Navegar por Sea of Thieves é legal. Afinal, em que outro jogo você pode se separar do grupo por acidente e ir parar no barco de um jogador aleatório (que, felizmente, não estava lá para se defender)? Se você tem um Xbox ou joga no PC, baixe assim que puder, sério.

Barco roubado em Sea of Thieves.

Acabei roubando esse macaco junto com o navio.

Depois de tantas horas investidas em Fall Guys: Ultimate Knockout, Among Us e sei lá quantos games de navegador para passar o tempo com amigos na pandemia, fiquei sem muitas opções. Eis que, de repente, surgiu um convite para jogar Sea of Thieves pela primeira vez.

"Levanta a âncora", "olha o mapa e fala se eu tô indo na direção certa", "vira a vela pra esquerda... Pra outra esquerda". Como você já deve imaginar, cada jogador tem uma função quando todos estão no navio. Por isso, o ideal é que todos estejam em contato durante todo o tempo. Apesar da pessoa controlando o leme não ter lá tantas opções, além de controlar o navio, o trajeto até um objetivo é mais divertido do que parece.

Migos em Sea of Thieves.

Foi difícil tirar essa foto.

A tripulação de que faço parte costuma se encontrar uma vez por semana. Enquanto não somos cercados por inimigos — sejam tubarões gigantes, jogadores hostis ou caveiras (quando em terra firme) — fazemos o que faríamos se nos encontrássemos pessoalmente. Falamos sobre a vida, como estão as coisas no trabalho, quais animes começamos a assistir, que mangás estamos lendo. Tudo isso intercalado com algumas instruções do que fazer para garantir que ninguém morra e o barco siga em frente.

Mais do que uma aventura pirata autêntica, Sea of Thieves se tornou um ponto de encontro com pessoas que não vejo há um bom tempo e via quase todos os dias no começo de 2020. É óbvio que as famosas calls no Zoom e conversas no WhatsApp são meios muito mais simples de interagir com outros seres humanos, mas é difícil não se cansar disso. Né? Ainda mais agora que usamos essas ferramentas por obrigação (e responsabilidade) em vez de escolha.

Jack Sparrow lutando contra um monstro.

Essa lutinha do Jack podia ter mais movimentos, vai?

Justo quando eu estava começando a ter medo de enjoar de Sea of Thieves, surgiu o DLC de Piratas do Caribe, que trazia Jack Sparrow como o personagem de destaque. Naturalmente, o grupo se reuniu para que pudesse encontrar o lendário pirata de uma franquia que pode até ser bastante questionável, mas fez parte da vida de todos ali em algum momento.

Ao mesmo tempo em que conta com o bom humor dos filmes, essa expansão trouxe um tom visual sombrio durante as Grandes Lorotas que é muito bem-vindo; Sea of Thieves precisava de algo que mexesse substancialmente com o mundo. Talvez encurtar os intervalos entre grandes atualizações possa ser o meio mais seguro de assegurar que os jogadores continuem voltando, mas tudo parecia estar indo bem, de qualquer forma.

Sea of Thieves tem cenas sombrias.

Melhor transição de portal do jogo.

É verdade que muitos reparos ainda são necessários do ponto de vista técnico para o DLC funcionar da maneira ideal. Antes das Grandes Lorotas, por exemplo, podia haver uma opção de adiantar o diálogo ou mesmo pular completamente quando aquela mulher misteriosa nos conta o que está por vir. Durante as missões, alguns objetos interativos poderiam ser bem melhores (o elevador da primeira Lorota é absurdamente lento quando sobe) e os desafios de "plataforma" na caverna das sereias podia ser muito melhor estruturados.

Apesar dos pesares, graças ao DLC de Piratas do Caribe, ainda devo continuar navegando por Sea of Thieves por um bom tempo. Se você ainda não teve a chance, talvez seja um ótimo momento para começar.