Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump assinou na noite quinta-feira (06) uma ordem executiva que banirá "transações" com as empresas chinesas ByteDance, dona do popular TikTok, e com o WeChat, da Tencent Holdings.

Segundo o documento, a decisão é motivada por uma "emergência nacional" na "cadeia de suprimentos de tecnologia da informação e comunicação". O presidente dos Estados Unidos indica ainda que a disseminação de apps controlados pelo governo chinês continua "ameaçando a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos". 

"Os Estados Unidos devem tomar medidas agressivas contra os proprietários do TikTok para proteger nossa segurança nacional", aponta o documento. A ordem passará a valer em 45 dias.

Além de transações com a ByteDance, uma ordem executiva paralela baniu transações com o WeChat. O aplicativo é o mais popular serviço de mensagens e pagamentos digitais entre chineses, e é possuído pela gigante da tecnologia chinesa Tencent.

A Tencent, vale lembrar, também é dona da Riot Games, produtora de League of Legends Valorant, e tem uma participação de 40% na Epic Games, produtora de Fortnite.

Ao LA Times, um oficial da Casa Branca confirmou que a ordem executiva é voltada apenas ao WeChat, o que indica que as empresas do setor de games não devem ser afetadas.

A decisão de Donald Trump vem após uma escalada de tensões entre o governo dos Estados Unidos e o TikTok, aplicativo acusado de ameaçar a segurança nacional estadounidense por supostamente coletar informações de usuários e repassá-las ao governo chinês.

Uma das possibilidades que surgiu do atrito seria a venda das operações do TikTok nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia para a Microsoft, uma empresa baseada nos EUA.

As discussões ainda estão em andamento e não há confirmação de que o negócio será fechado. A expectativa é que uma decisão seja tomada até o dia 15 de setembro – a nova decisão executiva de Trump enterá em efeito em 20 de setembro.

Em um comunicado, a ByteDance afirmou estar "chocada" com a ordem e afirmou que decisão veio sem qualquer "devido processo".

A empresa afirmou ainda que a ordem corre o risco de "minar a confiança das empresas globais" no "compromisso dos Estados Unidos com o Estado de direito" e que deverá recorrer da decisão nos tribunais.

"Buscaremos todos os recursos disponíveis, a fim de garantir que o estado de direito não seja descartado e que nossa empresa e nossos usuários sejam tratados de maneira justa - se não pela Administração e pelos tribunais dos EUA", afirmou a empresa.