Um dos maiores clássicos do PlayStation 2, Onimusha: Warlords chega hoje (15) em versão remasterizada ao PC, PS4, Xbox One e Nintendo Switch.

Nos últimos dias, tive a oportunidade de jogar a nova versão do game, e é impressionante ver o quanto ele parece ser um predecessor de tantos títulos de ação, sendo possível ver desde Devil May Cry - o que não é nenhuma surpresa, considerando a produtora - até mesmo um pouco de Dark Souls.

Outra coisa fácil de notar: o jogo foi lançado em 2001. E você sente cada um destes 18 anos.

Divulgação/Capcom

Dos gráficos (mesmo remasterizados), aos ângulos de câmera fixos, aos controles relativamente simplórios para os dias de hoje, e até mesmo o tempo de duração relativamente curto e a falta de variedade de ambientes, o primeiro Onimusha é definitivamente uma relíquia de outros tempos, cuja importância é inegável, mas que não é necessariamente a melhor coisa para se jogar atualmente.

Isso não quer dizer que o jogo não seja necessariamente divertido, especialmente para fãs nostálgicos que sentiam saudade de cortar demônios como o samurai Samonosuke ou a ninja Kaede, mas é difícil saber se ele vai prender a atenção de jogadores mais jovens e acostumados com mecânicas mais refinadas.

Por isso, apesar de apreciar o esforço dos desenvolvedores, um pensamento recorrente enquanto jogava era: "Onimusha precisa de um jogo novo."

... É claro, isso é provavelmente a intenção da Capcom.

Onimusha é uma série que nasceu e morreu no PlayStation 2 - desconsiderando, claro, Onimusha Soul -, e por muito tempo pareceu que a publisher japonesa não tinha qualquer intenção de desenterrar esta marca. De uns tempos para cá, porém, a empresa declarou estar mais interessada em investir nas suas propriedades intelectuais abandonadas - que é como o remaster de Onimusha: Warlords surgiu para começo de conversa.

Não seria surpreendente, caso as vendas da remasterização atingirem alguma métrica pré-definida, que a Capcom comece a investir em um game inédito da série.

As tendências do mundo dos games também ajudam com este caso: temos não só um, mas dois jogos com uma temática de Japão Feudal no horizonte, com Sekiro: Shadows Die Twice previsto para março, e Ghosts of Tsushima ainda sem uma data definida.

Dependendo do sucesso destes jogos, é possível que o público fique mais interessado em jogos com esta estética. Ao mesmo tempo, isto também forçaria a Capcom a tentar encontrar uma forma de se diferenciar destes títulos, e implementar e adaptar todas as mudanças mecânicas desenvolvidas desde o lançamento de Dawn of Dreams, em 2006.

O importante disso tudo é: se você é um fã saudosista de Onimusha, a remasterização vale tanto para matar a saudade como para (talvez) investir no futuro da série; caso seja de uma geração mais nova, porém, leve em conta que este é um jogo da virada do século, e que o mundo dos games evoluiu bastante daqui para cá.