Resident Evil está entre as séries mais amadas na história dos jogos. Desde 1996, quando o primeiro game foi lançado para PlayStation, a franquia evoluiu tanto na linha do tempo principal quanto em spinoffs, filmes e seriados televisivos com Leon, Claire, Jill, Chris e mais.

Na lista abaixo, o The Enemy ranqueou todos os Resident Evil, do pior ao melhor. Obviamente, cada pessoa prefere um título, então, sinta-se à vontade para deixar uma lista própria nos comentários. Apenas tentem não colocar nosso último lugar em primeiro... Mentira. Pode fazer isso, sim.

13. Resident Evil 6 (2012)

Jake e Sherry fugindo.

Não é lá grande controvérsia dizer que o patinho feio da série principal é Resident Evil 6. Apesar do visual impressionante para a época e da quantidade de conteúdo — afinal, são quatro campanhas em um único game —, o tom do jogo não poderia ser mais distante do que se espera de um bom RE. Em alguns momentos, o game ser um shooter. Em outros, tenta ser terror de sobrevivência. No final, é um grande bolo aleatório.

Isso sem contar problemas técnicos como a locomoção desengonçada, excesso de ações roteirizadas, câmera ruim, interface de usuário ruim, paredes invisíveis no cenário e por aí vai. É como se os desenvolvedores estivessem tentado fazer coisas demais, mas nada foi feito direito.

Os diálogos e a história são piores do que normalmente se vê na série e, apesar de Resident Evil 6 ser divertido de jogar em multiplayer co-op — se você abraçar a galhofa —, os desenvolvedores se distanciaram demais do que faz a série especial. Pelo menos, esse jogo foi tão péssimo que fez a Capcom repensar todo o futuro da série e voltar às raízes dela alguns anos depois.

12. Resident Evil 0 (2002)

Rebecca Chambers em RE0.

Resident Evil 0 tentou diversificar a jogabilidade do remake do RE original, que foi lançado alguns meses antes, com a novidade de controlar dois personagens em vez de um. Sem muitas inovações além disso, o jogo acabou meio esquecido no churrasco — por esse motivo e por ter ficado quase 15 anos preso apenas no GameCube.

Ainda existe a questão da mudança do inventário. O jogo simplesmente não tem o tradicional baú e traz problemas constantes para o coitado do jogador, que precisa ficar deixando os itens espalhados pelo mapa e tentando lembrar onde é que deixou a cura ou a munição. É um pesadelo.

Em termos de história, o jogo também é bem fraquinho. A trama tem elementos meio fantásticos e é movida por um vilão péssimo, além de não agregar muito no folclore da franquia. Os eventos de RE0 soam mais como filler do que como prólogo. Dito isso, o visual do jogo é muito bonito para a época — os melhores fundos pré-renderizados da série — e a dinâmica de controlar uma dupla realmente é interessante.

11. Resident Evil 3 Remake (2020)

Jill no trem.

O remake do terceiro jogo gerou sentimentos conflituosos em muitos dos fãs antigos de Resident Evil. Por um lado, foi incrível ver as ruas de Raccoon City atualizadas, o visual dos zumbis e uma versão mais humana da Jill, que sofre com traumas psicológicos do que aconteceu na Mansão Spencer.

Mas, ao mesmo tempo, algumas alterações não foram legais. O trecho das ruas de Raccoon, que é a parte mais legal da campanha, foi super encurtado e não tem vários lugares legais como a prefeitura, o parque, o cemitério e vários acontecimentos marcantes que rolavam ali. Os encontros com o Nemesis são facilmente evitáveis e não geram a mesma tensão do original — muito menos a ansiedade causada por Mr. X no remake anterior.

10. Resident Evil 5 (2009)

Chris sendo atacado.

Resident Evil 5 é cheio de situações absurdas, ação desenfreada e momentos que parecem ter saído de um filme ruim. O jogo se aproveita de uma versão mais frenética do design de Resident Evil 4, que já era mais orientado para a ação, e, na maior parte do tempo, RE5 nem parece ser parte da franquia.

Mas… Também é um jogo muito competente como shooter e tem um multiplayer cooperativo muito divertido. O visual era de cair o queixo na época e todo o projeto poderia ser considerado uma conquista técnica. Resident Evil 5 é um ótimo jogo. Apenas não é um bom Resident Evil.

9. Resident Evil (1996)

Início do primeiro RE.

Tudo começou em 1996, com uma ideia ousada e muitas limitações. Resident Evil não inventou o terror nos videogames, mas definitivamente consolidou o gênero. O jogo trazia inspirações de Sweet Home e Alone in the Dark, misturando junto os zumbis de George Romero e o tempero de histórias policiais dos anos 1990. Tinha câmera fixa, controle de tanque, inventário pequeno, checkpoints manuais e limitados. Tudo para dificultar a jornada e automaticamente aumentar a tensão de quem estava jogando.

O Resident Evil original não envelheceu muito bem — tanto que, apenas oito anos depois, o jogo ganhou um remake que, hoje, é o que a Capcom considera o início da jornada —, mas o impacto que ele causou na indústria e no entretenimento de forma geral nunca pode ser esquecido.

8. Resident Evil: Code Veronica (2000)

Claire em Code: Veronica.

Code Veronica traz uma série de novidades e continua a história da Claire procurando pelo Chris — e lidando com o companheiro mais irritante da franquia, que é Steve Burnside.

Esse foi o primeiro jogo da série a trazer um pouco mais de ação para a franquia, com momentos como a abertura inspirada em filmes do John Woo. Outras novidades são os cenários renderizados em tempo real, a câmera ficando em um meio termo entre fixa e dinâmica e também um temperinho de estranheza nos inimigos.

Alguns rumores da história dos games dizem que Code: Veronica é que deveria ter sido o Resident Evil 3 oficial, mas isso mudou no meio do caminho. Porém, apesar do nome, ele é considerado um jogo da linha principal, em vez de derivado, e é um dos preferidos dos fãs.

7. Resident Evil 3: Nemesis (1999)

Jill cercada em Resident Evil 3.

Apesar do Resident Evil 3 original ser meio parecido com Resident Evil 2, o jogo expande muito a experiência e traz uma série de novidades em gameplay. Tem a inclusão de movimentos novos, confecção de munição, adição de barris explosivos no mapa e escolha de ações que podem levar a outras áreas. Os zumbis passaram a andar em hordas e você pode explorar as ruas de Raccoon que o jogo anterior ainda não deixava.

Mas o coração de Resident Evil 3 é Nemesis, que é uma arma biológica implacável que persegue você ao longo do jogo inteiro. Por isso, mesmo RE3 se passando em lugares abertos e sendo mais rápido, ele ainda gera ansiedade, paranóia e medo.

6. Resident Evil 7 (2017)

Jack Baker atacando Ethan.

É impressionante como Resident Evil 7 é tão diferente de tudo na franquia ao mesmo tempo em que traz uma sensação muito parecida com a do jogo original. Ambos começam em uma mansão cheia de monstros e depois vão para o subsolo, têm uma série de quebra-cabeças e deixam o jogador se sentindo indefeso durante boa parte da campanha enquanto você precisa gerenciar itens com cuidado.

RE7 foi uma tentativa bem ousada da Capcom em revitalizar a franquia voltando às origens, mas mudando a perspectiva para a câmera em primeira pessoa e introduzindo um clima que mistura horror gótico sulista e terror slasher. Os problemas do jogo ficam por conta da jogabilidade lenta e truncada, além do novo protagonista, Ethan, ser meio sem sal.

5. Resident Evil 2 (1998)

Leon na loja de armas.

Dentre os primeiros jogos, talvez o mais amado seja Resident Evil 2. A sequência expande tudo que o original fez, mudando o complexo da mansão para uma cidade, inovando com novas mecânicas, uma história mais ambiciosa e uma variedade bem maior de inimigos e transformando a trajetória da dupla de protagonistas em realmente duas campanhas complementares.

Ali que Leon e Claire viraram os queridinhos dos fãs e a Umbrella foi consolidada como a maior antagonista da franquia. RE2 foi um sucesso absoluto de crítica e vendas e trouxe muito mais popularidade para a série.

4. Resident Evil Village (2021)

Chris em Village.

Apesar de ter mais munição, mais combate e cenários a céu aberto durante o dia, esse não é um jogo de ação frenética. Frequentemente, você vai se sentir indefeso — e o trecho mais assustador que de toda a franquia está em Village. Por isso, é possível que tanto os fãs do combate intenso quanto do horror de sobrevivência mais cadenciado fiquem satisfeitos.

Para quem tinha medo de que RE8 estivesse desconexo demais da série e não parecesse mais Resident Evil, calma. Pelo menos em gameplay e atmosfera, Village não decepciona e consolida uma das melhores eras da franquia.

3. Resident Evil 2 Remake (2019)

Zumbi ataca Leon.

Os três primeiros lugares são sempre os mais difíceis de organizar, mas vamos dar o bronze para o remake de Resident Evil 2. Esse jogo é visualmente soberbo e traz personagens e narrativas mais próximas da linha mais "crível" de Resident Evil 7 em vez do festival de galhofa tradicional da série.

Esse, provavelmente, é o Resident Evil mais assustador da série, graças aos ambientes escuros e ao gigante que fica no seu encalço. O Mr. X é um dos maiores acertos dessa nova versão e um gerador de ansiedade. Ele é um inimigo imprevisível que te segue ao longo de todo o trecho do departamento de polícia em vez de apenas alguns momentos roteirizados.

Tudo é muito diferente, mas, ao mesmo tempo, extremamente familiar. Contudo, um problema aqui é que, enquanto o jogo clássico tinha dois cenários com histórias que se complementavam, o remake perde a chance de ouro de consolidar um novo cânon e traz um segundo cenário — ou uma segunda run, como eles chamam — que entra em conflito com a primeira run. Em outras palavras, a segunda campanha ao mesmo tempo que traz eventos inéditos, repete outros eventos de um jeito em que a história fica sem coesão ou consistência. Exceto por isso, esse é um dos melhores remakes já feitos na história dos games.

2. Resident Evil 4 (2005)

Monstro de espinhos em RE4.

Resident Evil 4 é o jogo da série que mais arriscou, abandonando praticamente tudo o que era sagrado, pra reinventar o que a saga significava. A perspectiva da câmera e a abordagem de combate mudaram, foi introduzido um tipo de "sistema de progressão" em que você faz upgrades no inventário ao interagir com um mercador e, é evidente, em vez de Umbrella e zumbis do George Romero, você está na Espanha enfrentando aldeões zumbificados e membros de um culto sinistro.

Os cenários são muito diferentes dos jogos anteriores e incrivelmente bonitos e sinistros, com um design de mapas que deixa de lado o backtracking para apostar em um caminho linear que a história divide em capítulos. A trama, apesar de nonsense como sempre, traz um Leon sarcástico e canastrão, além de ter um ritmo excelente. De quebra, tem ainda duas minicampanhas complementares da Ada, e uma delas funciona quase como os cenários A e B do Resident Evil 2 original.

Por conta disso, Resident Evil 4 funciona como um soft-reboot da franquia, como 7 seria de novo 12 anos depois. Essa diferença foi a bênção e a maldição da série, já que depois disso RE entrou em uma baita crise de identidade.

01. Resident Evil Remake (2002)

Barry e Jill no remake.

Agora… O que é fundamental em um bom Resident Evil? Muitos diriam que é preciso ser mais do que um bom game. Tem de ser também um bom survival horror, com bom level design, bons quebra-cabeças e um bom esquema de gerenciamento de itens.

Provavelmente, nenhum outro jogo da franquia faz tudo isso tão bem quanto o remake do primeiro Resident Evil.

Esse foi um jogo feito em apenas um ano e a menos de uma década após o lançamento do original, em uma tentativa de migrar a série do PlayStation para o GameCube. O remake era para ter sido apenas uma remasterização com os mesmos cenários feitos de imagens pré-renderizadas de altíssima qualidade e modelos de personagens muito detalhados, mas sem alterações no conteúdo da campanha ou na jogabilidade.

Pouco tempo antes do lançamento, a equipe de desenvolvimento resolveu que seria melhor surpreender os jogadores mudando itens e ameaças de lugar, ajustando mecânicas e inserindo mais história. Por isso o remake tem controles mais responsivos e algumas adições mecânicas das sequências, como o giro rápido e o subir de escadas livre de Resident Evil 3.

Foram ainda adicionados itens de defesa consumíveis, os terríveis zumbis crimson heads, novas áreas, novos quebra-cabeças e a história da Lisa Trevor. Esse jogo envelheceu muito bem e a única coisa que poderíamos mudar nele já foi resolvida pela versão HD de 2015: a opção de trocar a movimentação de tanque para controles de movimento atuais.

Resident Evil Remake é um clássico eterno que preserva de um jeito infalível o que torna a franquia especial e, por isso, está em primeiro lugar.