Nesta quarta (18), o site Recode publicou uma entrevista com o cofundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg.

Durante a conversa, a entrevistadora Kara Swisher perguntou os motivos pelos quais a plataforma ainda permite a divulgação de notícias de veículos conhecidos por propagarem notícias falsas ou desinformação, que Zuckerberg defendeu como forma de liberdade de expressão.

“Olha, por mais horrendo que parte deste conteúdo possa ser, eu acredito que o ponto principal é o princípio de dar voz às pessoas”, disse. “Os princípios que temos sobre o que removemos do serviço são: se vai resultar em danos reais, danos físicos reais, ou se você atacar indivíduos, então este conteúdo não deveria estar na plataforma. Há muitas categorias nisso em que podemos nos focar, mas este é o debate geral.”

O executivo chegou a dizer que seria contra sua política remover uma mensagem na rede social que negasse o Holocausto.

“Eu sou judeu, e há um grupo de pessoas que nega que o Holocausto aconteceu”, declarou. “Eu acho isso profundamente ofensivo. Mas no fim das contas, eu não acredito que nossa plataforma deva removê-la porque acho que há coisas que pessoas diferentes entendem errado. Eu não acho que eles estejam entendendo errado de propósito, mas acho…”

Neste momento da entrevista, Swisher o interrompe com a seguinte frase: “No caso de quem nega o Holocausto, eles podem estar, mas prossiga”.

Zuckerberg seguiu com a seguinte fala:

“É difícil impugnar intenção e entender a intenção. Eu só acho, por mais horrendos que sejam estes exemplos, acho que a verdade é que eu também erro quando falo publicamente. Tenho certeza que você também. Tenho certeza que muitos líderes e figuras públicas que respeitamos também, e não acho que seja certo dizer: ‘Vamos remover alguém da plataforma se eles errarem, mesmo múltiplas vezes.”

“O que vamos fazer é dizer: 'OK, você tem sua página, e se você não estiver se organizando para machucar alguém, ou atacar alguém, então você pode colocar este conteúdo nela, mesmo que pessoas possam discordar ou achar ofensivo’. Mas isso não quer dizer que temos a responsabilidade de distribuir em grande escala no Feed de Notícias.”

A declaração foi extremamente criticada, por ser vista como uma forma de evadir o combate à disseminação de notícias falsas em eleições ou outros momentos importantes, e deixar usuários vulneráveis dentro da própria plataforma.

Zuckerberg, depois da publicação da entrevista, fez o seguinte pronunciamento: “Eu pessoalmente acho a negação do Holocausto profundamente ofensiva, e absolutamente não tenho intenção de defender a intenção de pessoas que negam isto.”