Uma reportagem do Gamesindustry.biz coletou depoimentos de 16 funcionários e ex-funcionários da Twitch sobre diversas questões problemáticas no ambiente de trabalho da plataforma. Questões como racismo, abuso verbal e sexual e machismo foram levantadas em uma série de acusações.

Em uma das declarações, uma funcionária afirmou que seu colega de trabalho havia cuspido nela e a xingado. Quando ela reportou o acontecimento para o setor de Recursos Humanos, a responsável perguntou o que a mulher havia feito para provocar aquilo.

"A Twitch repetidamente colocou vários casos de assédio e abuso para baixo do tapete: abuso sexual, verbal, físico e racismo. E não apenas casos que me envolviam", disse uma das fontes. "Acontecia no escritório, em eventos, em reuniões e a portas fechadas. Era desenfreado e inevitável. Nós escutávamos sobre isso nas salas e víamos em nossas mesas. Era evidente e parte do trabalho".

Dando coro às acusações atuais, Olivia Grace, que comandou o chat da plataforma em determinado momento, conta em um tweet de junho que tentou banir um emote que estava sendo utilizado de maneira racista, mas Emmet Shear, CEO da Twitch, negou o pedido.

A reportagem menciona as questões raciais de Shear, que, segundo um ex-funcionário, já chegou a dizer que um membro da Ku Klux Klan poderia fazer transmissões ao vivo na Twitch, desde que respeitasse os termos de uso da plataforma.

Em resposta à reportagem, a Twitch afirmou: "Levamos alegações dessa natureza com extrema seriedade, seja em nosso serviço ou dentro da empresa, e trabalhamos rapidamente para investigá-las e tomar as ações necessárias. Qualquer coisa que sugira o contrário não representa a nossa cultura, liderança e valores. Muitas dessas alegações são de anos atrás, e nós tomamos vários passos para melhorar a proteção e suporte a nossos funcionários e comunidade, e continuaremos investindo tempo e recursos nessa área".