Pimeiro e único jogo estrelado por Rebecca Chambers, Resident Evil 0 mudou a franquia em alguns aspectos. Mecanicamente, por exemplo, foi o título responsável por eliminar os baús em que itens eram guardados ao longo da campanha, algo que divide os fãs até hoje. Ao mesmo tempo, o título se recusou a abandonar algo que jogos posteriores deixaram de lado completamente: as câmeras fixas.

NPC morto em Resident Evil.

Em si, isso não é um mérito ou mesmo um problema. Quando a famosa câmera na altura do ombro chegou, com Resident Evil 4, ela se tornou o novo padrão para toda a indústria, é verdade. Era algo novo e surpreendente para jogos com bastante ação. Contudo, havia muito o que se apreciar também nos games em que quem jogava estava à mercê do mundo em vez de no controle de cada quadro.

Primeira sala de save do trem.

Último jogo da série principal a contar com câmeras fixas, Resident Evil 0, lançado primeiro para o GameCube, em 2002, apenas alguns meses depois de Resident Evil Remake, talvez represente o ápice desse estilo posteriormente abandonado pela Capcom. Os quadros oferecidos aos jogadores eram, frequentemente, encantadores; talvez até mais que aqueles vistos no próprio Resident Evil Remake (embora a disputa seja acirrada).

Billy no andar superior do trem.

Seja no trem, onde o jogo começa, ou no centro de treinamento para onde Rebecca e Billy se encaminham após os primeiros minutos de Resident Evil 0, não faltam cenários em que a composição artística é inacreditável. Efeitos de iluminação que dão mais textura para os objetos e destaque para pequenas fontes de luz, modelos de personagem que indicam finais violentos para os autores das notas que encontramos; ainda que algumas ideias de jogabilidade possam frustrar os fãs de jogos mais antigos ainda, como a própria mecânica de alternar entre Rebecca e Billy, é impossível, se você gosta das câmeras fixas dos primeiros três jogos, não reconhecer as qualidades artísticas distintas de Resident Evil 0.

Chegada da dupla ao centro de treinamento.

Não que os jogos atuais da série sejam inferiores a ele, muito pelo contrário. Títulos recentes, como Resident Evil 4 Remake e Village são maravilhosos. Muito superiores, em nível técnico, aos antecessores, obviamente. Ainda assim, é impressionante como, mesmo mais de 20 anos depois do lançamento de Resident Evil 0, essa joia que ficou presa por tanto tempo no GameCube ainda consegue cativar os olhos de quem se entrega à jornada, que talvez seja uma das mais divisivas em toda a franquia.

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Talvez a Capcom nunca volte ao modelo de câmeras fixas, e é difícil argumentar a favor de um retorno a esse estilo clássico quando, nitidamente, permitir que jogadores controlem a câmera está mais de acordo com o mercado contemporâneo. Felizmente, entretanto, ainda é possível reviver os acontecimentos de Resident Evil 0, de maneira oficial, em todas as plataformas. Só é uma pena que a trilogia original nunca tenha sido relançada no modelo clássico, a não ser pelo primeiro Resident Evil, disponível no PS Plus.


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