imagem de foto tirada na rio2c
Rodrigo Coelho

O mercado de games tem sido um espaço cada vez mais ocupado por mulheres. No Brasil, por exemplo, elas representam mais da metade do público de jogadores.

Porém, ainda há um grande desafio em relação à representatividade feminina dentro e fora dos jogos, especialmente no cenário competitivo dos esports, onde o preconceito e o desrespeito ainda são presentes.

Para discutir esse tema, o painel "Game+Minas: Protagonismo feminino dentro e fora dos jogos" na Rio2C 2023, moderado por Branca Galdino, trouxe a perspectiva de grandes representantes da indústria, como Bruna Soares, da Ubisoft, Camila Silveira, conhecida como Camilota XP e Nicolle Merhy (Cherrygumms), CEO da Black Dragons.

As palestrantes contaram suas experiências e destacaram a importância de conquistar protagonismo e espaço no mundo dos games, inspirando outras mulheres a fazerem o mesmo. O painel destacou que, muitas vezes, a representação feminina nos games em geral e nos esports, é sexualizada e negativa, por exemplo.

Para ajudar a combater este problema, Cherrygumms ressalta a importância de se criar um ambiente seguro e estruturado para as mulheres se capacitarem e se desenvolverem no mundo dos jogos.

"Acredito que é fundamental a criação de um ambiente seguro para as mulheres no cenário competitivo de esports. É preciso mais competições femininas para dar oportunidade às mulheres de se destacarem e se capacitarem no mundo dos jogos. Mas o nosso objetivo é consolidar essa base para que as mulheres capacitadas possam ir para os campeonatos mistos no futuro", afirma Cherrygumms.

Todas concordam que, felizmente, com cada vez mais grupos de diversidade e inclusão sendo criados, essa realidade está mudando.

Ainda em relação à inclusão das mulheres nos games, as palestrantes apontaram a necessidade de haver mais personagens femininas nos jogos, representando mulheres de diferentes etnias, corpos e habilidades, isso além de representarem mulheres que não sejam apenas sexualizadas ou estereotipadas. A falta de representatividade nas telas também afeta a inclusão de mulheres no mercado de trabalho dos jogos, já que muitas vezes elas se sentem desencorajadas a entrar no setor por não sentirem que é um espaço que elas se identificam.

Para Bruna Soares, a inclusão é uma questão de sobrevivência do mercado, já que os jogos precisam ser feitos para todos. "A inclusão é uma questão de mercado, não é uma questão de moral. Se a gente não fizer jogos para as mulheres, se a gente não fizer jogos para todo mundo, a gente não vai sobreviver. A diversidade é importante não só para as mulheres, mas para todas as pessoas. Precisamos garantir que todos se sintam representados e incluídos no mercado", afirmou.

Por fim, as entrevistadas destacaram o papel das marcas e patrocínios nessa mudança de cenário, destacando que o público e as empresas estão cada vez mais consumindo conteúdo produzido por mulheres e valorizando a participação feminina no mundo dos jogos e da tecnologia.

foto de cherrygumms
Cherrygumms

Para Camila Silveira, a conquista de patrocínios é um sinal de que as mulheres estão conseguindo conquistar seu espaço no mercado. "Os patrocínios são um reflexo do que estamos fazendo. As empresas estão investindo nas mulheres porque elas estão se destacando no mercado. Isso é uma conquista nossa e mostra que estamos no caminho certo", disse.

No entanto, mesmo com todas essas mudanças positivas, ainda há muito trabalho a ser feito em relação à representatividade feminina nos jogos e no setor de tecnologia como um todo.

"Acho que é importante ter mais mulheres ocupando cargos de liderança para que possamos ter mulheres influenciando decisões e ajudando a mudar o cenário. Eu acho que é uma questão de equilíbrio e diversidade para podermos ter um mundo mais justo e equitativo", aponta Bruna Soares.

Ainda há muitos desafios a serem enfrentados para que as mulheres tenham um espaço igualitário na indústria de jogos eletrônicos, mas é animador ver que há muitas mulheres talentosas e dedicadas trabalhando para mudar esse cenário.

Como disse Camila Silveira, "é importante que as mulheres tenham um espaço para poderem se expressar, mostrar o que sabem e criar oportunidades para outras mulheres. Isso é uma forma de aumentar a representatividade feminina em um mercado majoritariamente masculino e ajudar a torná-lo mais justo e diverso".

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O painel foi uma oportunidade única de ouvir as perspectivas de mulheres talentosas e experientes na indústria de jogos eletrônicos. Elas discutiram suas carreiras, experiências e desafios, bem como a importância da diversidade e representatividade feminina no setor. Embora ainda haja muito trabalho a ser feito, a conversa foi uma fonte de inspiração para outras mulheres conquistarem seu espaço e a encontrarem sua própria voz no mercado de trabalho.


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