Reprodução: Warner Bros./Naughty Dog
The Last of Us da HBO adapta Left Behind com muita delicadeza e sentimento
No comando da diretora Liza Johnson, série faz boa troca de perigo por doçura
O DLC Left Behind ganhou um episódio dedicado na série de The Last of Us do HBO Max – e o resultado é, com certeza, uma excelente adaptação da história de Ellie e Riley.
Os fãs devem ter percebido que a exibição do domingo (26) retrata a história da expansão com bem menos perigo, visto que as ameaças encontradas no shopping – incluindo humanos e Infectados – foram quase totalmente cortadas.

Ainda sim, é difícil não concordar que o resultado é positivo, e com sobra. O episódio de Left Behind é dirigido por Liza Johnson, de Return (2011) e Room 104 (2018) – e ela teve bastante sucesso em retratar o amor de duas jovens com muito cuidado.
Pelo olhar de Ellie e Riley, um shopping abandonado se torna um verdadeiro parque de diversões, um mundo mágico que é palco da euforia e inocência de duas adolescentes.

Elas querem viver tudo o que a vida tem a proporcionar, e é difícil assistir sem um sorriso no rosto. A química entre Bella Ramsey (Ellie) e Storm Reid (Riley) e a entrega individual das duas atrizes é eficaz em derreter os espectadores.
E o tufão de vida que motiva as personagens torna ainda mais comovente e angustiante a tragédia que frustra seus planos.

O sétimo episódio também é mais uma amostra do quanto a série se esforça para agradar os fãs com easter eggs e referências.
É o exemplo da faixa de Pearl Jam, que toca na sequência em que conhecemos mais sobre o passado de Ellie na escola da FEDRA em Boston.

A garota que faz bullying com Ellie, chamada Bethany, tem o porte e estilo de cabelo que lembram Abby. E, em cima da cabeceira do quarto, Riley encontra uma fita cassete do Aha! – claro, Take On Me enfim faz sua aparição na série na sequência em que as duas garotas estão extasiadas com a escada rolante.
Também há um pôster de Dawn of the Wolf, filme de lobisomens fictício que adorna o quarto de Sarah e outros locais dos jogos, além do retorno das referências a Mortal Kombat 2.

Inclusive, enfim o público descobre porque Ellie descreveu Mileena com tanto entusiasmo no terceiro episódio da temporada: ela é a personagem com quem Riley joga.
No fim das contas, Riley tem bastante sucesso em proporcionar a “melhor noite da vida” de Ellie.

É adorável perceber que a recruta dos Vagalumes planejou cada detalhe da despedida: ela trouxe cinco dólares para usar a cabine de foto – uma cena que ficou tão adorável quanto ao jogo – e gastou uma tarde inteira para abrir a máquina de moedas para que as duas pudessem jogar arcade a vontade.
O clima romântico do episódio é tão adorável que chega a ser intoxicante. O flerte vem na forma de brincadeiras – como na vitrine da Victoria’s Secret, onde Riley aponta para uma lingerie e confessa: “Acabei de te imaginar usando isso”.

Ellie responde com uma risada sem graça e, conforme a garota se afasta, usa o vidro da vitrine como espelho para arrumar o cabelo.
Por dentro, a Ellie de Bella Ramsey parece inundada de dúvidas e inseguranças – algo que a atriz faz transparecer com seu olhar.

Na mágica cena do carrossel, seus olhos brilham de fascínio pelo brinquedo, mas também pela amiga. Observando-a, ela parece se perguntar se Riley sente o mesmo por ela.
Mais tarde, Ellie fala em voltar para a escola antes do amanhecer, mas Riley a convence a ficar ao dizer que tem um presente para ela. O presente? No Pun Intended: Volume Too – sim, o livro de piadas que a garota tanto gosta.

É então que Ellie vê os equipamentos de Riley, entendendo que o shopping é, na verdade, o posto que os Vagalumes atribuíram à amiga. A noite foi planejada para ser uma despedida, visto que Riley será realocada para a zona de quarentena de Atlanta.
Deixando sua frustração fluir por ser abandonada por Riley novamente, Ellie ensaia ir embora. Mas o arrependimento a detém, e ela reencontra a amiga em uma loja de artigos de Halloween.

Reencostadas no balcão, as duas se reconciliam ao debater sobre suas diferentes ânsias por lar e pertencimento. Concluindo que não poderão ficar juntas, as duas decidem ao menos aproveitar a noite. Elas trocam um beijo envergonhado e doce.
Mas a doçura é logo cortada pela realidade. Um Infectado surge e as duas são mordidas. Presenciamos o puro desespero de duas vidas impedidas cedo demais, e como não desabar diante dessa realização.

Sim, Riley foi a primeira pessoa que Ellie matou – visto que a amiga se transformou e a garota foi forçada a atirar nela.
O roteiro volta para Joel, à beira da morte em um sótão empoeirado. Ellie se recusa a deixá-lo e cria coragem para costurá-lo. Afinal, ela não quer perder mais ninguém.

A adaptação de Left Behind teve o perigo e a aventura enxugados. Pensando friamente, é bastante improvável que o shopping abandonado continha apenas um Infectado.
Porém, a ameaça e violência foram trocadas por delicadeza e sentimento – e, aqui, essa troca foi bastante acertada, resultando em um dos três melhores episódios da temporada. Afinal, até agora, onde The Last of Us mais acertou foram nas tragédias sobre as diferentes formas de amor: Bill e Frank, Henry e Sam e Ellie e Riley.

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The Last of Us retorna com um novo episódio no domingo (5). A série terá avaliação do The Enemy todas as segundas-feiras após as exibições.
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14.06.2013
- Publicadora
Sony
- Desenvolvedora
Naughty Dog
- Censura
16 anos
- Gênero
None