Os três primeiros jogos da coletânea Final Fantasy Pixel Remaster já podem ser adquiridos individualmente para PC (via Steam) e celulares. Aliás, como você já deve ter ouvido falar, os games estão todos localizados em português do Brasil — e isso é muito mais importante do que parece.

Obviamente, esta não é a primeira vez em que Final Fantasy vem com textos em português, mas estamos falando dos jogos mais antigos da franquia; aqueles que mesmo os fãs curiosos podem ter deixado passar simplesmente porque não tinham como ler as legendas ou achavam as mecânicas excessivamente datadas.

Introdução de Final Fantasy I.

Não sei quão apaixonado pela franquia você é, mas o arrepio que senti quando vi a breve introdução de Final Fantasy I traduzida oficialmente foi excelente. Não há um dia, desde que comecei a jogar a primeira metade de Final Fantasy Pixel Remaster, em que eu não imagine como será acompanhar a riquíssima história de Final Fantasy VI no nosso idioma.

História é e sempre foi o aspecto mais importante de Final Fantasy. Diversão? Também. Boa jogabilidade? Ajuda. No entanto, se a história não for boa o bastante, as pessoas vão simplesmente ignorar qualquer Final Fantasy (mesmo com um sistema de combate legal, Final Fantasy XIII passou longe de ser unanimidade, né?). Logo, quanto mais opções de idioma existirem, melhor será para o crescimento da série em diferentes mercados. Afinal, cada vez mais pessoas entenderão o que está acontecendo.

Menu em Final Fantasy I.

Quando pensamos nos primeiros nove títulos da série, a localização se torna um aspecto ainda mais importante. Afinal, todos esses jogos não contam com vozes e jogadores precisam ler bastante para entender toda a história. Ainda não confirmaram se um dia teremos Final Fantasy VII, VIII e IX com texto em português, mas ver isso acontecendo com I, II, III, IV, V e VI já traz um imenso prazer.

A maneira como os personagens se expressam dependendo da função que desempenham na sociedade foi apropriadamente adaptada, com nível de maior ou menor formalidade dependendo de quem está na conversa, os menus foram completamente traduzidos (ver a aba "Equip" se tornar "Equipar" foi incrível) e até mesmo os nomes brasileiros, no caso de Final Fantasy I, passaram a combinar mais com o contexto das frases, já que estão todos falando no mesmo idioma.

Behemoth em Final Fantasy I.

É claro que existem alguns ajustes de jogabilidade também, cujo objetivo é tornar mais interessantes as mecânicas para o público atual, embora essas diferenças não sejam impactantes o bastante para que crianças e adolescentes comecem, de repente, a jogar jogos de RPG por turnos lançados mais de 20 anos atrás (nem eu tinha nascido quando os seis primeiros foram lançados, sei que eles deram aquela envelhecida).

Ainda assim, quem se apaixonou por Final Fantasy recentemente e nunca tinha tido a chance de jogar os clássicos finalmente poderá fazer isso da maneira mais confortável possível, ainda que algumas escolhas sejam difíceis de entender: por que textos tão pequenos? Por que não mudar o contorno das letras para que sejam mais facilmente legíveis em cenários claros?! Ainda preciso jogar por muito tempo para poder fazer uma análise da coletânea inteira, mas devo dizer que as mudanças já se mostraram impressionantes o bastante — e a localização está impecável.

Menu de músicas em Final Fantasy I.

Aliás, o mesmo pode ser dito sobre a trilha sonora, que foi recriada para não se limitar aos dolorosos sons extremamente irritantes dos consoles de 8 e 16 bits. As músicas dos primeiros Final Fantasy, que já eram responsabilidade de Nobuo Uematsu, sempre foram fenomenais, mas ganharam vida nova em Pixel Remaster. Quando na minha vida eu imaginaria que me emocionaria com uma faixa do primeiro Final Fantasy que não fossem o tema da série e o prelúdio?!

Sério, se você é apaixonado por Final Fantasy, a coletânea Pixel Remaster deve ser encarada como um item de colecionador digital; algo fundamental na biblioteca de todas as pessoas que querem ter o prazer de dizer que jogaram cada um dos games da linha principal.