A Deck Nine, uma das desenvolvedoras ligadas à série Life is Strange e responsável pelo último título inédito da série, True Colors, recebeu uma série de denúncias em uma matéria feita pelo IGN. O texto aponta para situações como apologia a nazismo e toxicidade no ambiente de trabalho.

A reportagem aponta que, durante o desenvolvimento de True Colors, funcionários da Deck Nine encontraram várias referências nazistas e racistas em assets do jogo — como o número 88 e o símbolo Hagal, ambos ligados ao nazismo, e a palavra "Sheeeit", usada em memes racistas.

"Tentei acomodar a ideia de que uma pessoa cometeu vários erros infelizes. É muito difícil acreditar nisso, especialmente porque pedimos que eles removessem o meme Sheeeit, e eles o mantiveram, só que menor", disse Elizabeth Ballou, que trabalhou como designer de narrativa no estúdio.

A Square Enix e, especialmente, seu escritório de Londres, também foram alvo: a empresa teria tentado esconder a bissexualidade de Alex, protagonista de True Colors, durante toda a divulgação do jogo.

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Em meio a vários parágrafos detalhando o ambiente da Deck Nine, que também envolve machismo, transfobia e assédios, o nome de Zak Garriss, chefe comercial do estúdio, é o mais proeminente.

Garriss possui um histórico de se aproximar de mulheres mais jovens e em cargos abaixo ao seu, criando situações em que era difícil dizer não a ele. Esses cenários começaram em ambientes pessoais, mas passaram a aparecer também na rotina de trabalho.

Um dos casos citados é de que ele recusava ideias de que personagens femininas demonstrassem raiva nos jogos. Outro menciona que Garriss relutou muito para remover uma cena de True Colors que poderia trazer gatilhos de estupro.

O IGN entrou em contato com Square Enix e Deck Nine, e apenas a segunda enviou uma declaração: apesar de não negar as acusações, a desenvolvedora exaltou o ambiente diverso do estúdio.