PS2, Xbox, PC: Os melhores jogos de 20 anos atrás | Rankeado

Vamos começar com um dos games de tiro em terceira pessoa mais inovadores de 2001. Max Payne era uma mistura curiosa do espetáculo dos filmes de ação de Hong Kong com a melancolia sombria da ambientação noir.

Esse foi o primeiro grande projeto da desenvolvedora Remedy Entertainment. Como não havia dinheiro pra contratar modelos de rosto, os personagens que aparecem nas histórias em quadrinhos e nos bonecos 3D foram interpretados pelos próprios desenvolvedores. Incluindo o Max Payne, que tem o rosto do Sam Lake, roteirista do jogo, e a vilã Nicole Horn, que foi interpretada pela mãe de Sam Lake, Tuula Järvi.

Um aspecto que deixou o game famoso foi o bullet time, aquele efeito de câmera lenta na hora de atirar que lembra cenas de Matrix. Na época, aquilo era ainda inédito e um marco técnico nos videogames, com partículas, projéteis e animações bem impressionantes. A narrativa, mesmo com suas limitações, era complexa e interessante. E vale lembrar que Max Payne foi um dos primeiros games mainstream a ganhar uma versão com vozes em português.

Enquanto a Capcom desenvolvia Resident Evil 4, muitos protótipos foram criados. Teve um que ganhou vida própria e acabou virando Devil May Cry, um jogo de ação rápida e clima descolado que acabou inaugurando o gênero hack’n slash como nós conhecemos hoje — e servindo de inspiração pra vários outra franquias de sucesso como God of War, o reboot de Ninja Gaiden, Darksiders e tantas outras.

Aliás, o diretor do jogo original, Hideki Kamiya, anos depois sairia da Capcom e co-fundaria o estúdio PlatinumGames, que hoje é conhecido por jogos que justamente trazem esse mesmo DNA de gameplay, como Bayonetta e Nier: Automata.

Você jogava como Dante, um caçador de demônios que era filho de um demônio e tentava parecer sempre durão, mas não deixava de ser carismático. O game virou franquia, ganhou reboot, foi "desrebootado" e Devil May Cry continua vivo e forte ainda hoje.

Super Smash Bros. Melee foi o segundo game da franquia, que se iniciou lá no Nintendo 64. Para se diferenciar do antecessor, o jogo trouxe mais do que o dobro de personagens, melhorias na física, nas animações, música orquestrada e, é óbvio, gráficos bem superiores.

Melee ainda oferecia um dos multiplayer mais divertidos de 2001 e foi exatamente isso que garantiu o seu legado. O game foi considerado por muito tempo o melhor competitivo da série e ficou por mais de uma década e meia como o representante da franquia Smash Bros. em campeonatos de grande relevância, incluindo a EVO.

A nova geração trouxe um novo Final Fantasy muito mais ambicioso e cheio de mudanças — algumas sutis e outras mais disruptivas. Final Fantasy X foi o primeiro da série a trazer diálogos de voz, por exemplo. E de bônus… a risada mais feia dos videogames.

FF X ainda melhorou a interface de usuário, mudou os summons, trouxe a possibilidade de escolher livremente entre os personagens da party durante a batalha e rompeu com vários paradigmas bem estabelecidos da série trazendo uma nova fase pra franquia.

Era um jogo mais amigável para novatos, falando de sistemas de combate e de equipamentos, e trazia também uma experiência mais linear. Mas, se por um lado ele era bem acessível, por outro ele trazia conteúdos de missões paralelas mais difíceis para agradar os fãs mais antigos.

A sequência de Metal Gear Solid foi um completo aperfeiçoamento técnico e mecânico em relação ao jogo original. Além do salto gráfico, MGS 2 entregava novas possibilidades como mover inimigos desacordados de lugar e andar e atirar em primeira pessoa — o que consequentemente entregava mais precisão na hora de jogar.

Na parte da história, tinha várias maluquices do diretor Hideo Kojima, mas também alguns comentários pertinentes sobre moral e sociedade, inclusive em um momento bem esquisito da história contemporânea que foi o pós-11 de setembro. Aliás, por causa dos ataques, o jogo teve até conteúdo removido e o final alterado.

Existe ainda um detalhe: o marketing foi todo feito em cima do Snake, que é protagonista do jogo anterior, mas você tem que jogar a maior parte do game como outra pessoa. Nem todo mundo curtiu, mas com certeza foi um bocado ousado. E, é claro: estamos falando de uma das melhores trilhas sonoras de games daquela geração.

Outro grande acerto da Konami naquele ano foi Silent Hill 2. Os desenvolvedores do Team Silent mergulharam ainda mais no aspecto psicológico do horror, pegando tudo do primeiro jogo e refinando. Enquanto a história era ótima, com personagens marcantes e interessantes — a começar pelo protagonista James Sunderland —, o game, de forma geral, tinha uma excelente apresentação.

Mesmo saindo no início da sexta geração, Silent Hill tem um dos melhores visuais do PS2 e Xbox. A trilha de Akira Yamaoka e o design de som não ficaram atrás. Não é à toa que ele é considerado por grande parte dos fãs o melhor game da franquia.

Tony Hawk’s Pro Skater 2 e 3 são os mais populares entre fãs veteranos. Com o sucesso dos dois jogos, eles também foram lançados para a quinta e a sexta gerações de consoles. E, naturalmente, a versão da sexta geração, PS2, Xbox e GameCube, era bem melhor, rodando a 60 quadros por segundo em um motor gráfico mais recente que trazia uma física mais realista.

Foi em Tony Hawk's 3 que foi incluído o revert, que era a possibilidade de continuar o combo de manobras no chão, algo tão essencial para o futuro da série que foi até incluído como no remake 1 + 2. Foi também nele que alguns dos melhores mapas da série, como o aeroporto, apareceram — e o terceiro jogo foi, provavelmente, o primeiro jogo do PS2 a oferecer multiplayer online, com modos como capture a bandeira e controle a área.

Falando em jogos com as maiores notas no Metacritic, os três lugares do pódio deste Rankeado integram esse lugar de prestígio. Vamos falar primeiro do terceiro lugar, que ficou para Gran Turismo 3: A-Spec, o primeiro Gran Turismo do PS2, que trouxe um salto gráfico imenso para a série, com muita atenção aos detalhes e mais foco no realismo.

Outros destaques estavam no ótimo design de som e na precisão dos controles. Era um jogo feito pra se rejogar várias vezes com seus 185 carros em quase 40 versões diferentes de pistas. Além de tudo, Gran Turismo 3 é o segundo jogo mais vendido do PS2, atrás apenas de GTA: San Andreas.

É claro que o Halo original não foi o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa pra consoles, mas ele foi responsável por modernizar o gênero. Basicamente, todas as mecânicas básicas de FPS utilizadas até hoje foram polidas e consolidadas por esse game.

Halo: Combat Evolved foi pioneiro nos consoles ao acertar em cheio na divisão entre movimento de personagem e câmera — com o analógico esquerdo controlando o movimento e o direito controlando a câmera. A ideia era traduzir a precisão do combo mouse e teclado nos consoles de mesa.

Influência e legado são fundamentais, mas história sci-fi era exclente, a música era absurda, a liberdade de abordagem de combate no estilo sandbox funcionava bem, a inteligência artificial dos inimigos era impressionante e o multiplayer era tão divertido que levou a Bungie e a Microsoft a trazerem no game seguinte o online que definiria a experiência desse tipo em consoles.

Halo: Combat Evolved é o jogo mais importante na história da marca Xbox, recebeu 48 premiações e é o segundo jogo mais vendido do Xbox original, ficando atrás apenas de Halo 2.

O primeiro lugar fica com um jogo que mudou tudo. Grand Theft Auto III foi o primeiro game 3D da franquia e criou as bases de como seria o mundo aberto e o clima dos jogos desse formato no futuro: com muita liberdade e um monte de possibilidades.

GTA 2 era muito parecido com o GTA original, bem contido e com uma visão de cima pra baixo. Mas GTA III foi uma revolução. O jogo era ambientado em uma versão de Nova York chamada de “Liberty City” e colocava você no controle do protagonista silencioso chamado Claude, que acabava crescendo no mundo do crime depois de ter sido traído pela namorada. "Trair", no caso, não era "ficar com outra pessoa", mas, sim, tentar matar ele.

O game chamou muita atenção na época pelas controvérsias, por abordar drogas e sexo — algo que seria reconhecido nos jogos a seguir como característica básica dos jogos da Rockstar. Além do imenso legado e importância, GTA III também foi o jogo mais vendido de 2001.