Anunciada em setembro, a aquisição da ZeniMax Media pela Microsoft é uma das mais importantes negociações da história recente da indústria dos games.

Com a compra, a Microsoft passou a ter controle não só dos estúdios da Bethesda Softworks, mas de franquias de peso, incluindo The Elder Scrolls, Fallout, Dishonored, Doom e Quake.

Isso, é claro, levantou uma série de dúvidas sobre qual será o impacto desse investimento na indústria ao longo dos próximos anos – incluindo a possibilidade de jogos da Bethesda passarem a ser exclusivos do ecossistema Xbox.

Chefe da divisão Xbox, Phil Spencer se posicionou pontualmente sobre a questão nas últimas semanas: Deathloop e Ghostwire: Tokyo, por exemplo, terão seus contratos de exclusividade com a plataforma da Sony honrados pela Microsoft.

Agora, o tema volta a ser discutido por Spencer em uma nova entrevista ao Kotaku publicada nesta sexta-feira (16) – desta vez, sob uma perspectiva financeira.

Questionado se seria possível para a Microsoft reaver o investimento de US$ 7,5 bilhões que fez na Bethesda sem distribuir jogos como Elder Scrolls VI no PlayStation, o o chefe do Xbox foi direto ao ponto: "sim".

Na sequência, Spencer elaborou a resposta afirmando que o acordo com a Bethesda "não foi feito para tirar jogos de outra base de jogadores". Ainda assim, o executivo afirma acreditar que o ecossistema da Microsoft seria suficiente para "fazer o negócio funcionar para nós".

"Quando penso sobre onde as pessoas vão jogar e no número de dispositivos que tínhamos, e temos xCloud, PC e Game Pass e nossa base de console, eu não tenho que lançar esses jogos em qualquer outra plataforma além das plataformas que oferecemos suporte para fazer o negócio funcionar para nós", afirmou. "O que quer que isso signifique.

A Microsoft, vale lembrar, já fez aquisições de outras franquias no passado que decidiu manter em plataformas concorrentes – disponível no PlayStation e Switch, Minecraft é um exemplo disso. Produtora da série, a Mojang Studios foi comprada pela Microsoft em 2014 pelo equivalente a US$ 2,5 bilhões.

Ainda não há, no entanto, uma posição oficial da Microsoft sobre a questão – já que, como o próprio Spencer indicou à Bloomberg logo após o anúncio da aquisição, o lançamento de jogos em outras plataformas seria discutido "caso a caso".