Estamos chegando ao final de 2019, como já é tradição no The Enemy, nossa equipe traz mais uma vez suas listas individuais de jogos do ano. Coube a mim começar, então vamos lá.

2019 pode ter sido um ano menos polarizado nas brigas entre os blockbusters, mas não deixou de surpreender com experiências diversas e bem executadas em praticamente todos os gêneros. Enquanto isso, entre os jogos de menor orçamento e os títulos independentes, não faltaram surpresas.

Para mim, foi um ano atípico, ao menos em um nível profissional, já que não publiquei textos sobre os jogos que mais se destacaram, e os que escrevi sobre não me impressionaram tanto assim.

Sem mais delongas, elenco aqui os melhores jogos do ano na minha opinião. Vale lembrar que, por serem escolhas pessoais, é bem possível que os títulos citados fujam um pouco do padrão dos títulos escolhidos pelo consenso da equipe. Vamos a eles:

Resident Evil 2

Resident Evil 2

Desde a sua revelação, Resident Evil 2 dava sinais de que seria algo especial. Mas ainda assim o jogo superou expectativas, trazendo a tão prometida atualização de um dos jogos mais queridos dos anos 1990, indo além do que se imaginava de um simples remake.

A nova versão de Resident Evil 2 deu novas definições para um remake, melhorando o que já era bom (ainda que eu sinta falta de mais segmentos do jogo na própria cidade - vai ver ficou para o remake de Resident Evil 3), e adicionando novidades bem-vindas no processo.

E o que dizer do novo Mr. X, hein?

Divulgação/Capcom

Devil May Cry 5

Devil May Cry 5

Completando a dobradinha do excelente ano da Capcom (e olha que nem estou contando com a ótima expansão Iceborne de Monster Hunter World), Devil May Cry 5 consegue, na minha opinião, agradar dois mundos, continuando a linha narrativa da saga principal, que estava parada há mais de uma década, e também traz algumas das pitadas de inovação propostas pelo reboot DmC da Ninja Theory.

O resultado é um Devil May Cry irrepreensível (e talvez o melhor da série), com um trio de protagonistas que não só têm, cada um, seu momento de brilhar na história, como também trazem aspectos diferentes e únicos dentro do gameplay, da evolução do Nero às armas ridículas e sensacionais de Dante, ao estilo de luta de V, que é completamente diferente, mas se encaixa de forma surpreendente com a jogabilidade do título da Capcom (aliás, se há alguns anos alguém me contasse que isso iria acontecer, eu provavelmente não acreditaria).

Pode ter sido um dos esnobados no prêmio de jogo do ano do The Game Awards, mas na minha lista pessoal está entre os melhores, sim.

Divulgação/Capcom

The Outer Worlds

The Outer Worlds

The Outer Worlds é a prova de que um bom roteiro pode mudar tudo para um jogo, independentemente do orçamento e dos valores de produção. Para Outer Worlds, a qualidade na história fez o título da Obisidian fazer frente a jogos com muito mais recursos nas premiações de jogo do ano mundo afora.

Para mim, é o grande trunfo desta aventura espacial que bebe da fonte de Fallout no gameplay e supera os títulos mais recentes da franquia da Bethesda no resto. Desde o primeiro impasse enfrentado pelo jogador na desolada Pontágua, a série de decisões difíceis e a inteligência do texto dão a Outer Worlds o lugar de destaque em 2019 que ele merece.

Divulgação/Private Division

Pokémon Sword & Shield

Pokémon Sword & Shield

Eu não imaginava que ia gostar tanto de Pokémon Sword & Shield. As polêmicas em torno do lançamento, em especial a do Dexit, pareciam tirar o brilho de um jogo que chegava com um potencial muito maior do que seus antecessores, dado o salto técnico que o Nintendo Switch proporciona em relação aos portáteis anteriores da Nintendo.

Embora a Game Freak tenha entregado um jogo bem mais familiar do que revolucionário, Sword e Shield trazem, sim, avanços importantes para a franquia, tanto na parte técnica como na criativa. Em especial, o principal avanço se dá na maneira como se explora o mundo com a Wild Area, de modo que não imagino os próximos jogos de Pokémon sem algo do tipo.

Divulgação/Nintendo

Control

Control

Um espetáculo visual impressionante com uma construção de mundos difícil de superar em 2019. Control parece condensar todos os aprendizados da Remedy em décadas de desenvolvimento com um ambiente opressor e magnífico ao mesmo tempo, complementado com uma espetacular jogabilidade que confere a você o poder de controlar praticamente qualquer objeto no cenário.

Ainda que Control retenha algumas idiossincrasias desnecessárias do estilo de desenvolvimento da Remedy (como a relutância em depender demais das mecânicas de tiro no início do jogo e não entregar plenos poderes ao jogador), a jornada como um todo é uma aula de videogame e uma das aventuras mais fascinantes do ano.

Divulgação/505 Games

Tetris 99

Tetris 99

Todo mundo fez graça da proposta e acreditou que Tetris 99 era o cúmulo da banalização dos battle royale em 2019.

Aí o jogo saiu e surpreendeu todo mundo, entregando momentos de tensão e emoção (as lives de gameplay do The Enemy que o digam), e provando mais uma vez a robustez de uma fórmula que perdura no mercado de games há três décadas.

Um dos jogos do ano, sem dúvida.

Divulgação/Nintendo

Star Wars Jedi: Fallen Order

Star Wars Jedi Fallen Order

Star Wars Jedi: Fallen Order chegou de mansinho e ocupou um merecido espaço nesta lista ao entregar uma aventura que, embora não seja lá das mais originais, combina os elementos certos e traz o primeiro jogo irretocável de Star Wars em muitos, muitos anos.

A maneira como o jogo conduz seu aprendizado, tanto para o protagonista Cal Kestis quanto para o jogador que o controla, é verdadeiramente admirável e consegue entregar um senso de progresso e melhora nas próprias habilidades como poucas histórias interativas de Star Wars conseguem.

Divulgação/EA