Ghost of Tsushima: Director's Cut é absolutamente encantador

A expressão Director's Cut não é nova, mas se tornou surpreendentemente constante nos jogos. Apenas nos últimos meses, versões de Ghost of Tsushima e Death Stranding com essa denominação foram reveladas, sendo a do jogo situado na ilha japonesa a primeira a ser lançada.

Honestamente, você pode não se sentir tão motivado a fazer esse investimento por inúmeras razões. Preço muito alto, adições não tão relevantes para quem não se apegou muito à história, cenários novos em que os jogadores executarão exatamente as mesmas tarefas. São motivos perfeitamente compreensíveis.

De qualquer forma, pude me aventurar pela nova versão do exclusivo da Sony e devo dizer que me encantei. Até então, confesso que eu não havia me interessado tanto por Ghost of Tsushima. Desde o lançamento do jogo, considerei adquirir uma cópia em certas ocasiões, mas outros títulos se tornaram prioridade.

Comecei a jogatina sem muitas expectativas e sem qualquer conhecimento prévio a respeito da obra. Evidentemente, todas as pessoas que acompanham os principais acontecimentos da indústria sabem que o jogo foi muito bem recebido pela crítica, mas tive a sorte de chegar sem conhecimento objetivo algum sobre a trama ou quão absurdamente maravilhosas eram algumas paisagens mesmo fora do modo fotografia.

Nossa, chega a ser quase inacreditável. Normalmente, priorizo performance em vez de visual, já que gosto da fluidez nas animações de combate e na movimentação muito mais do que do famoso 4K. Contudo, Ghost of Tsushima deu um belo soco na minha cara.

Somente agora, com a versão do diretor, já que nunca joguei a original, pude entender quão visualmente maravilhoso é um mundo aberto no qual o próprio cenário indica o caminho. Seguir um pássaro até uma fonte termal que aumenta a saúde do protagonista, correr junto com as folhas no sentido em que o vento sopra, ver florestas totalmente tomadas por pétalas alaranjadas.

Imagino que a sensação tenha sido igualmente surpreendente para quem teve a oportunidade de jogar Ghost of Tsushima no PS4. É algo mágico. Nunca um jogo me fez admirar tanto um mundo nublado. Ver as nuvens tornando o céu cinza enquanto o azul das fontes termais se destacam em meio à escuridão chega a ser poético.

Por mais indiferente que possa parecer para uma quantidade considerável dos jogadores, sentir aquele mundo por meio da vibração cuidadosamente planejada para o DualSense ajuda a tornar toda a jornada ainda mais imersiva. Poucos são os mundos que me absorveram tanto quanto o de Ghost of Tsushima. No passado recente, inclusive, devo dizer que nenhum chegou sequer perto.

Mesmo agora, após umas boas horas de jogo, olho para as imagens que salvei um tanto chocado. Não é como se os personagens de Ghost of Tsushima fossem tão absurdamente realistas quanto os de The Last of Us. E, em termos de atividades, também está longe de se tratar de um jogo tão recheado quanto um Assassin's Creed (ainda que boa parte do conteúdo, no caso da série da Ubisoft, seja dispensável). Ghost of Tsushima simplesmente tem uma capacidade de nos hipnotizar por toda a composição artística.

Os breves efeitos sonoros que entram enquanto exploramos cada ambiente. A trilha sonora leve, marcada pelo uso constante de instrumentos de sopro, que surge sempre na hora certa. O contraste perfeitamente equilibrado durante a maior parte do tempo. A disposição dos principais objetos e estruturas de cada região.

Ghost of Tsushima: Director's Cut já me marcou muito mais do que eu pensava. Inclusive, me pergunto como você, que teve a oportunidade de jogar o original, conseguiu se adaptar aos combates contra múltiplos inimigos sem uma opção de travar a mira.

Não consigo imaginar qualquer outro jogo tomando o lugar da aventura de Jin Sakai na minha televisão tão cedo. Bom, é verdade que estou revezando esse jogo com o clássico GTA: San Andreas, o que ajuda ainda mais a tornar Ghost of Tsushima deslumbrante, mas o fato continua sendo que essa versão é absolutamente maravilhosa. Se você tiver a chance de jogar, não hesite.