Em uma tarde ensolarada, no saudoso bairro Jardim Teresópolis, de Guarulhos (SP), dois amigos se encontraram. Um deles queria mostrar ao outro este misterioso jogo de Dragon Ball chamado Dragon Ball Z: Budokai 3. Bastaram alguns segundos para que o novato pedisse o disco emprestado e chutasse o tal amigo para fora de casa.

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Foi assim que conheci meu jogo favorito de Dragon Ball. Eu simplesmente não acreditava no que estava vendo.

A possibilidade de sobrevoar um mundo inteiro no modo história (dois, na verdade, se incluirmos Namekusei). O elenco enorme. Mecânicas de combate que exigiam que o jogador adivinhasse quais botões seriam pressionados pelo oponente. Modelos de personagem inacreditavelmente bonitos para a época.

Dragon Ball Z: Budokai 3 era o pacote completo para fãs da obra de Akira Toriyama. Nunca antes eu havia jogado um game com ataques tão grandiosos e destrutivos, acompanhados por cenas intercaladas com jogabilidade e cores tão vibrantes.

Vegeta em Budokai 3.
Dimps/Atari/N0obMaster.

O fato de que bastava apertar um botão para fazer esquivas com o corpo e evitar ataques adversários no maior estilo Dragon Ball — com traços simples substituindo brevemente partes do corpo do personagem atacado, como se ele estivesse se movendo rápido demais — era meu detalhe favorito, com certeza.

Os golpes mais poderosos que destruíam completamente o cenário também era inacreditáveis, e aquele sistema de apertar X ou A na hora certa para conseguir um resultado melhor do que o do adversário na disputa sempre me deixava impressionado. Principalmente, por causa das cenas que rolavam no fundo.

Androide 18 em Budokai 3.
Dimps/Atari/ShadowSaiyan1.

Pensando agora, acho que o modo história de Budokai 3 foi o único cujos segredos fiz questão de descobrir em toda a minha vida. Não sei quantas vezes joguei a história de Goku para habilitar Cooler, Broly e tantos outros personagens, fossem dos filmes ou do anime.

Também perdi horas buscando as esferas do dragão para obter os famosos Breakthrough, que habilitavam todos os golpes e transformações dos personagens, e outras cápsulas especiais — afinal, o combate dependia muito de quais cápsulas eram equipadas no personagem escolhido.

Ataque mais forte de Vegetto.
Dimps/Atari/N0obMaster.

É um tanto frustrante que não existam maneiras legais de jogar Dragon Ball Z: Budokai 3 nas plataformas atuais. Já perdi a conta de quantas vezes procurei, na esperança de que apenas não havia encontrado. O sentimento chega a ser pior do que quando eu ia comprar Budokai 3, mas encontrava apenas Budokai Tenkaichi 3, que eu nunca gostei tanto assim.

Hoje, sou completamente apaixonado por Dragon Ball FighterZ, que jogo todos os meses desde o lançamento. Mesmo assim, não consigo não sentir uma saudade imensa do clássico Budokai 3. Talvez um dia eu volte a jogar. Só espero que não demore tanto assim. Esse jogo era bom demais.