Existem bons pais, existem maus pais e existem pais tristes. Melhor ainda, existem jogos de videogame que são ótimos simuladores de pais tristes, como The Last of Us, The Witcher e até Resident Evil.

Nesta lista, o The Enemy ranqueou os melhor simuladores de pai triste dos jogos. A lista inclui algumas das maiores franquias de todos os tempos, com protagonistas cheios de traumas e relações profundas com algum outro personagem.

7. Lee Everett em The Walking Dead (2012)

Clem em The Walking Dead.

Na temporada original de The Walking Dead, da Telltale, o assassino condenado Lee Everett acaba se vendo fora da cadeia para viver em liberdade… Em pleno apocalipse zumbi, olha que delícia. E, de quebra, ele acaba se tornando o guardião e figura paterna da pequena Clementine.

É ele quem a ensina a se defender dos mortos-vivos, e isso se torna crucial até o fim dessa saga. Existem muitas opções e possibilidades na história do jogo, mas uma constante é que Lee está sempre disposto a salvar Clementine a qualquer custo. Se você não jogou, fique sabendo que as decisões que você, como jogador, vai ter de tomar até a conclusão desse arco vão doer.

6. Subject Delta em Bioshock 2 (2010)

Capa de BioShock 2.

Existem poucas franquias tão centradas na ideia de "pai" quanto Bioshock. Bioshock 2 coloca você na pele do mais determinado dos Big Daddies e o primeiro deles: o Subject Delta. O pobre do Delta foi capturado, transformado em um escafandro ambulante descerebrado, depois passou 10 anos morto e, ainda assim, enfrentou hordas de splicers e mil perigos pra salvar sua querida Eleonor das mãos da mãe sociopata dela.

Durante a campanha desse jogo criminosamente subestimado, você tem primeiro vislumbres de uma Rapture antes da queda e depois fica incumbido de afundar a cidade submersa de uma vez por todas. Apesar dos personagens ficarem dizendo que o Delta só está fazendo isso porque ele foi programado para fazê-lo, fica claro que ele de fato se importa com a Eleonor e arrisca a vida por ela porque possui em si um resto de humanidade e um espírito de pai.

5. Ethan Winters em Resident Evil Village (2021)

Mia e Rose.

Falando em pobre coitado, Ethan Winters passa toda a campanha de Resident Evil 7 se arrebentando pra salvar sua esposa e viver uma vida tranquila com ela. Mas tranquilidade não vende jogo e a Capcom faz de novo da vida desse homem um inferno quando bota em Resident Village o sequestro da filhinha dele, Rose.

Ethan vai parar em um vilarejo europeu sinistro e precisa sobreviver a vampiros, lobisomens, bonecas amaldiçoadas — e seja lá o que o Heisenberg for — para encontrar a Rose e sumir dali. Eu não vou dar spoilers, mas esse homem sofre muito mais do que mereceria.

4. Kiryu em Yakuza Kiwami (2016)

Kazuma Kiryu.

As tretas do crime organizado de Tóquio não são um ambiente adequado para crianças, mas é lá que Kazuma Kiryu acaba conhecendo a garotinha Haruka. Em uma trama cheia de reviravoltas e porradaria, Kiryu tenta descobrir por que as facções do seu antigo clã, que estão em guerra, querem a menina e onde está a mãe desaparecida dela.

Obviamente, ele precisa resgatar Haruka mais de uma vez e protegê-la de brigas de rua e tiroteios. Vale dizer que Kiryu sendo paizão de consideração é algo que se repete em outros jogos da franquia. Afinal, pai é quem cria, né?

3. Geralt em The Witcher 3: Wild Hunt (2015)

Geralt e Ciri.

Os primeiros dois jogos de The Witcher apresentam Geralt de Rívia tentando recuperar a própria memória e resolver tretas entre reinos em guerra, mas no terceiro game a coisa vai pro nível da família. A filha de criação do bruxo, Cirilla de Cintra, volta dos mundos paralelos onde tinha se enfiado fugindo dos espectros da Caçada Selvagem.

É complicado entender uma história que você tá conhecendo já no final, depois de sete livros e dois jogos anteriores, mas o amor paternal não precisa de muita explicação. No meio de missões paralelas de Gwent, campeonato de porradaria e contratos pra matar monstros, o objetivo principal do Lobo Branco é encontrar sua protegida e passar a faca em quem tentar fazer mal pra ela.

2. Kratos de God of War 4 (2018)

Kratos e Atreus.

A relação do Kratos com a paternidade é complicada. Ele matou sua própria filha, Calliope (sem querer), e descobriu ser filho de um dos piores e mais canalhas pais dos videogames — se eu fizer essa lista um dia, pode ter certeza que Zeus vai estar nela, viu? Além disso, o estúdio Santa Monica forçou um monte a barra numa relação paternal sem sal do Kratos com a Pandora e a coisa não funcionou.

No God of War de 2018, eles acertaram. O ex-Deus da Guerra tem um pimpolho pra chamar de seu. Kratos começa a campanha como um pai distante e chucro, mas pouco a pouco vai se aproximando mais do menino Atreus. Eu acho que quase rola um abraço em certo ponto ali, hein... Mas é quase. Não pode abraçar, porque isso aí coisa de quem tem sentimento. Mas vamos combinar que, naquele trecho do jogo em que o moleque fica insuportável, o Kratão age igual a um santo por não jogar o pirralho montanha abaixo.

1. Joel de The Last of Us (2013)

Joel e Ellie.

Não tem jeito, gente… Pensou em pai triste, pensou em Joel Miller. O Joel de The Last of Us recupera um pouco da sua humanidade quando se vê sendo, de novo, pai de uma adolescente. É claro que um contrabandista cinquentão, sobrevivente em um mundo pós-apocalíptico, não iria querer isso logo de cara.

Mas merdas acontecem, planos são alterados e a Ellie, que começa como uma carga indesejada de contrabando, vira literalmente a coisa mais importante na vida desse homem. The Last of Us é famoso não apenas por essa história, mas também por fazer a relação desses dois, que inicialmente não se suportam, ir crescendo de uma forma muito orgânica, convincente e comovente.

Tem homicídio no meio? Tem. Tem discussão dolorida no meio? Tem. Tem mentira envolvendo os rumos do futuro da humanidade no meio? Tem também. Mas tem amor. E é de simulação de amor paternal triste que a gente falou aqui hoje.