Final Fantasy já apresentou inúmeros personagens inesquecíveis desde o lançamento do primeiro jogo, em 1987. Cloud, Aerith, Terra, Celes, Squall, Zidane, Vivi, Tidus; você provavelmente já ouviu esses nomes algumas vez na vida. Certo? 

Abaixo, o The Enemy ranqueou todos os protagonistas na história da série principal de Final Fantasy (os jogos numerados, portanto), do pior ao melhor. Aliás, sinta-se à vontade para deixar uma lista própria nos comentários.

15. Guerreiros da Luz (FFI)

Personagens de Final Fantasy I.

Lá no primeiro Final Fantasy, o conceito de narrativa em jogos ainda não era dos mais elaborados. Portanto, os heróis principais eram simples personagens genéricos que você encontraria em qualquer RPG. A ideia era que o jogador se sentisse o próprio personagem, então, não havia muito motivo para desenvolver os membros da party além de atributos básicos. Vamos manter esse pessoal aqui na base da lista.

14. Firion (FFII)

Firion em Final Fantasy II.

O segundo Final Fantasy fez progresso em relação ao primeiro, já que Firion pelo menos tinha um nome. Contudo, estamos falando de outra história que é extremamente simplória, então, não há muitos motivos para gostar ou desgostar do protagonista. Ele apenas existe e nós o controlamos.

13. Luneth (FFIII)

Luneth em Final Fantasy III.

Escolher entre Luneth e Firion é até complicado, já que os dois possuem os mesmo problemas e qualidades. Ou seja, há pouco desenvolvimento e ambos são simplesmente bonzinhos. Vamos manter Luneth acima de Firion apenas por uma questão de contexto: a história de FFIII é um pouco mais rica do que a de FFII. Querendo ou não, isso pode indicar que o protagonista é ligeiramente menos indiferente.

12. Bartz Klauser (FFV)

Bartz em Final Fantasy V.

Final Fantasy V é um bom jogo, quando pensamos em mecânicas dentro do contexto da época, mas a história era um retrocesso em relação ao game anterior (cujo protagonista ainda aparecerá nesta lista). Com um passado menos genérico e uma noção de amadurecimento conforme o enredo se desenvolve, Bartz com certeza é uma evolução notável em relação aos protagonistas dos três primeiros jogos, mas isso está longe de justificar uma posição mais alta nesta lista.

11. Serah Farron (FF XIII-2)

Serah em Final Fantasy XIII.

O universo da trilogia Final Fantasy XIII não está entre os mais amados pelos fãs. Embora os jogos fossem muito bonitos (e sejam até hoje, em alguns casos), a história deixava a desejar. Isso acontecia, em parte, porque os personagens não eram tão originais ou interessantes. A própria Serah, que serviu apenas como coadjuvante em Final Fantasy XIII, é a clássica pessoa fofa e adorável sem muita profundidade. Tudo na vida dela gira em torno de outra pessoa, seja Snow ou Lightning, mesmo quando ela se torna a protagonista, em FF XIII-2. Individualmente, é difícil apontar nuances a respeito de Serah. Ainda assim, ela é legal o bastante para nos preocuparmos com o futuro dela.

10. Vaan (FFXII)

Vaan em Final Fantasy XII.

O passado e as motivações de Vaan são fortes o bastante para que os jogadores entendam como ele acabou escolhendo seguir o caminho que seguiu. A introdução do jogo, especificamente, faz um trabalho espetacular ao apresentar algo que, indiscutivelmente, colocaria qualquer pessoa contra o império. Infelizmente, no entanto, a partir do momento em que jogadores passam a controlar Vaan, outras pessoas muito mais interessantes surgem na história, como Balthier e Ashe. Ele se torna apenas uma criança deslumbrada em meio a adultos com ideais muito bem determinados. De qualquer forma, é difícil não se encantar pelo menos um pouco com os momentos de simples amizade entre Vaan e Penelo, uma dupla que pode fazer você se lembrar dos próprios amigos.

9. Lightning (FFXIII)

Lightning em Final Fantasy XIII.

A jornada completa de Lightning compensa pela não tão positiva primeira impressão que a personagem passa aos jogadores no primeiro Final Fantasy XIII. De certa forma, ela era apenas uma terceira versão do arquétipo de protagonista que se iniciou com Cloud, foi replicado em Squall e retornou em Lightning. Mesmo sendo um tipo de personagem que já não era novo, os poucos momentos em que Lightning decide ser mais compreensiva e menos fria são excelentes, já que demonstram o crescimento da personagem ao longo da história e o motivo pelo qual podemos confiar na protagonista, cujo amor pela irmã está no centro da história desde o primeiro segundo.

8. Yuna (FFX-2)

Yuna em Final Fantasy X-2.

Descobrir qual era o verdadeiro destino de Yuna, provavelmente, foi um choque para todas as pessoas que um dia jogaram Final Fantasy X. Aquele nível de altruísmo, mesmo que consequente da ignorância de como realmente funcionava a sociedade do jogo, é digno de admiração, sem dúvida alguma. No entanto, por mais que ela fosse extremamente interessante e até misteriosa em FFX, parte disso se perdeu em FFX-2, que era uma continuação quase passível de ser classificada como paródia. Os poucos momentos mais sérios de FFX-2 ressaltavam as qualidades já conhecidas de Yuna, que se tornou muito mais independente do que era em FFX. Contudo, durante uma parte considerável da história, ela age de maneira estranhamente alegre com as demais personagens e vive situações não tão memoráveis.

7. Tidus (FFX)

Tidus em Final Fantasy X.

Muito mais estridente e irritante do que Vaan, Lightning e Yuna, Tidus leva a melhor em comparação com os protagonistas anteriores por um motivo simples: o desfecho da história de Final Fantasy X. Todo o mistério em torno do passado de Tidus e a eventual descoberta da verdade evocam sentimentos muito mais poderosos do que as simples jornadas de Yuna, em Final Fantasy X-2, Vaan, em Final Fantasy XII, e Lightning, em Final Fantasy XIII. Aquele menino, que parecia tão deslocado e insuportável, passa a fazer sentido quando você analisa o contexto. Então, embora as personalidades dos demais sejam menos incômodas, é fato que o desenvolvimento de Tidus é mais complexo e marcante.

6. Noctis Lucis Caelum (FFXV)

Noctis em Final Fantasy XV.

A importância de se apegar aos personagens para curtir a história deve ser até maior em Final Fantasy XV do que em todos os jogos listados até o momento. Não à toa, o cuidado com trabalhar bem a relação entre Noctis e os demais personagens rendeu ótimos frutos, ainda que a história não saiba lidar tão bem com o desenvolvimento dos coadjuvantes fora da party.

Noctis pode até ser um príncipe com visual meio emo, mas as tragédias presenciadas por ele e a maneira como ele lida com perdas tão significativas, além do fato de que ele raramente evita demonstrar os próprios sentimentos quando está com amigos, o tornam um personagem bastante distinto dentro da franquia Final Fantasy.

As fragilidades dele estão expostas ao longo da história, sabemos exatamente pelo que ele está passando e podemos nos identificar mais facilmente do que em outras situações. Noctis merece respeito, mesmo que o jogo dele não seja dos melhores.

5. Cecil Harvey (FFIV)

Cecil em Final Fantasy IV.

A crise de identidade enfrentada por Cecil em Final Fantasy IV mostra o tanto que a franquia evoluiu após apenas três jogos. Depois de seguir ordens por tanto tempo em detrimento dos interesses e até da felicidade de outras pessoas, ele se vê em uma situação na qual não sabe mais como se sentir a respeito de quem se tornou e do que está fazendo.

Leva tempo até que ele se reencontre e volte a acreditar verdadeiramente em si mesmo, sabendo que está trilhando um caminho do qual não precisa se envergonhar. Os dilemas de Cecil podem até ter sido superados pelos de outros personagens que apareceram em jogos posteriores, mas esse protagonista representa uma revolução para a maneira como a franquia passou a lidar com os componentes humanos de cada história.

4. Squall Leonhart (FFVIII)

Squall em Final Fantasy VIII.

À primeira vista, Squall era apenas mais um Cloud. Ou seja, uma pessoa que não sabia lidar muito bem com interações sociais e escondia uma profunda insegurança. Embora esses dois aspectos da personalidade dele sejam reais, toda a jornada de Final Fantasy VIII gira em torno do amadurecimento desse protagonista, que parece genérico quando o conhecemos, mas se torna alguém com quem pessoas introvertidas podem se identificar facilmente.

Não deixe que o comportamento dele o faça pensar que ele não liga para coisa alguma. Muito pelo contrário: esse é só um mecanismo de defesa para que ele se proteja dos demais e até do jogador, que só vai entender esse protagonista mais a fundo quando vir o desfecho da jornada.

3. Zidane Tribal (FFIX)

Zidane Tribal em Final Fantasy IX.

Dentre todos os protagonistas extrovertidos e alegres de Final Fantasy, Zidane Tribal com certeza foi quem se destacou de maneira mais positiva. Ele não apenas esbanja simpatia como também esconde uma escuridão que pode levar ao fim de toda a vida no planeta. Ver esse ladrãozinho cheio de si com rabo de macaco descobrir a verdade sobre as próprias origens e criar laços com personagens que lidam com diferentes crises existenciais é emocionante do começo ao fim.

Em determinados momentos, ele é apenas um menino normal tentando convencer uma princesa a sair com ele. Em outros, ele é o amigo de quem Vivi precisa para não abandonar a esperança. Por fim, ele pode ser também alguém que, para evitar prejudicar os demais, os afasta da maneira mais rude possível. Conhecer cada aspecto da personalidade de Zidane é simplesmente sensacional.

2. Terra Branford (FFVI)

Terra Branford em Final Fantasy VI.

Normalmente, ouvimos dizer que Final Fantasy VI não tem um protsgonista. Isso é verdade, mas Terra acabou se tornando a personagem com mais destaque em materiais de divulgação e até mesmo jogos que misturam representantes de diferentes Final Fantasy (é o caso de Dissidia, por exemplo). Inclusive, tal qual acontece com boa parte dos personagens de Final Fantasy VI, o desenvolvimento de Terra é extremamente marcante.

A perda da memória, o período em que serviu como uma espécie de escrava, o despertar dos próprios poderes, a compreensão a respeito da própria ancestralidade, o fracasso na luta contra o mal e a batalha para reencontrar forças e tentar outra vez. Terra passou por tudo isso ao longo da história de Final Fantasy VI e cabe ao jogador fazer com que ela volte a ter vontade de proteger as pessoas após a party sofrer uma tremenda derrota.

Se você a ignorar no Mundo Arruinado, nunca saberá o que aconteceu com essa promissora heroína, cujos poderes estão muito acima do resto da party. Terra é uma personagem extremamente dramática e cativante, que nos lembra de que muitas derrotas serão inevitáveis, mas devemos seguir em frente e encontrar razões pelas quais lutar.

1. Cloud Strife (FFVII)

Cloud em Final Fantasy VII.

A verdade é que qualquer personagem poderia ocupar essa posição dependendo de quanto cada jogador se identifica com cada um deles. Contudo, vamos colocar Cloud Strife em primeiro lugar porque a grande revelação de Final Fantasy VII a respeito da história desse protagonista é simplesmente fenomenal.

Enquanto a crise de identidade de Cecil, por exemplo, pode ser encarada como algo mais metafórico, a situação de Cloud é literal. As memórias dele não são confiáveis. A personalidade real dele não é aquela que conhecemos no início da história. Inclusive, no Final Fantasy VII original, de 1997, é uma missão do jogador fazer com que Cloud volte a distinguir as verdadeiras memórias dele daquilo que passou a fazer parte de quem ele é por acidente.

Os traumas que sofreu são fortes o bastante para que Cloud fique paralisado por muito tempo, incapaz de se comunicar e até mesmo de pensar por si mesmo, ao que tudo indica. O psicológico destruído de Cloud e a busca por quem ele realmente é o tornam um dos personagens mais complexos e marcantes na história de Final Fantasy, algo inesperado para quem parecia apenas um herói arrogante sem muita noção de como falar com as pessoas.