Há 10 anos, quando Xbox 360, Nintendo Wii e PS3 eram os consoles do momento, muitos jogos excelentes forem lançados. Alguns desses títulos marcaram o retorno de franquias extremamente importantes enquanto outros eram continuações de séries muito bem estabelecidas.

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Abaixo, o The Enemy reuniu os dez melhores jogos lançados em 2011, que completaram 10 anos em 2021. Em breve, traremos também versões de 20 e 30 anos atrás. Então, continue ligado. Agora que você com certeza já se lembrou de alguns nomes, vamos à lista.

Dead Space 2 | PS3, X360 e PC

Gameplay de Dead Space 2.

Começamos com a sequência de um dos melhores jogos de terror já feitos. Dead Space 2 era tão bom quanto ou talvez até melhor que o original. O jogo explorava ainda mais o conceito de loucura e horror psicológico, mas desta vez se focando mais no Isaac Clarke, que passou a ser um personagem mais completo e até começou a falar.

Além disso, Dead Space 2 era um jogo mais rápido, que oferecia mais otimizações de equipamento, mais possibilidades de combate — como novos usos da telecinese — e que trazia, de forma geral, mais polimento. Era um projeto de orçamento maior também. Junto, veio de quebra um modo multiplayer, com 4 pessoas armadas contra 4 necromorfos, mas essa parte não tinha nada de muito especial.

A campanha, por outro lado, tem uma das melhores aberturas que já vi em um game. E, de forma geral, Dead Space 2 foi até mais visceral e assustador que o primeiro. Só de lembrar das crianças necromorfas…

Mortal Kombat 9 | PS3, Vita, X360 e PC

Scorpion e Sub-Zero em Mortal Kombat 9.

A franquia Mortal Kombat perdeu muito prestígio na fase do PlayStation 2 e com o fraquíssimo jogo de crossover com a DC. Mas Mortal Kombat 9 foi bom demais Era um soft reboot que deu uma revitalizada nos eventos da trilogia original, inseriu uns elementos de Mortal Kombat 4 e alguns retcons, consertando a bagunça da linha do tempo da série com muito fanservice.

Mecanicamente, os comandos eram familiares, mas, ao mesmo tempo, traziam algumas mudanças e adições, como o golpe especial Raio-X. Ele abandonou a perspectiva 3D e voltou para o bom e velho 2.5D, que foi consolidado pelo sucesso de Street Fighter 4 três anos antes. Por isso, o novo Mortal Kombat era mais rápido e preciso, apesar de ser meio quebrado e desbalanceado.

Aspectos competitivos à parte, esse foi um jogo extremamente divertido e com um dos melhores modo história já feitos em um game de luta. A campanha não se levava muito a sério e trazia excelentes versões dos personagens clássicos.

De quebra, o jogo oferecia um monte de conteúdo extra: tinha tutoriais pra você aprender e praticar golpes; modo arcade; modo tag team; um monte de minigames super legais, como a torre de desafios; e, é claro, modos online que, além do pvp padrão, traziam modalidades novas como King of the Hill. O Mortal Kombat de 2011 parecia bom demais para ser realidade, mas era absolutamente real.

The Legend of Zelda: Skyward Sword | Wii e Switch

Link em Zelda: Skyward Sword.

The Legend of Zelda: Skyward Sword consegue ser um dos jogos da Nintendo mais aclamados criticamente e, ao mesmo tempo, um dos mais controversos e divisivos entre os fãs. Esse foi o primeiro Zelda da cronologia canônica e mostrava o nascimento da Master Sword, além do início, de fato, da história que vem sendo recontada reencarnação após reencarnação nos jogos da franquia.

Sim, é verdade que a versão original sofria com os tutoriais da Fi, backtracking, reciclagens de chefes e problemas nos controles de movimento. Mas é verdade também que trazia a versão mais interessante da Princesa Zelda, alguns dos melhores calabouços da franquia, uma coleção de temas musicais fantásticos como “Romance in the Air”, uma direção de arte com cores vibrantes, a introdução de melhoramentos de armas e uma das narrativas mais elaboradas, já que esse é provavelmente o Zelda mais focado em história.

Pode ter sido frustrante para os fãs de Zelda terem encontrado uma estrutura tão diferente e tão mais linear do que eles estavam acostumados, mas isso não muda o fato de que Skyward Sword é um ótimo game.

The Witcher 2: Assassins of Kings | PC e X360

The Witcher 2: Assassins of Kings no PC.

Grande parte dos fãs atuais de The Witcher conheceu a série pelo terceiro jogo, mas The Witcher 2: Assassins of Kings não é um game pra se deixar passar. Em termos de gráfico e mecânica, ele deu saltos brutais em relação ao jogo original e, sendo bonito de doer, na época era preciso ter um PC da NASA pra fazer ele rodar no máximo.

The Witcher 2, na minha opinião, tem a melhor história da trilogia, envolvendo traições, tramas políticas e paralelos sociais com o mundo real que eram muito interessantes e que mostravam as áreas cinzentas da guerra, levando a decisões morais extremamente difíceis pro jogador.

A trama surpreendia com algumas viradas e oferecia uma bifurcação. Você escolhia, ao final do primeiro ato, com quem você iria se filiar e cada opção trazia uma perspectiva que era completamente diferente. Você ia para lugares diferentes, conhecia versões diferentes do conflito e só podia entender tudo que rolou na história se jogasse o jogo mais de uma vez.

Para completar, a trilha sonora era excepcional e o combate tinha mais camadas de complexidade. Cada batalha pedia uma preparação prévia e estratégica com poções e óleos para as espadas, o que fazia do combate mais difícil que o do terceiro jogo e uma experiência, de forma geral, mais cadenciada. Se você gosta de Wild Hunt e não jogou Assassins of Kings, recomendo que você corrija isso.

Gears of War 3 | X360

Arte de Gears of War 3.

O ápice da franquia Gears of War é Gears 3, não tem jeito. A história sobre machões brucutus parceiros de guerra vai ganhando mais nuances ao longo da trilogia até culminar em uma história sobre perda surpreendentemente tocante, emocionante, que fez muita gente chorar. Além disso, o game também entregava mais sobre a realidade do planeta Serra e explorava melhor personagens secundários como a Anya, o Baird e o Cole.

A apresentação de Gears 3 era um espetáculo. Além dos belos gráficos, rodando na melhor versão da Unreal 3 da época, a direção de arte era mais visualmente diversa também. Em vez dos tradicionais marrom e cinza, a campanha se ambientava também em áreas tropicais e mostrava cenários mais vivos. O design de som era excelente, desde o som das armas até o barulho da meleca dos inimigos explodindo. Foi ali também que o time de intérpretes entregou sua melhor performance nas vozes do Esquadrão Delta, com ótimos diálogos.

Já o gameplay foi refinado e recheado de novidades nas armas, nos veículos e nas possibilidades extras de combate corpo a corpo, sem contar as dezenas de finalizações. Foi inserida toda uma nova raça de inimigos, os Lambent, que botavam mais variantes nas equações das batalhas.

Gears 3 ainda permitia multiplayer cooperativo de 4 jogadores no modo online e 2 no local com tela dividida. Era um co-op integrado à narrativa e um dos melhores que já joguei. O multiplayer pvp era muito variado em modalidades e o modo horda era uma completa evolução do que foi visto em Gears 2, com a adição de fortificações; sem contar a chegada do modo Besta que colocava o jogador controlando locusts.

Enfim, Gears of War 3 expande absolutamente tudo que os jogos anteriores fizeram e entrega um final muito satisfatório para a saga de Marcus Fenix. Junto com Halo Reach, a trilogia Gears era um dos principais motivos pra se ter um Xbox 360.

Minecraft | PC, PS3, PS4, Vita, X360, XOne, Wii U, Switch, 3DS, Android e iOS

Minecraft à noite.

Em 2011, aconteceu o lançamento oficial de um jogo que já estava fazendo barulho desde o período de testes que tinha começado lá em 2009. Minecraft já na versão 1.0 ofereceu um nível de liberdade, criatividade e possibilidade de exploração que marcou a indústria.

O Modo Sobrevivente misturava a ideia de construção e manufatura com combate e sobrevivência. Existiam ciclos de dia e noite, que traziam ameaças noturnas como Creepers e Esqueletos. O sistema complexo de crafting era parte do charme, mas não era muito amigável pra iniciantes na época. Talvez esse seja um dos motivos que fez a comunidade crescer tanto, porque além de ser muito divertido de jogar com amigos, era conversando com outros jogadores que você aprendia certos macetes.

Existia já naquela época também o modo Criativo, pra quem quisesse se focar exclusivamente na construção. Ali o jogo dava acesso a todos os itens existentes e ainda tornava você invulnerável. Mas também tinha o oposto, o modo Hardcore, que botava a dificuldade lá em cima e a punição de morte permanente.

Minecraft elevou ao máximo o conceito de sandbox em 2011 e, 10 anos depois, se tornou um dos jogos mais vendidos da história, nunca parando de receber atualizações — e, com o sucesso que o game ainda faz, elas não devem parar tão cedo.

Portal 2 | PS3, X360 e PC

Fase de Portal 2.

A simples existência de Portal 2 foi uma surpresa para todo o mundo. Depois do excelente, porém curto, game original, a sequência foi não apenas bem-vinda, mas também precisava superar expectativas muito altas.

Felizmente, Portal 2 se mostrou um dos jogos de puzzle mais dinâmicos já feitos, com desafios muito bem projetados, várias novidades mecânicas e um humor finíssimo. A campanha era uma aula de como escrever diálogos — ou monólogos — cômicos. A interpretação dos ótimos atores de voz, como Ellen McLain, J.K. Simmons e Stephen Merchant, ficava no mesmo nível de qualidade.

O jogo foi feito pelo mesmo time de Portal, mas dessa vez com mais investimento. E, apesar de trazer muita coisa do original, a continuação tomava riscos e introduzia inovações e subversões daquilo que já tinha dado certo anteriormente. Um exemplo são os novos elementos mecânicos, como os géis e o raio trator — ou funil de excursão, como você preferir chamar.

Em adição ao single-player excelente, tinha ainda uma maravilhosa campanha de multiplayer cooperativo, com os robôs Atlas e P-Body, enfrentando puzzles que passavam a requerer quatro portais pra serem solucionados em vez de dois. Portal 2 foi um clássico instantâneo que merecia uma sequência.

Dark Souls | PS3, PS4, XOne, X360, Switch e PC

Gameplay de Dark Souls.

Poucos jogos nesta lista foram tão influentes quanto Dark Souls. O jogo que fez a FromSoftware ir de um estúdio Lado B pra uma das desenvolvedoras mais respeitadas da indústria aperfeiçoou o formato do antecessor espiritual, que era o Demon’s Souls, e popularizou a tendência de jogos satisfatoriamente desafiadores. Comparado a Demon’s, que foi lançado dois anos antes como exclusivo do PS3, Dark Souls contava com um maior orçamento e maiores ambições.

O jogo introduziu uma série de conceitos diferentes: um level design interconectado que incentivava exploração, fogueiras que funcionam como checkpoints pra salvamento de progresso, reabastecimento de frascos e restauração de saúde — além de reavivar os inimigos derrotados, aumento na variedade de inimigos, introdução das camadas de novas limitações como a Humanidade, que deixava você mais fraco e vulnerável e afetava sua capacidade de salvamento… Um monte de coisa.

É importante lembrar que Dark Souls foi lançado em uma era marcada por jogos mais acessíveis que costumavam carregar o jogador pela mão — às vezes, até demais. Por isso, o jogo capitalizou na dificuldade e ofereceu uma experiência hack’n slash complexa com elementos de RPG que basicamente estabeleceu todo um novo subgênero.

Batman: Arkham City | PS3, PS4, XOne, X360, Wii U e PC

Gameplay de Barman: Arkham.

Outra sequência que ampliou tudo o que o antecessor fez foi Batman: Arkham City, que trocou o confinamento de Arkham Asylum para uma cidade-prisão pronta pra ser explorada pela terra e pelo ar. A história era sem cabimento, mas era contada e interpretada de um jeito magistral. Mark Hamill e Kevin Conroy estavam no ápice da química como Coringa e Batman — e o jogo ainda trazia interlúdios com uma minicampanha da Mulher Gato.

A locomoção era mais livre, com a introdução de um upgrade pro arpéu que permitia que você planasse sem parar pela cidade. Isso casava perfeitamente com o design de level, que permitia uma das movimentações de mundo aberto mais gostosas que já experimentei e também trazia um monte de fanservice em locais icônicos dos quadrinhos. Durante a maior parte da jornada, apenas olhando você já sabia onde estava e pra onde precisaria ir, sem usar o mapa.

Em termos de combate, o freeflow foi aperfeiçoado, com a possibilidade de fazer ainda mais hits em um mesmo combo, adicionando uma camada de desafio para aqueles que queriam dominar a arte da porradaria rítmica. Isso unido ao fato de que foi introduzida uma imensa variedade de minions vindos de facções diferentes lideradas pelos grandes vilões e que lutavam também de formas diferentes.

O modo Detetive também foi refinado, tirando o jogador da zona de conforto e entregando pra ele mais ferramentas como as novas bat-bugigangas. E vale dizer que as missões paralelas eram variadas e muito recompensadoras, especialmente pra quem já amava e conhecia o universo do Morcego.

Arkham City ampliou o sistema de combate, a dimensão e quantidade dos puzzles, a exploração, a história e o elenco de vilões nela. Amo demais esse jogo e acho, assim como muitos fãs, que é o melhor da franquia.

The Elder Scrolls V: Skyrim | PS3, PS4, XOne, X360, Switch e PC

Vila em Skyrim.

É difícil saber por onde começar na hora de falar de algo tão grandioso, divertido e marcante quanto ele, The Elder Scrolls V: Skyrim. Skyrim era provavelmente o RPG offline mais megalomaníaco lançado até aquele momento, com centenas de horas de conteúdo pra jogar e uma liberdade impensável para um game desse formato até ali. Era uma quantidade absurda de missões, calabouços, poderes e armas pra encarar e uma infinidade de livros e histórias paralelas que recheavam o folclore desse mundo pra você descobrir.

A raça que você escolhia determinava forças, fraquezas e como você seria tratado pelos NPCs, mas não havia amarras como sistemas de karma ou classes. Como você decidia jogar é que moldava sua jornada. Para ser um mago ou guerreiro, bastava começar a agir como tal enquanto suas habilidades específicas para este fim iam crescendo com a experiência ganha. Para ser um mocinho ou um assassino, era só começar a agir como tal e possibilidades diferentes eram apresentadas, como entrar pra Irmandade Sombria ou destruir ela.

Pela quantidade de coisas dinâmicas rodando ao mesmo tempo e comparado aos outros RPGs daquela geração, Skyrim tinha um visual impressionante. O mundo era vivo e os NPCs interagiam entre si e às vezes até brigavam entre si organicamente. Exceto pelo protagonista, todos os diálogos contavam com voz, o que era ainda era meio raro na época.

E, ainda sobre som, The Elder Scrolls V tem uma das minhas trilhas sonoras favoritas de todos os tempos. As músicas Dragonborn e Far Horizons são coisa de outro mundo. É um dos melhores RPGs já feitos e, de acordo com esse Rankeado, o melhor jogo de 2011.