Jogamos: Neva é jornada emocionante e minimalista com toques de Last Guardian

Entre os estúdios independentes, poucos souberam captar com tanta sensibilidade o poder do meio de arrancar reações emotivas quanto o Nomada Studio, que fez do luto a matéria-prima do belíssimo GRIS. Agora, a desenvolvedora indie está de volta com Neva em busca de nos fazer despertar nossos instintos de proteção parental.

O estúdio, que foi fundado há quase dez anos por produtores de games AAA com experiência na Ubisoft e nomes influentes da cena artística catalã, foi buscar inspirações em jogos como Shadow of the Colossus e The Last Guardian para sua nova aventura minimalista, que promete entregar novamente belíssimos cenários e momentos.

The Enemy viajou até Barcelona a convite da Devolver, publicadora de Neva, e teve a oportunidade de jogar o primeiro capítulo do game, que chega no início de outubro para PlayStation 5, Xbox Series, PC e Nintendo Switch.

No jogo, vivenciamos a dor da perda já nos primeiros minutos, quando uma série de criaturas sombrias ataca a personagem jogável Alba e sua companheira, uma loba gigante com chifres de cervo, que morre defendendo o grupo. Cabe a você agora cuidar da filhote de sua antiga parceira, Neva.

O impacto emocional cria imediatamente um cenário propício para que Alba e Neva desenvolvam uma relação mais profunda, fazendo com que imediatamente nos importemos com a jovem filhote de lobo.

Boa parte disso dá a tônica do primeiro capítulo do game, em que a inocente e curiosa Neva se expõe a perigos de forma constante, ao não conseguir alcançar locais distantes com seus pulos ou se afastar demais de sua tutora, se expondo aos perigos de um cenário assolado por inimigos.

Mesmo com uma estrutura de jogo de plataforma linear, fica claro que o relacionamento entre Alba e Neva é o ponto central do jogo, não apenas na necessidade de as duas cooperarem para sobreviver, mas também porque você Alba dá suporte emocional a Neva. Em vários momentos traumáticos, especialmente em lutas contra inimigos, você precisa acolher Neva para que ela se sinta confiante para seguir.

O jogo vai se passando em capítulos definidos por estações do ano, nos quais Neva vai crescendo e passando a mudar sua interação com o cenário, especialmente porque ela também passa a ter poderes para enfrentar as criaturas sombrias.

A sutileza das emoções se complementa a uma direção de arte minimalista que, assim como em GRIS, parece fazer com que você está passeando por verdadeiras pinturas, especialmente em campos abertos nos quais a câmera se afasta, destacando a vastidão das paisagens naturais em que o início do jogo se passa.

O visual de saltar os olhos é reflexo direto da visão criativa de um dos principais nomes do Nomada Studio, o artista visual Conrad Roset. Durante a apresentação do jogo, Roset revelou que todos os cenários de Neva estão desenhados em um longo storyboard, em arquivos de edição de imagens.

A grande mudança em relação a GRIS está justamente na adoção do combate como forma de interação. Neva conta com segmentos de luta simples e batalhas contra chefes, com uma movimentação da personagem similar a de jogos como Hollow Knight.

Entretanto, o jogo não parece ser focado em oferecer uma experiência focada nisso, ao menos no que dá a entender os dois primeiros capítulos.

Neva será lançado em 15 de outubro para PlayStation 5, PC, Nintendo Switch e Xbox Series.