Raiden, o Deus do Trovão na mitologia de Mortal Kombat, está entre os personagens mais importantes dos jogos. Normalmente, ele é um cara legal que está disposto a protefer a Terra, custe o que custar. Contudo, existem algumas versões um tanto surpreendentes e ruins do mestre de Liu Kang e Kung Lao.

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Todos conhecem o Raiden Corrompido de Mortal Kombat 11 e da era 3D. Contudo, nem mesmo aquele Raiden era tão inconsequente e indiferente às vidas dos humanos quanto a versão que conhecemos lá no primeiro jogo, lançado em 1992.

Faça o seguinte: escolha Raiden e zere o a torre do primeiro Mortal Kombat com ele. Em seguida, aparecerão duas telas contando o final do personagem. Preste muita atenção às palavras que constam ali. Sério, vale a pena.

Primeira tela do final de Raiden.

"A vitória de Raiden não foi uma surpresa para o próprio lutador. Ele nunca se impressionou com a feitiçaria de nível inferior do Shang Tsung, a força bruta de Goro ou o desafio proporcionado pelos outros participantes", consta no texto acima, que é da primeira tela do final de Raiden. Sentiu?

Tudo bem, você pode até dizer que não há muito com o que se preocupar. Afinal, ele demonstra um pouco de arrogância, mas isso está longe de ser um crime. E, de fato, se ele é um Deus, dificilmente existiria motivo para se preocupar com os concorrentes humanos ou mesmo um feiticeiro idoso... Então, por que ele participou? Só pra humilhar as pessoas?

Não exatamente. Na verdade, seria até melhor se fosse o caso. Ele venceria, se cansaria da disputa e iria embora numa boa. Mas é claro que isso não foi tudo o que aconteceu, não. Ele decidiu prolongar o torneio com um pessoal bem perigoso.

Segunda tela do final de Raiden.

"Ele logo se entediou com a competição mortal e convidou outros deuses para participar do torneio. As batalhas seguintes ocorreram por anos. E as guerras resultaram na destruição final do nosso mundo. Tenha um bom dia."

Olha só que incrível! Não bastasse a presunção, Raiden, sem o menor respeito pela vida humana, criou um Mortal Kombat apenas de deuses, o que inevitavelmente levou à destruição de tudo. Mesmo que um torneio entre deuses seja, sim, algo que muita gente gostaria de ver, digamos que não valeu muito a pena.

Isso deixa claro que Raiden nem sempre foi imaginado como um herói sem falhas, de forma alguma. Aparentemente, a primeira versão do personagem era justamente o oposto do protetor do reino da Terra.

Apesar desse final trágico não ser canônico, existe um acontecimento real na mitologia de Mortal Kombat que envolve Raiden destruindo uma civilização inteira. Na abertura de Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero, como quem jogou essa pérola deve se lembrar, Quan Chi narra uma batalha travada entre o bem (Raiden) e o mal (Shinnok), que levou à destruição da Terra, mil anos atrás.

Pode até não ter a ver com o final de Raiden narrado no primeiro jogo, mas é curioso como, ao longo da história de Mortal Kombat, detalhes de finais não canônicos são reaproveitados para narrar histórias canônicas. Isso se repete em muitos outros exemplos que o The Enemy pode trazer aqui, eventualmente.

Além disso, é bom lembrar que o perfil de Raiden que aparece no início de Mortal Kombat I aponta para uma personalidade muito menos doentia do que a do final não canônico. Ele era apenas um deus misterioso que Shang Tsung fez questão de convidar pessoalmente para participar do Mortal Kombat. Pensando agora, inclusive, isso seria um baita de um erro. Quem chama o Deus do Trovão pra porrada e espera sair vitorioso?!