A cada ano que passa a geração de crianças e adolecentes que brilha os olhos aos jogos eletrônicos cresce cada vez mais, mas aos 11 anos já ser Imortal no VALORANT (o penúltimo nível ranqueado, atrás de Radiante) é para poucos. Lucas Sabino, ou Sabininhu, bombou nas redes sociais da comunidade do jogo após clipes surgirem do garoto disputando partidas nos rankings altos e interagindo com streamers famosos.

No dia em questão, 23 de julho, Lucas, que também fazia stream, caiu no mesmo time que a streamer Gata, da FURIA. A fofura conquistou a jogadora, que clipou e publicou no Twitter, bombando sem querer a stream do garoto. O que era pra ser felicidade, virou um misto de tristeza, já que Lucas foi banido pouco tempo depois da Twitch TV. Segundo os Termos de Serviço da plataforma, as streams não estão disponíveis para menores de 13 anos.

Assim, a comunidade de VALORANT subiu a hashtag #FreeSabininhu, com adesão de jogadores profissionais, influenciadores e streamers, como Sacy e Aspas, da LOUD. Márcio e Graziela, pais de Lucas, ajudaram o garoto a criar seu perfil no Twitter e começaram a interagir com a comunidade junto do filho, ao mesmo tempo que tentavam explicar para a Twitch a situação do streamer mirim.

"Nos sentimos seguros, na verdade, já que a plataforma mostrou que tem processos de segurança para impedir menores de utilizar a plataforma", comentou Márcio em entrevista da família ao The Enemy. "Conversamos com a Twitch para explicar que estamos ao lado do Lucas durante todos os momentos de sua transmissão e engajamento com a comunidade, escutando, participando e interagindo com todos de maneira a protegê-lo e apoiá-lo".

Oito dias depois, em 31 de julho, Lucas (e seu pai) voltaram a transmitir as partidas do garoto em seu novo canal. A felicidade era clara no rosto de Sabininhu, que, segundo conta a mãe Graziela, teve uma grande mudança de vida a partir do momento que começou a transmitir suas partidas.

"Ele era um garoto muito tímido, tinha dificuldades de socializar com outras pessoas. Começou a jogar ao ver o irmão jogando Counter-Strike e VALORANT no computador, dois anos atrás, e desde que começou a fazer lives vemos uma mudança de postura muito grande dele. Têm sido um crescimento muito legal de acompanhar, o jeito que ele conversa e interage com as pessoas no chat e durante a partida. Os jogos eletrônicos também me conquistaram por tudo o que fizeram pelo Lucas", diz Graziela.

Com 11 anos, Lucas entende que ainda tem muita vida pela frente. As lives e as partidas de VALORANT entram junto com o futebol que tanto gosta de jogar e as aulas em sua escola, uma vida agitada, mas que é vivida com a leveza que é importante a criança sentir. Não há planos de ser um streamer, ou futuramente jogar profissionalmente. Por enquanto, interagir com os ídolos e curtir o momento é o principal para Sabininhu.

"Agradecemos muito ao JP Braga (Social Media da LOUD e manager do aspas) por ter nos ajudado no contato com várias das figuras que o Lucas acompanha", comenta Márcio. "Como pais, sabemos que o Lucas está em um momento de alta, e nem sempre pode ser assim, mas acompanhamos e estamos ao seu lado criando esta casca de proteção de todos os fatores externos para que ele se preocupe com o que uma criança deve se preocupar: em se divertir e fazer o que a faz feliz".