Jogos com visual de anime são uma constante na Bandai Namco. Scarlet Nexus, inclusive, pode não ter chamado a atenção de alguns jogadores quando foi lançado, no primeiro semestre de 2021. Contudo, aqueles que deram uma chance dificilmente se arrependeram.

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Com a opção de começar o jogo no controle de Yuito Sumeragi ou Kasane Randall, Scarlet Nexus oferece duas campanhas distintas complementares. Apesar de eventuais encontros entre os protagonistas jogáveis, cada história é marcada pelos próprios acontecimentos e coadjuvantes.

Kasane e Yuito dão as mãos.
Reprodução: Bandai Namco.

No grupo de Kasane, por exemplo, Kyoka tem um papel gigantesco, assim como Arashi. No de Yuito, Hanabi aparece bem mais. Aliás, se tem algo que pode fazer os jogadores sentirem vontade de finalizar a campanha duas vezes são os personagens.

É fato que existem alguns problemas de design em Scarlet Nexus. A jogabilidade, por melhor que seja quando aprendemos a usar todos os golpes sincronizados, tende a se tornar repetitiva em um curto período de tempo. Resta aos jogadores, portanto, investir na história. E, na boa, vale a pena.

Kyoka, Kasane e Arashi observam o sol.
Reprodução: Bandai Namco.

A equipe de Scarlet Nexus sabia muito bem o que estava fazendo quando decidiu implementar um sistema de amizade por meio do qual quanto mais presentes trocamos com certos aliados, mais próximos nos tornamos deles e, com isso, novos segmentos de história são habilitados.

Pode parecer bizarro (e, realmente, é um pouco engraçado) dar 15 violões para Kagero, por exemplo, apenas para subir o nível de amizade com ele. Mas a construção gradual de uma boa relação com cada um dos aliados se faz absolutamente necessária para os jogadores que amam se apaixonar por personagens. Não no sentido romântico, no caso, mas apenas por nos apegarmos muito a essas pessoas que não existem.

Todos os personagens reunidos.
Reprodução: Bandai Namco.

Mesmo na correria para escrever a análise, na época de lançamento do jogo, me lembro da sensação de só querer zerar quando todos estivessem no nível máximo de amizade com os protagonistas. Até mesmo o Shiden, que é extremamente antipático, entrou na minha lista de pessoas com quem eu queria que a Kasane conseguisse se relacionar bem.

No final das contas, essa é a magia de Scarlet Nexus: os personagens. Se a jogabilidade lhe parecer não muito convidativa ou mesmo a história em si não parecer tão interessante, você dificilmente não vai se deliciar com os pequenos momentos ao lado de amigos fictícios absolutamente cativantes.

Aliás, me pergunto se a Bandai Namco um dia cogitaria uma sequência.