Os anos de 1991, 2001 e 2011 foram absolutamente incríveis para a história dos games. Algumas das maiores franquias, melhores sequências e até gêneros populares foram frutos dessas ótimas safras de jogos.

Como já fizemos listas com os jogos que completaram 10 e 20 anos, vamos seguir desta vez com a lista dos jogos que completam 30 anos em 2021. Há três décadas, estávamos na era 16 bits, tida como a favorita de muitos dos jogadores brasileiros. Vamos aos jogos.

10. Sunset Riders | Arcade, MD, SNES, PS4 e Switch

O visual caricato e colorido fez de Sunset Riders um dos jogos de Velho Oeste mais marcantes já feitos e um dos run and guns mais legais da era 16 bits. Essa produção da Konami nunca teve sequências, mas trazia uma aventura cooperativa de faroeste super colorida com quatro cowboys, os "Cavaleiros do Pôr do Sol": Steve, Billy Cool, Bob e, o meu preferido, Cormano Wild.

A jogabilidade pegava um pouco emprestado da série Contra e se resumia basicamente a atirar, desviar e pular, tudo com uma pitada de bullet hell. Infelizmente, a campanha era muito curta, mas passava por áreas variadas e dominadas por criminosos procurados que eram os chefes. Excelentes lembranças desse jogo.

09. TMNT: Turtles in Time | Arcade e SNES

Outro game cooperativo muito amado da Konami nessa época foi o Turtles in Time, das Tartarugas Ninja. Esse é, de longe, o game mais popular da franquia e trazia uma jogabilidade de beat’em up cheia de ideias legais, como a possibilidade de jogar inimigos na tela.

Eram 10 níveis super variados com direito a locais de outras épocas, como pré-história, e um combate muito satisfatório. Em termos de apresentação, os gráficos e o som eram excelentes mesmo no port para o Super Nintendo. Turtles in Time era tão legal que surgiu na época da história mais saturada por bons jogos do gênero brawler e ainda assim é sempre lembrado três décadas depois.

Vale dizer que teve um game das Tartarugas no Mega Drive chamado The HyperStone Heist que era bem parecido com Turtles in Time, mas não era o mesmo jogo. E, é claro, eu preciso lembrar aqui que rolou um remake em 2009 que, infelizmente, não era muito bom não.

Tem ainda um novo projeto das Tartarugas chamado Shredder’s Revenge em desenvolvimento pela Tribute Games para o Nintendo Switch. Quem viu o trailer percebeceu que é uma clara homenagem a Turtles in Time e parece muito legal.

08. F-Zero | SNES, Wii, Wii U, Switch e 3DS

Apesar de vir sendo esnobado pela Nintendo desde 2004, F-Zero foi muito bem recebido quando saiu como um dos títulos de lançamento do Super Nintendo. O visual e a jogabilidade de F-Zero eram inéditos até aquele momento. O jogo utilizava uma tecnologia chamada “Mode 7” (ou “Modo 7”, se você preferir) que, usando profundidade e movimento, simulava efeitos 3D. Tem dezenas de jogos do SNES que usaram isso, mas poucos impressionaram como esse aqui.

F-Zero ainda trazia uma história que era contada nos manuais e numa revista em quadrinhos que vinha com o jogo. Nessa HQ eram apresentados os pilotos com suas habilidades, como o Capitão Falcon, que até hoje faz parte do elenco de Smash, e explicava também a razão dessa corrida no século 26. A gente pode ver a influência dessas ideias em outros jogos de corrida da década como Rock’n Roll Racing e Top Gear 3000, que saíram uns anos depois.

07. Streets of Rage | Arcade, MD, MS, Game Gear, Wii, Android, iOS, 3DS e PC

Esta cidade foi um dia um lugar feliz e pacífico… Até que três ex-policiais resolveram lidar com as gangues da região na base do murro. Streets of Rage é um dos beat’em ups mais marcantes de todos os tempos.

Pra rivalizar com o Final Fight 1, que no Super Nintendo era single player, a SEGA trouxe para os consoles uma experiência multiplayer, controles responsivos, recursos super legais como a chamada do carro de polícia e com uma trilha sonora fantástica inspirada por techno e house. O Streets of Rage de 1991 deu início a uma ótima franquia que, muito felizmente, foi ressuscitada em 2020 com um quarto jogo.

06. Final Fantasy IV | SNES, PS1, GBA, PSP, Wii U, Android, iOS, 3DS e PC

Em 1991, foi lançado um Final Fantasy no Japão — e esse era Final Fantasy IV. Foi a primeira vez em que um jogo da série trouxe heróis distintos em personalidade e em habilidades e a primeira vez na qual o combate em turnos trouxe o sistema de Batalha de Tempo Ativo. Ou seja, o jogador poderia mudar armas, lançar feitiços e usar itens durante uma luta.

Apesar dos problemas da versão americana, como nome errado, censuras e erros de tradução, esse foi um dos FF mais importantes da franquia em termos de inovação e foi muito aclamado na época. Final Fantasy IV ganhou uma dezena de relançamentos nos anos seguintes e até um remake modelado em 3D.

05. Super Castlevania IV | SNES, Wii , Wii U, 3DS, PS4, XOne, Switch e PC

A primeira vez que ouvi falar de Castlevania foi por causa do Super Castlevania IV. Eu era apenas uma criança inocente e cheia de sonhos quando meus amigos me contaram de um jogo em que você era um matador de vampiros, usando um chicote, em um castelo cheio de monstros e mortos-vivos. Eu sei que nossos padrões para games assustadores hoje são um pouco diferentes, mas essa descrição deixou o menino Guilherminho com medo e vontade de jogar.

Quando eu tive a oportunidade, não fiquei decepcionado. A ambientação de Super Castlevania IV era de cair o queixo, com cenários detalhados e um excelente uso de cores. A tecnologia “Mode 7” de F-Zero também foi usada aqui em várias oportunidades em segundo plano. Pela primeira vez, o chicote do protagonista Belmont se movia não em duas direções, mas oito direções. Em vários momentos, o jogo parece um remake do primeiro, mas usa o hardware do Super Nintendo para fazer tudo parecer ainda mais bonito, moderno e diferente. Rapaz, 1991 foi um baita ano para a Konami, hein?

04. Super Mario World | SNES, GBA, Wii, Wii U, 3DS e Switch

É difícil imaginar um game que tantas das pessoas que estão assistindo esse vídeo tenham jogado quanto Super Mario World. Esse jogo representou na época um salto gráfico bem relevante para a franquia e introduziu uma série de melhorias, como a possibilidade de planar por mais tempo durante o voo, e adições muito importantes para o legado dessa série, como a estreia do Yoshi.

Além disso, Super Mario World trouxe mais diversidade de inimigos, mais possibilidades secretas no mapa overworld e uma variedade imensa de cenários com as mais de 90 fases. Ele é lembrado com muito carinho, especialmente pelos brasileiros, já que o SNES foi o primeiro console Nintendo distribuído oficialmente por aqui e a maioria deles vinha com um cartucho de Mario World. O quarto jogo da série Mario pode não ser tão revolucionário como foi Mario 3 ou Mario 64, mas Super Mario World foi um baita game.

03. Sonic The Hedgehog | MD + 21 plataformas

Porém, um jogo que foi revolucionário foi Sonic The Hedgehog. A SEGA tentou e conseguiu abalar a hegemonia da Nintendo com um mascote tão carismático quanto o encanador italiano e com algumas ideias de gameplay ainda inéditas.

A estreia do Sonic acontece em um jogo de plataforma extremamente veloz pros padrões da época e com um design de level que parece inspirado numa máquina de pinball. Basicamente, os desenvolvedores utilizaram a seu favor a maior vantagem de hardware que o Mega Drive tinha em relação ao console concorrente.

Mario era fofo, Sonic era descolado. Mario apelava para todas as idades, Sonic era focado especialmente em adolescentes. Era uma quebra de paradigma. Sonic 1 tinha gráficos e música deliciosos e, apesar de ser mais linear, ele era mais desafiador que Mario World.

Eu não tô dizendo que Sonic 1 era necessariamente superior ou mais gostoso de jogar que Super Mario World, mas era definitivamente mais inovador e impressionante — tanto que levou o prêmio de Jogo do Ano pelo Joystick Awards, que foi uma das primeiras premiações de games do Ocidente.

O jogo deixou deixou uma impressão super marcante na história dos games no ano de 1991 — ainda que a franquia nunca mais tenha sido a mesma coisa depois que os anos 90 acabaram.

02. The Legend of Zelda: A Link To The Past | SNES, GBA, Wii, Wii U, 3DS e Switch

Vamos falar agora de um jogo que foi lançado em 1991, no Japão, mas que antes mesmo de chegar aqui já causou um impacto enorme na indústria: The Legend of Zelda: A Link to the Past. O primeiro Zelda do Super Nintendo abandonou as mudanças de Zelda II e voltou pra uma base mais parecida com o original, mas expandindo narrativa, mecânicas e progressão e se tornando uma inspiração constante para os jogos de aventura dos anos e décadas seguintes.

A Link to the Past apresentou Zelda para um público bem mais amplo e transformou a franquia em mainstream. Ele envelheceu muito bem visualmente e em jogabilidade e introduziu alguns dos melhores temas musicais da franquia. Era uma aventura cheia, densa e inesquecível. Tanto que, 30 anos depois, ainda é o Zelda preferido de muita gente.

01. Street Fighter II | Arcade + 28 plataformas

E em primeiro lugar, o jogo mais importante de 1991, que foi responsável por consolidar a existência do gênero de luta. Assim como Sonic e Mario, Street Fighter II é outro game que furou a bolha e ficou conhecido mesmo por quem nunca jogou um videogame.

Ele criou os fundamentos que todos os outros jogos de luta usariam: um elenco de lutadores diversos pra escolher; estilos de combate e habilidades diferentes para cada um deles (várias dessas habilidades sobre-humanas); sequência de golpes seguidos em cadeia, o que viria a se tornar o sistema de combos; e uma série de comandos necessários pra executar uma boa luta.

Street II tem um legado imensurável e, não à toa, ganhou muitas versões e ports. Ele apareceu junto com Sonic em nosso Rankeado como um dos jogos com mais versões em outras plataformas. E pela sua importância, inovação, qualidade e popularidade… O Rankeado o elege como melhor jogo de 1991.