É difícil não se perguntar, de vez em quando, por que tantos estúdios usam a marca Resident Evil para criar filmes genéricos com zumbis. O apego ao material original, nitidamente, não existe. Então, qual é a questão? Atrai tanto público assim mesmo? Mesmo depois daqueles filmes horrorosos? Não é possível...

Garrafa da Umbrella.
Netflix.

Faria sentido investir uma grana para obter os direitos de adaptar a série da Capcom se os responsáveis soubessem o que fazer com esse universo. Contudo, o que costuma acontecer é: os roteiristas e produtores se aproveitam de alguns símbolos conhecidos de RE e destroem ou ignoram aquilo que os fãs realmente gostam.

Na mais recente prévia da Netflix, é difícil não reparar que Resident Evil: A Série parece seguir exatamente pelo mesmo caminho. Temos logos da Umbrella, o nome Albert Wesker e zumbis. Elementos que remetem, sim, ao material original, mas não parecem ir além do easter egg.

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Para começo de conversa, Wesker sempre foi um completo maluco. Aquele tipo de ser humano desprezível que os roteiristas nem fazem muita questão de desenvolver para além da psicopatia. É difícil convencer alguém de que aquele cara, que passou muitos jogos como o antagonista principal da série, poderia ser um bom pai.

Wesker olha para o ratinho.
Netflix.

Se existe alguma esperança para o Wesker da série, interpretado pelo sempre simpático Lance Reddick, a chance da adaptação está em uma potencial revelação de que ele nunca se preocupou com as filhas e é o verdadeiro vilão da história. Não custa sonhar.

Mesmo sendo um universo paralelo (no sentido de não canônico, porque contradiz acontecimentos dos jogos), é tão, mas tão difícil engolir um Wesker bonzinho. Ou pior: um Wesker que vai parecer maldoso e, depois, se arrepender ao enfrentar as filhas. Temos de torcer para que a Netflix seja muito corajosa com esse roteiro, criando um drama familiar sem espaço para reconciliação... Mas isso parece bastante improvável.

Zumbis de Resident Evil: A Série.
Netflix.

Pelas tomadas com zumbis, além dos famosos closes com caras e bocas forçadas, típicos de séries adolescentes da Netflix, é difícil comprar a ideia de que é um produto à altura da franquia Resident Evil. Os cenários, os monstros. Tudo se encaixar em literalmente qualquer franquia com temática semelhante. Exceto pelos logos da Umbrella.

O teaser mal tem um minuto, então, talvez sejamos surpreendidos com uma boa adaptação quando os episódios chegarem, de fato, à Netflix, em 14 de julho. Mas parece extremamente improvável.