Após vazamentos, anúncio da nova data de The Last of Us Part II era inevitável

Aviso: Este texto não vai discutir o conteúdo dos vazamentos de The Last of Us Part II, apenas o seu impacto no lançamento do jogo. Também não vamos compartilhar links com discussões sobre os spoilers e tampouco publicar os vídeos em respeito ao trabalho da Naughty Dog. Pedimos que os leitores também se abstenham de comentar o conteúdo dos vazamentos na caixa de comentários.

Nesta segunda-feira (27), a Sony anunciou uma nova data de lançamento de The Last of Us Part II: 19 de junho. A nova data veio apenas 25 dias depois de a publisher anunciar que o jogo havia sido adiado indefinidamente como um impacto da pandemia de COVID-19.

É provável que a Sony já estivesse estudando lançar o game neste período, mas havia outras questões de logística, especialmente pela nova data poder afetar outro grande exclusivo da companhia, Ghost of Tsushima, que acabou sendo adiado para julho. É possível, porém, que algo tenha forçado a mão da companhia.

O que mudou no meio do caminho? Um vazamento gigantesco de informações. No último domingo (26), surgiram na internet, de forma anônima, vários vídeos com cenas de gameplay de The Last of Us Part II, incluindo alguns dos principais acontecimentos do jogo.

Embora os vídeos tenham sido divulgados de forma desconexa, foi o suficiente para que comunidades e fóruns já tenham montado um quebra-cabeças, revelando potenciais aspectos-chave da história e, principalmente, da experiência que os jogadores podem ter com o exclusivo de PlayStation 4.

O vazamento veio em um momento crítico na linha do tempo de The Last of Us Part II, já que seu lançamento estava adiado indefinidamente por conta de problemas de logística decorrentes da pandemia do COVID-19.

Um dos principais motivos para o adiamento de The Last of Us Part II foi justamente o cuidado com a revelação da trama e da experiência do jogo. Em uma carta ao público, a desenvolvedora afirmou querer que "todos joguem o jogo na mesma época, garantindo a melhor experiência para todo mundo". Se a empresa lançasse o jogo na data prevista, apenas em formato digital, uma parcela do público com acesso aos spoilers poderia estragar a experiência para quem comprou em mídia física.

Agora, com os vazamentos, o prejuízo, que até então estava calculado pela produtora, fugiu do controle. Sendo assim, a única maneira de mitigar o dano era publicar o jogo, por mais que a Sony não mencione os vazamentos no texto que confirma a nova data de lançamento, feito de forma um tanto impessoal pelo PlayStation Blog.

O vazamento de The Last of Us Part II, e a confirmação de sua nova data, também deve jogar uma pressão ainda maior em cima da equipe de desenvolvimento, cujas experiências com jornadas de trabalho exaustivas - o famoso crunch - já haviam sido reportadas por veículos especializados como o Kotaku.

(Há, inclusive, rumores ainda não confirmados de que o vazamento poderia ter vindo de um ex-funcionário descontente).

Vale lembrar que, antes da pandemia do COVID-19, o jogo já tinha sido adiado uma vez. Anteriormente, The Last of Us Part II estava previsto para sair em fevereiro, mas acabou passando para maio. O diretor do jogo, Neil Druckmann, chegou a declarar que o estúdio precisou optar por esticar o tempo de produção para terminar maneira como a equipe queria (e "reduzir o estresse"), ou comprometer partes do jogo.