No início de abril, o Kotaku reportou que o próximo Assassin’s Creed, previsto para 2020, se passará na era dos Vikings.

Outro vazamento na rede social 4chan - cuja veracidade pode ser um tanto questionável - indicou que o jogo, chamado Ragnarok, se passaria durante a era do lendário rei dinamarquês Ragnar Lodbrok e a formação do Grande Exército Pagão.

Por enquanto, a Ubisoft não confirmou o período histórico do próximo jogo da série, mas não seria de surpreender, levando em conta não apenas o sucesso recente de God of War, como de duas obras em uma mídia completamente diferente: Vikings, o popular seriado do History Channel que reimagina a vida de Ragnar e seus herdeiros; e The Last Kingdom, série da BBCNetflix baseada nos livros As Crônicas Saxônicas, de Bernard Cornwell.

Por isso, com base nas mecânicas apresentadas nos jogos recentes de AC, e no que pudemos ver de cada seriado, The Enemy bolou algumas ideias sobre o que a Ubisoft pode levar de aprendizado com o History e a Netflix.

A saga de Ragnar Lodbrok e seus filhos

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A série Vikings procura contar uma versão reimaginada (e relativamente mais realista) das aventuras do lendário rei dinarmaquês Ragnar Lodbrok, que ficou conhecido tanto por seus feitos em sua terra natal, até as invasões que conduziu em diversas partes do mundo, em especial o território dos reinos da Inglaterra.

Não só isso, ela também mostra a trajetória de seus filhos, figuras tão icônicas quanto ele e que chegaram a liderar o Grande Exército Pagão que dominou boa parte da ilha britânica - sendo que uma versão mais histórica de um deles, Ubba, ser um dos primeiros vilões de The Last Kingdom, e outros irmãos fazerem aparições nos livros de Cornwell.

Sendo assim, por ser um dos momentos mais historicamente relevantes tanto da história do povo dinamarquês quanto anglo-saxão - e julgando a veracidade dos vazamentos -, é provável que o novo Assassin’s Creed coloque o jogador como um personagem capaz de ver a ascensão e glória de Ragnar e seus herdeiros.

Divulgação/History Channel

Saxões X Dinamarqueses

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Em The Last Kingdom, assim como nos livros de Cornwell, um dos conflitos centrais entre o protagonista Uhtred é sua lealdade ao povo saxão, no qual nasceu e deve seu sucesso em batalha, e os dinamarqueses, que o criaram e o moldaram em um guerreiro.

Independente das origens do protagonista do novo Assassin’s Creed, caso ele siga esta linha histórica, é possível que o jogador possa escolher se aliar tanto com os saxões quanto com os dinamarqueses, dependendo do conflito.

Isto porque, pelo sistema apresentado em Odyssey, que se passava na Guerra do Peloponeso, jogadores poderiam se aliar tanto a Atenas quanto a Esparta em vários momentos - e mudar de lado a qualquer momento.

Reprodução/Netflix

Cristianismo X Paganismo

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Outro tema recorrente tanto em Vikings quanto The Last Kingdom é o conflito entre o paganismo dos dinamarqueses e o cristianismo predominante nos reinos da Inglaterra, representado por Athelstan na série do History e figuras como Guthrum e, até certo ponto, o próprio Uhtred no seriado da Netflix.

Vale lembrar que, em Assassin’s Creed, este conflito pode ganhar ainda mais impacto, já que é pré-estabelecido que deuses greco-romanos eram, na verdade, membros da Primeira Civilização - o que poderia significar que divindades nórdicas como Odin e Thor poderiam seguir o mesmo exemplo.

Divulgação/Netflix

Escudeiras e guerreiras

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A natureza e prevalência de escudeiras como membros do exército dos povos nórdicos ainda é fonte de discussão, mas é inegável que os dois seriados tenham grandes guerreiras em seu elenco, seja Lagertha ou Torvi em Vikings quanto Brida em The Last Kingdom.

Assassin’s Creed Odyssey já trazia mais mulheres do que comum em um campo de batalha da época, seja na forma da possível protagonista, Kassandra, quanto de mercenárias. Sendo assim, é provável que a Ubisoft continue a tendência ao colocar ainda mais guerreiras ao jogo.

Divulgação/History Channel

Preparativos para batalha

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Em Assassin’s Creed Odyssey, era possível eliminar diversas ameaças antes de entrar em batalha com a facção rival e tomar o território para o lado em que representa, de inimigos mais poderosos até recursos e financiamento para o combate.

Na possível sequência estrelando vikings, a Ubisoft pode seguir o exemplo de ambas as séries ao tentar implementar armadilhas e estratagemas diferentes durante as próprias batalhas entre exércitos.

Reprodução/History Channel

Paredes de escudo

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Uma das técnicas de combate mais implementadas durante este período da Idade Média, as paredes de escudo são comuns tanto em Vikings quanto em The Last Kingdom.

No caso do retorno dos campos de batalha de Odyssey, uma boa forma de se diferenciar em relação ao seu predecessor seria com mecânicas inspiradas nesta técnica, ainda que seja apenas parte de um sistema maior.

Reprodução/Netflix

Duelos

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Vikings e The Last Kingdom também tem diversos duelos marcantes durante suas temporadas, e uma batalha de um contra um contra grandes guerreiros seria só mais uma implementação do sistema de combate dos últimos Assassin’s Creed.

Divulgação/History Channel

Pilhagem

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Caso se, de fato, um jogo baseado nas invasões bárbaras ao território europeu, é de se esperar que ao menos vejamos uma das atitudes mais infames associadas aos vikings: o saque e pilhagem de vilas e cidades.

É claro, como estamos falando da Ubisoft, que não é particularmente interessada em gerar controvérsias em seus jogos, as chances de o jogador tomar parte das ações mais violentas e horripilantes sofridas contra os habitantes dos territórios tomados.

Mas, como visto durante ambas as séries, mesmo saques e roubo de riquezas de cidades por parte do invasores dinamarqueses ainda podem ser feitas com o mínimo de derramamento de sangue.

Divulgação/History Channel

Fortuna e glória

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Em Vikings, Ragnar ganha cada vez mais títulos, territórios e fortuna com seus feitos. Algo semelhante também acontece com Uhtred em The Last Kingdom, mesmo quando serve de aliado ao Reino de Wessex.

Caso o jogo tenha um aspecto mais voltado para a exploração, e encontro de itens valiosos e raros, é provável que o jogador possa formar sua própria reputação e glória, e até administrar seus bens e negócios como Ezio e Edward Kenway em jogos anteriores.

Divulgação/Netflix

Combate Naval

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Assassin's Creed já se estabeleceu no passado pelo combate entre barcos, principalmente em Black Flag e Odyssey.

Sendo assim, um jogo da série com vikings não teria que alterar sua fórmula significativamente para implementar os combates navais entre os dinamarqueses, cuja habilidade naval foi um dos principais fatores no seu sucesso e capacidade de expansão, não só para a Inglaterra como para diversos outros territórios do continente.

Divulgação/History Channel