Criar um novo canal de games no YouTube não é fácil: bolar roteiros, capturar imagens, fazer edições bacanas e fomentar uma comunidade são as principais preocupações de um criador que está chegando na plataforma e também de quem está lá há anos. Porém, segundo a plataforma de vídeos do Google, é o criador que está no centro das atenções do público.

O The Enemy conversou com a plataforma sobre estas iniciativas e como esses criadores podem ganhar espaço neste universo tão concorrido e com nomes gigantes como BRKsEdu, AuthenticGames, TazerCraft e outros monstros do cenário.

Logo do YouTube Gaming
Reprodução: YouTube

Segundo Manuelle Pires, gerente estratégica de parcerias e de gaming partnerships no YouTube, diz que o YouTube é uma plataforma que trabalha ativamente em fomentar os novos e experientes criadores de conteúdo: “O que a gente quer garantir aos criadores é que eles tenham um produto mais confiável possível em termos de estabilidade e descoberta, que quando eles abrem uma live, que esse conteúdo seja apresentado para seu público”.

“O que o YouTube está fazendo agora é acertar a mão para a gente conseguir colocar esses conteúdos de frente para o público, que a live seja um ambiente seguro em termos de conexão, entregas, servidor e assim por diante”, conta a executiva.

Manuelle diz que, além de uma estabilidade na plataforma, o YouTube tem formas únicas de fazer com que um criador de conteúdo seja recompensado com seu trabalho “É por isso que a gente está investindo em monetização alternativa, que toda a renda que não vem em cima de anúncios e publicidade, dos vídeos longos. São coisas como ‘Valeu’ e os ‘Super Chats’, ‘Super Stickers’, clubes de membros e assim por diante”.

“É nisso o que estamos investindo, em desenvolvimento de novos produtos, porque a gente sabe que há uma demanda extremamente alta e a gente precisa ter muita oferta dentro da plataforma”, explica a executiva.

Imagem de Geleia
Reprodução: Geleia/YouTube

Para você que quer entrar no mundo da criação de games (ou de qualquer outro assunto) no YouTube, é importante saber que a maior parte dos seguidores estão interessados no que os criadores e não apenas no assunto.

“Em Gaming a gente identifica que, não necessariamente vai ser o conteúdo que as pessoas estão pesquisando e sim muito o que o criador fala sobre determinado assunto”, explica Manuelle. “Muitas vezes a audiência está interessada em ver o ‘criador x’ falando sobre um jogo, fazendo um gameplay, falando curiosidades. [...] Hoje em Gaming a gente vê que a combinação do assunto que está em alta com a conexão da visão que o criador sobre esse assunto que vai mover a sua legião de fãs e seguidores”.

Isso poderia explicar, por exemplo, o motivo pelo qual que grupos de criação de conteúdo no YouTube não terem tanta tração, quanto criadores solo. Temos muitos exemplos na plataforma de pessoas como NoBru, Cerol, PlayHard e BRKsEdu que se dão bem, por outro lado, temos poucos nomes de peso quando são diversas pessoas reunidas para fazer este mesmo conteúdo.

“Este é desafio que até mesmo as publishers de jogos têm. Quando a gente joga na busca do YouTube algo, como por exemplo, ‘Hogwarts Legacy’ ou ‘The Last of Us’ ou qualquer outro jogo AAA, não necessariamente o primeiro título que vai aparecer vai ser da produtora, provavelmente será um vídeo de um criador”, conta Manuelle.

Como encarar a concorrência

E como encarar a concorrência? O YouTube tem milhares de canais e grandes concorrentes, mas Manuelle diz que a plataforma tem formas de ajudar quem está chegando com a vontade de ser um criador.

“De fato, hoje em dia existe muita concorrência [no YouTube]. Quando uma pessoa vai criar algo do zero, é assustador, mas eu diria que é em qualquer plataforma, não só no YouTube por que hoje você tem isso aqui na mão [Manuelle mostra um celular]. Criar conteúdo ficou mais fácil. Você consegue criar em qualquer lugar, em qualquer formato sobre N tópicos e, de fato a concorrência é gigantesca. Antes você precisava de ter uma webcam, um computador... era muito mais complexo. Hoje com um celular você consegue fazer um post ou conteúdo”, conta.

“A concorrência é muito maior, mas a gente tem muito mais informação hoje do que tínhamos há 10 anos. [...] É por isso que o YouTube está preocupado em não só em melhorar o VOD, Live, vídeos curtos, porque a gente sabe que tem muita gente querendo virar criador. É uma preocupação da plataforma sabendo que existem novas pessoas, essa nova geração [de criadores] vindo por aí, de dar acesso a essas ferramentas e todos os formatos”.

Imagem de BRKSEdu
Reprodução: BRKsEdu/Youtube

“Muitas vezes o conteúdo daquele determinado criador que vai ter mais atração pois, aquele indivíduo, porque aquele criador já conseguiu se consolidar na plataforma com a audiência dele e já tem os números orgânicos e, então, o canal dele já consegue impactar muito mais pessoas – elas estão lá para ver ‘aquela’ visão específica”.

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“Hoje a gente vê o criador no centro do ecossistema inteiro. Hoje na indústria de games temos os publishers, as gaming orgs, as marcas e o usuário final e quem está no centro de tudo, conectando todas essas pontas é o criador, usando o YouTube como centro de conexão”, finaliza Manuelle.


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