Quem acompanha os jogos da Copa do Mundo da Rússia certamente já viu os anúncios na beira dos gramados com a marca da Vivo, anunciada como uma das patrocinadoras oficiais pela FIFA em maio do ano passado.

Para brasileiros, o nome da marca até pode causar alguma confusão com o da operadora de telefonia Vivo, marca nacional da gigante de telecomunicações espanhola Telefônica.

A Vivo da Copa, no entanto, não tem nada a ver com a Vivo daqui. Exceto, talvez, pelo fato de também atuar no setor de smartphones – ainda que na fabricação, não em serviços de telefonia.

Apesar de relativamente desconhecida no ocidente, o fato é que a Vivo já é uma das maiores fabricantes de smartphones do mundo, ocupando há dois anos o quinto lugar no ranking global de vendas, segundo a consultoria de mercado Gartner.

Reprodução/FIFA.com

Na frente dela, estão apenas a Oppo, a Huawei, Apple e Samsung.

Fundada em 2009, a Vivo faz parte da BBK Electronics, multinacional chinesa focada em eletrônicos que fabrica ainda televisões, câmeras digitais e até tocadores de MP3. As marcas de smartphone Oppo (citada acima) e OnePlus também pertencem ao grupo.

O patrocínio da Copa do Mundo fazer parte dos esforços da internacionalização da marca, na tentativa de expor a Vivo para um público global que vai além do disputado mercado chinês. A intenção, inclusive, ficou bem clara no próprio anúncio do investimento.

"Como patrocinadora global da Copa do Mundo da FIFA, a Vivo espera se associar fortemente com o espírito do futebol e mostrar aos consumidores de todo o mundo a imagem de marca criativa, alegre e internacional da Vivo", afirmou Ni Xudong, vice-presidente executivo da empresa, na ocasião.

Anteriormente, a Vivo já havia investido em outros eventos esportivos como patrocinadora oficial, incluindo a NBA China e da Premier League de cricket da Índia. O patrocínio da Copa do Mundo, inclusive, já está confirmado também para a edição de 2022 e para as próximas Copas das Confederações.

A estratégia de expansão internacional é algo que o mundo já viu por parte de empresas compatriotas como a Xiaomi e Huawei. Ambas, inclusive, chegaram a vender smartphones no Brasil, mas deixaram o país na sequência - a Huawei, no entanto, parece estar de volta.

Nos anúncios da Copa, o principal destaque é o Vivo Nex, modelo anunciado oficialmente na semana passada e que é o primeiro smartphone do mundo a ganhar um leitor de impressões digitais integrado ao display. A tecnologia, desenvolvida em parceria com a Synaptics, já tinha sido anteriormente demonstrada em conceitos. 

Divlugação/Vivo

O Nex traz um display OLED de 6,59 polegadas Full HD que cobre 91,24% do corpo do aparelho -  uma área maior do que os 82,9% do iPhone X. Por conta disso, a câmera frontal do Nex fica  escondida em um compartimento na parte de cima do dispositivo e aparece apenas quando é ativada.

Além disso, o equipamento não tem alto-falantes tradicionais, mas sim um sistema de vibração no display que usa a tela para reproduzir sons.

Com a exposição que a marca receberá por conta da Copa, não é difícil imaginar que a empresa vá reforçar sua presença internacional nos próximos anos, oferecendo seus smartphones em regiões além da China e do sudeste asiático - onde está em mercados como Tailândia, Filipinas, Malásia e Indonésia.

Antes do anúncio da parceria com a FIFA, a empresa já havia revelado planos para entrar no mercado russo, em Taiwan, Singapura e Hong Kong, e também na África, através do Quênia e Marrocos.

Por enquanto, a Europa e as Américas ainda não apareceram no radar da empresa, mas, se depender de suas aspirações globais, não é difícil imaginar que, em algum momento, ela vá virar seus olhos para cá.