Resident Evil 3 (2020) já está disponível, trazendo gráficos ultrarrealistas feitos com o incrível motor gráfico RE Engine e uma jogabilidade aprimorada com mecânicas novas, além de mais foco no gênero ação do que o habitual, oferecendo um ritmo bastante frenético ao longo da jogatina.

Em termos de narrativa, por sua vez, RE3 toma mais liberdades criativas se comparado a outro remake lançado recentemente, Resident Evil 2 (2019). Contudo, vale lembrar que os produtores da Capcom preferem chamar estes games de “reimaginações”, o que pode explicar as mudanças.

Mas afinal, quais alterações foram estas? Aqui, explicamos o que foi adicionado de novo na história do novo RE3, o que foi adaptado do game original, Resident Evil 3: Nemesis (1999), ou ainda, o que foi excluído na reimaginação.

Desnecessário dizer, mas, obviamente, a lista abaixo contém spoilers de Resident Evil 3 (2020). Continue por sua conta e risco!

 

Backtracking simplificado

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

Os games clássicos da franquia Resident Evil sempre desfrutaram bastante do conceito de“backtracking”, isto é, quando o jogador precisa resolver enigmas e então retornar a um local já visitado do mapa, usando todos os itens recolhidos até este ponto para abrir um novo caminho.

Em RE3 este conceito está de volta, mas de uma maneira mais simplificada. Jill Valentine e Carlos Oliveira ainda precisam explorar áreas e ir até o outro lado do mapa para buscar um item ou cumprir algum objetivo e então retornar, mas isso acontece de uma maneira mais sútil e, claro, sem a necessidade de se resolver muitos enigmas propriamente ditos.

Capcom/Reprodução

Menos enigmas para resolver

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

O backtracking simplificado também é uma consequência da ausência de puzzles. A série Resident Evil sempre foi muito conhecida por oferecer ao jogador a resolução de enigmas, muitas vezes sem sentido, mas que ainda assim eram obstáculos no game.

Afinal, alguns deles exigiam raciocínio lógico e/ou a leitura de um arquivo espalhado pelo cenário para entender como o enigma funcionava e o que era necessário para resolvê-lo. Em RE3 existem pouquíssimos obstáculos desse tipo.

Além de reestabelecer a rota do metrô e de alinhar a temperatura dos componentes da vacina; existem ainda 3 cofres que precisam de uma sequência correta de números para abrir.

Além destes três enigmas, o jogador precisará apenas encontrar itens específicos e muitas vezes combiná-los para prosseguir com a exploração e a história.

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Sem aleatoriedades ou escolhas

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

Outra mudança é a ausência das escolhas que o jogador precisava fazer em momentos decisivos do game original. Dependendo até do que fosse escolhido em um determinado momento, o final da história mudava. No remake, não existe nada semelhante.

Além disso, também foram retiradas as aleatoriedades. Isso significa que não existem mais variações para quando ou onde Jill encontra alguns personagens, e a resolução de alguns enigmas tampouco muda.

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“Reimaginação” de lugares icônicos

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

Ao longo da aventura, aqueles que jogaram o RE3 original certamente vão se deparar com cenários conhecidos no remake. Porém, infelizmente, não é mais possível entrar em muitos deles.

O bar onde Jill encontra seu ex-companheiro dos S.T.A.R.S., Brad Vickers, por exemplo, aparece rapidamente em uma cutscene logo no início do game; e o posto de gasolina Stagla que era explodido no game original aparece apenas no fundo de uma cena também.

Não é mais possível entrar na boutique, no parque de Raccoon City, na área da prefeitura e tampouco na icônica St. Michael’s Clock Tower. A fábrica abandonada também não existe mais.

Uma área que lembra vagamente uma fábrica, no entanto, foi adicionada no subsolo do hospital e, adicionalmente, existe um novo laboratório, NEST2, que Jill explora na reta final do remake.

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Passagem pela R.P.D.

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

No game original, quem explorava o Departamento de Polícia de Raccoon City (.R.P.D.) era a própria Jill. No remake, o jogador controla o co-protagonista da aventura, Carlos, nesse trecho.

O sul-americano, juntamente de um companheiro de equipe, Tyrell Patrick, visitam o local onde a heroína de RE3 costumava trabalhar antes do incidente do jogo acontecer.

Essa mudança, felizmente, engrandece não apenas a história e a personalidade de Carlos, como também seu propósito na aventura.

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“Novos” personagens

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

Um personagem completamente novo foi adicionado à história, o Dr. Nathaniel Bard, responsável pela vacina que Jill e Carlos precisam encontrar no game.

Além dele, dois outros personagens que originalmente não apareciam em RE3, agora aparecem, ainda que brevemente: Marvin Branagh e Robert Kendo.

Marvin é o policial que ajuda Leon Kennedy e/ou Claire Redfield em RE2 e Kendo é o responsável pelas armas dos S.T.A.R.S., a unidade especial que Jill fazia parte.

Ele também aparece no início do RE2 original, pois é dono de uma loja de armas. Sua aparição no remake de RE3 faz bastante sentido, dada sua importância no background da história e também, considerando sua amizade com Jill.

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Batalhas contra Nemesis

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

O implacável Nemesis continua perseguindo Jill durante todo o trecho da cidade, conforme acontecia no game original. Todavia, todas as batalhas obrigatórias com o monstrengo sofreram alterações.

A primeira batalha obrigatória do remake, por exemplo, é completamente nova: acontece no topo de um prédio em construção.

No game original, todos os encontros com Nemesis na cidade (primeira parte do jogo) eram opcionais e o jogador podia apenas ignorá-lo e prosseguir ou derrotá-lo para não ser importunado a todo o momento pelo perseguidor.

A segunda batalha obrigatória do remake acontece quando Nemesis assume sua segunda fase, em frente à entrada da St. Michael’s Clock Tower. No game original, essa batalha acontece no mesmo local, mas o monstrengo ainda não havia se transformado.

A terceira batalha obrigatória do remake é no centro de descarte da Umbrella Corp., com Nemesis ainda em sua segunda fase. No game original, era bastante semelhante: o mesmo local e com o monstrengo já parcialmente transformado.

A terceira e última batalha obrigatória do remake é com Nemesis completamente transformado em uma espécie de galpão dos laboratórios da Umbrella Corp, embaixo do hospital. No game original, a luta acontecia no centro de incineração e descarte de resíduos da fábrica abandonada, última área explorada no jogo.

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Final

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

O destino de Nikolai Zinoviev, um dos integrantes do grupo militar a serviço da Umbrella Corp., é alterado no remake. Ao invés de roubar um helicóptero e escapar com vida de Raccoon City antes de ela explodir; no remake o vilão é apenas deixado para trás por Jill e Carlos, ferido. Seu destino é incerto.

Além disso, quem resgatava Jill e Carlos em um helicóptero no final canônico do game original era Barry Burton, um ex-integrante dos S.T.A.R.S. e amigo da heroína. No remake, é a dupla de protagonistas que sai por conta própria, pilotando o veículo que Nikolai usaria para escapar.

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Modo Mercenários e Epílogos

Imagem de Resident Evil 3 Remake/Capcom/Reprodução

O minigame The Mercenaries - Operation: Mad Jackal que era habilitado quando o jogador terminava o RE3 original, não existe mais. Ao invés dele, a Capcom oferece juntamente de RE3 um modo multiplayer assimétrico chamado Resident Evil Resistance.

Além disso, os Epílogos do game original também não existem. Eles eram habilitados quando o jogador terminava o game em menos de 3 horas e mostravam o que aconteceu com cada um dos personagens centrais da trilogia inicial de Resident Evil.

No remake, existe uma curtíssima cena pós-créditos, apenas.

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