha essas animações de transição: na época do desenvolvimento do primeiro Resident Evil, era difícil fazer aquele tipo de passagem entre ambientes sem uma tela de carregamento — e, ainda que disfarçadas, as animações de transição entre portas e escadas ou elevadores são telas de carregamento.

Porta fechada no primeiro Resident Evil.
Reprodução: Capcom.

Tudo bem. Talvez o excesso de animações de transição entre um corredor e uma sala possa ser uma barreira para os jogadores hoje em dia. Mesmo assim, fãs de longa data (ou mesmo entusiastas mais novos) ainda conseguem apreciar a beleza desse sistema tão rudimentar. Às vezes, voltar aos jogos que nos marcaram anos atrás é justamente o que precisamos fazer para relaxar antes de entrar de cabeça em algo inédito.

Enfim, se você tem um console PlayStation e assina o plano PS Plus Deluxe, jogue Resident Evil: Director's Cut. Vale a pena, mesmo mais de uma década depois.