DualShock ao DualSense: a evolução dos controles de PlayStation

Sem um nome particularmente chamativo, o controle original do PlayStation (conhecido pelo modelo SCPH-1010) usou como base a configuração de botões do Super Nintendo - plataforma da qual a Sony tinha um conhecimento mais do que passageiro -, mas trouxe suas próprias particularidades.

O controle, por exemplo, adicionou dois botões laterais adicionais, os famosos L2 e R2, e criou uma empunhadura especial para as mãos dos usuários, ao contrário dos formatos mais circulares do Mega Drive e SNES, por exemplo.

Ken Kutaragi, o chamado “Pai do PlayStation”, disse em entrevistas que a equipe de desenvolvimento do projeto trabalhou quase tanto na ergonomia e diferentes elementos do controle (peso dos botões, posicionamento, etc.) do que no console em si.

Uma decisão válida, considerando que seu “esqueleto” se manteve por décadas a fio.

Uma espécie de “elo perdido” entre o controle de PlayStation original e o DualShock, este periférico trouxe um dos elementos essenciais para os jogos em 3D, e que marcariam as próximas gerações: as alavancas analógicas.

Lançado em 1997, esta versão do controle do PlayStation era maior e mais larga do que seu antecessor, para acomodar os analógicos. Houve também a inclusão de um novo botão, que trazia três funções: Analog, que ativava as alavancas; Digital, que as deixava inativas e focava nos direcionais; e Analog Flightstick, que emula o estilo de um controle de joystick para jogos de avião ou nave.

No Japão, o controle tinha função rumble por feedback háptico, mas as versões americanas e europeias dele não traziam a funcionalidade.

De qualquer forma, poucos meses depois, este modelo foi substituído por seu irmão mais famoso…

O controle final do primeiro PlayStation, e modelo para os periféricos da Sony para as próximas gerações, o DualShock foi lançado no fim de 1997 no Japão e maio de 1998 no Ocidente.

O nome deve-se ao feedback háptico do controle, que traz dois motores - um em cada empunhadura, com o da esquerda sendo mais potente que o da direita - especiais para vibrar em momentos determinados, aumentando a imersão do jogador.

A presença dos dois motores era um diferencial significativo, já que mesmo o Rumble Pak do Nintendo 64 era unimotor, e não vinha embutido no controle em si.

O DualShock também trazia algumas diferenças em relação ao Dual Analog, tendo empunhaduras menores e alavancas analógicas mais acolchoadas do que seu predecessor. Ele também não trazia a “lombada” que ajudava usuários a diferenciar o R1 e R2 ou L1 e L2, e perdeu o modo Analog Flightstick.

Sendo assim, o DualShock acabou ficando como o modelo “tradicional” do controle de PlayStation nas próximas décadas.

Para o sucessor do DualShock, que foi o principal controle do PS2, a Sony não trouxe alterações significativas em sua parte externa, com exceção do posicionamento de alguns parafusos.

Porém, uma série de mudanças de qualidade de vida foram implementadas no periférico incluindo botões com sensibilidade de pressão. Suas alavancas analógicas também eram mais duras do que o DualShock original.

O DualShock 2 foi o padrão do PlayStation 2, sendo seu controle oficial do início até o fim da vida do console mais vendido de todos os tempos.

Um tanto controverso, o controle original do PlayStation 3 foi seu principal periférico entre 2006 e 2008.

Originalmente, a Sony tinha um design radicalmente diferente do DualShock 2, lembrando um boomerangue. Após críticas intensas do público e mídia, a empresa acabou lançado um modelo que lembra mais os modelos anteriores.

O SIXAXIS ganha este nome pelo seu sistema de sensor de movimento, capaz de ser usado para direcionar o personagem ou veículo em diferentes direções sem apertar botões o mover o analógico ou direcional.

Em termos de botões, o L2 e R2 foram alterados, sendo estendidos e ganhando um aspecto maior de gatilho do que nos controles anteriores.

Além disso, o botão Analog foi substituído por um circular com o logo de PlayStation, utilizado principalmente para acessar o menu e Home do PS3.
Além disso, o controle era sem fio, trazendo uma bateria recarregável com duração de cerca de 30 horas.

A grande controvérsia envolvendo o SIXAXIS foi a falta de uma função de vibração, já que na época a Sony estava envolvida em um processo contra a empresa Immersion, que patenteou a tecnologia de feedback háptico.

Isto só foi mais um alvo das diversas críticas iniciais ao PlayStation 3, até que finalmente a empresa cedeu.

Após um acordo entre a Sony e a Immersion, a empresa lançou o DualShock 3 em 2007, que logo tornou-se o principal controle do PlayStation 3.

Para todos os propósitos, o novo controle era essencialmente o mesmo do SIXAXIS, mas com a bem-vinda adição do fator rumble - e, consequentemente, seu peso, já que os motores do feedback háptico o deixaram 40% mais pesado.

De resto, o DS3 tinha as mesmas funcionalidades de seu predecessor, incluindo a tecnologia de sensor de movimento, que podia ser usada junto com a vibração do controle.

O último dos DualShock (até onde sabemos) traz um design mais diferenciado de seus predecessores, com um estilo mais arredondado e com curvas, além da inclusão de de uma tela de toque para o controle.

Não só isso, o DualShock 4 conta com uma entrada para fone de ouvido, uma entrada de extensão e um alto-falante especial, que pode ser usado para emitir diferentes sons durante o gameplay.

Os botões não tem mais sensibilidade de pressão, com exceção dos laterais e gatilhos - L1, R1, L2 e R2 - enquanto os botões de Pause e Select foram trocados por Options e Share, e ambos jogados para as partes superiores do controle para acomodar o touchpad.

O controle também conta com a um tanto controversa barra de luz, foi criticada por causar poluição visual em ambientes mais escuros. Posteriormente, a Sony disponibilizou a opção de diminuir a intensidade da barra.

E enfim chegamos à última iteração do controle do PlayStation 5, e - aparentemente - uma nova era para os periféricos da Sony.

O nome DualSense deve-se ao fato de que o controle agora conta com uma forma evoluída do feedback háptico, mais refinada do que a simples vibração dos motores dos controles DualShock. Além disso, tanto o L2 quanto o R2 agora são gatilhos adaptáveis, que sentem com mais precisão a extensão do movimento do jogador.

(Em outubro de 2019, a revista Wired divulgou impressões sobre o novo controle)

Sua estrutura tem semelhanças com o DualShock 4, mas há diferenças significativas: suas dimensões são mais robustas, com empunhaduras maiores, e a tela de toque também foi alterada e levemente expandida.

A barra de luz, por sua vez, mudou de posição, ficando agora na parte frontal do controle, rodeando a tela de toque, e além do alto-falante o controle conta com um microfone interno.

Quanto aos botões, o Share do DualShock 4 foi trocado pelo Create, que ao que a Sony indica trará funções ainda mais diferentes de compartilhar conteúdo.

Além disso, as cores clássicas dos botões frontais foram removidas, e tanto eles quanto o direcional ganharam uma estética transparente.

Por fim, o DualSense tem um tom duplo de cor, com a parte superior (tirando os botões laterais) em branco e a inferior na cor preta, ao contrário das cores sólidas em preto ou prata dos controles anteriores.