Poucas séries mudaram tanto após um recomeço quanto God of War. Kratos, o protagonista dos jogos, se tornou um personagem completamente diferente nos últimos anos. Bem mais profundo e bem desenvolvido do que foi um dia, ele ainda ganhou um companheiro de viagem bastante notável — o "garoto" Atreus.

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Quase tudo na nova versão dos jogos supera aquilo que vimos nos clássicos. A história é muito mais densa, o sistema de combate é mais sofisticado e, evidentemente, todos os aspectos puramente técnicos, do visual ao som, são infinitamente superiores por motivos óbvios.

Kratos espanca Hércules em luta brutal.
Reprodução: SIE.

Então, qual é o "aspecto" não superado dos jogos clássicos a que se refere o título deste texto? Bom, pode parecer um tanto distante da realidade para uma parcela dos fãs, mas a maneira como a trilogia original de God of War explorou a mitologia grega ainda está acima do que pudemos ver aproveitado da mitologia nórdica no jogo de 2018.

A reação imediata de qualquer pessoa a essa constatação pode ser: "mas só foi lançado um jogo ainda!" E, sim, é verdade que o reboot de 2018 foi o único jogo de God of War lançado nesta nova era. Ainda assim, conforme revelado pela própria equipe, só temos mais um jogo focado na mitologia nórdica. Depois disso, outro panteão será o foco ou a série vai acabar, simplesmente.

Ou seja, para se equiparar à trilogia clássica com apenas dois jogos em termos de profundidade mitológica, God of War: Ragnarok terá de nos presentear com todo aquele banquete de intrigas divinas presente nos três primeiros jogos em uma única experiência.

Zeus segura Pandora pelo pescoço.
Reprodução: SIE.

Odin, Thor, Freya, Fenrir, Tyr, Heimdall, Hel, Angrboda. Os destinos de todos esses personagens terão de ser condensados em uma única história que, se tiver duração aproximada à do jogo de 2018, não será de mais do que 20 ou 30 horas. E alguns dos deuses e criatura em questão nem sequer foram formalmente apresentados aos jogadores.

Indiscutivelmente, a preocupação dos novos jogos de God of War está mais em contar uma boa história do que em fazer referências gratuitas à mitologia em que se inspira. Tanto que a história dos jogos atuais é drasticamente superior às histórias dos jogos clássicos. Ao mesmo tempo, quando Ragnarok chegar ao fim, dificilmente os jogadores terão o sentimento de que viram tudo o que podia ser visto na mitologia nórdica em comparação com os clássicos.

Também existe a questão de que os jogos clássicos, por tratarem da mitologia grega, tinham uma vantagem um tanto injusta: a mitologia grega é facilmente a mais difundida de todo o Ocidente. Então, é muito mais fácil encontrar informações confiáveis a respeito e criar algo em cima dela.

Kratos mata Athena.
Reprodução: SIE.

De acordo com Cory Barlog, que será produtor de God of War: Ragnarok depois de ter dirigido o jogo anterior, o novo título da série será lançado, de fato, em 2022. Por enquanto, não existe uma data de lançamento confirmada.

Se o jogo for tão bom quanto os fãs esperam, teremos uma disputa interessante entre God of War e Elden Ring no TGA.