Alguns meses de aprimoramento no desenvolvimento e polimento em um game realmente podem fazer toda a diferença. E Resident Evil: Resistance se encaixa perfeitamente neste quadro.

Quando foi anunciado como Project Resistance, o multiplayer assimétrico não trazia muito apelo, pois não oferecia um grande diferencial para o gênero, exceto, o peso de carregar o nome da série Resident Evil.

The Enemy teve oportunidade de testar o título durante a Brasil Game Show 2019 e, na ocasião, o jogo pareceu desequilibrado e sem grandes atrativos - especialmente se você jogasse como um Sobrevivente.

Imagem de Resident Evil Resistance
Capcom/Reprodução

O momento mais divertido de toda a experiência, certamente, era assumir o controle do Mastermind; o grande vilão por trás dos “Jogos Mortais” que estavam acontecendo nos cenários.

Afinal, Resistance tem sumariamente esse plot: 4 jogadores assumiriam o papel dos Sobreviventes, sendo necessário trabalharem juntos e usarem suas habilidades únicas para decifrar enigmas. O objetivo final eram chegar ao último estágio do labirinto e fugir, garantindo a sobrevivência.

Tudo isso enquanto se defendem das armadilhas, monstros e ciladas do Mastermind. Quem assume este papel na brincadeira tem o poder de controlar todo o ambiente através das câmeras de vigilância e, claro, precisa fazer da vida dos Sobreviventes um inferno, usando seu deck vilanesco para tal.

Imagem de Resident Evil Resistance
Capcom/Reprodução

O desequilíbrio na jogabilidade e na dificuldade, porém, deram a impressão de que o game poderia ser melhorado, não apenas nestes aspectos, mas também com mecânicas mais intuitivas.

Recentemente, o The Enemy teve uma nova oportunidade de testar o game, agora nomeado Resident Evil: Resistance, que será oficialmente a campanha multiplayer online de Resident Evil 3 (2020)

A nova demonstração oferecia novidades, tais como o acréscimo de novos personagens tanto do lado dos Sobreviventes quanto dos Masterminds e; claro, diferentes mapas para brincar de gato e rato. Além disso, a dificuldade parece ter sido equilibrada.

Imagem de Resident Evil Resistance
Capcom/Reprodução

E o que isso quer dizer? Simples: que agora o Mastermind pode falhar. A sensação na primeira versão de testes de Resistance passava era de que seria impossível que os Sobreviventes vencessem.

 Na nova build esse sentimento não existe mais: tudo está um pouco mais equilibrado para ambos os lados. Na prática, a diferença se manifestou quando o deck dos Masterminds começou a demorar um pouquinho mais para abastecer de cartas de monstros, por exemplo - pelo menos dois primeiros perímetros de cada mapa.

Imagem de Resident Evil Resistance
Capcom/Reprodução

Caso os Sobreviventes cheguem ao terceiro e último estágio do mapa, ao Mastermind é concebida alguma vantagem para que ele possa revertar a situação. Uma exemplo é a carta especial, que ativa o monstro exclusivo de cada vilão.

O contador também foi aprimorado. Os Sobreviventes ganham tempo ao executarem as tarefas do estágio, se ajudando ou quando eliminam monstros. O Mastermind consegue diminuir o tempo de vida dos mocinhos causando danos a eles ou eliminando-os. Quanto mais empecilhos o vilão conseguir distribuir pelo mapa, maiores são as chances de vencer. A quantidade de tempo atribuída ou eliminada ficou mais honesta desta vez.

Vale destacar ainda que em um ambiente fechado e controlado, com fácil contato com os outros jogadores de Sobreviventes, a experiência se saiu muito mais divertida. E ao jogar Resistance novamente nesse contexto, foi possível compreender três coisas.

Imagem de Resident Evil Resistance
Capcom/Reprodução

A primeira é que a comunicação é primordial para a sobrevivência. Se os Sobreviventes não se comunicarem, será praticamente impossível conseguir passar pelas três etapas das fases, ou ainda atingir os objetivos em cada uma das salas. É preciso se ajudar, socorrer, abrir fogo e vasculhar, tudo em seu devido momento. E essas etapas são decididas com uma boa conversa entre o time, justamente.

A segunda coisa é que a Capcom ainda está trabalhando no game. As melhorias gráficas são visíveis, a jogabilidade parece ainda mais leve e os novos conteúdos (sejam personagens, cenários, habilidades ou atributos personalizáveis) ajudam a expandir as possibilidades de diversão e, principalmente, de tempo dentro do jogo.

A terceira lição é que os novos personagens fazem toda a diferença e, saber usar as habilidades especiais (Personal Skills e Fever Skills) de todos os seis Sobreviventes é essencial. Portanto, pare, leia e entenda o que cada um faz e como eles executam essas técnicas. O mesmo vale para os Masterminds, pois eles também têm estratégias únicas.

Ao fim do dia de testes, a sensação que ficou era de que Resistance se tornou outro jogo, e ainda existe espaço para melhorias, felizmente.

A experiência multiplayer assimétrica tem tudo para dar certo e entreter os fãs após a campanha single player de Resident Evil 3. Particularmente, estou ansiosa para formar grupos e começar a jogar Resident Evil: Resistance.