Foi difícil, mas conseguimos decidir nossos melhores jogos de 2019. Abaixo, você confere a lista dos títulos selecionados, com escolhas pessoais de cada membro da equipe.

Não estranhe ao ver Devil May Cry V citado 3 vezes: ele foi, por maioria de votos, o Melhor Jogo do Ano, na opinião do The Enemy - conforme você confere no vídeo acima.

Sem mais, confira a seleção:

Angelo Sarmiento: Session

O novo game de skate, desenvolvido pela Crea-ture Studios, chegou para matar a saudade de quem gostou de Skate 3. Ainda em Early Access, porém com diversas funcionalidades já conhecidas dentro do gênero, Session não só supre a vontade um Skate 4 (que provavelmente nunca veremos),como também inova na mecânica de manobras e diverte de maneira maravilhosa.

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Breno Deolindo: Death Stranding

Fale o que quiser sobre Death Stranding: simulador de correios, uma pura chatice, muito estranho e sem sentido. Talvez você esteja certo, mas é necessário reconhecer que o game é importantíssimo para o futuro da indústria.

O primeiro título da Kojima Productions aprofunda a mecânica mais básica de qualquer game - a movimentação - e torna-a elemento principal de uma aventura solitária e monótona.

A grande companhia do jogador nessa trajetória, além de seu BB, é justamente de outros jogadores, algo que conversa perfeitamente com a rede quiral estabelecida pelo game. Se você lembra das dicas deixadas pelos outros em Dark Souls, vai ver essa ideia ser extrapolada em Death Stranding.

Uma história densa e repleta de nuances abraça esse universo, que é perfeitamente completo pela trilha sonora da banda Low Roar. Honestamente, Death Stranding perderia muito de seu charme sem as faixas da banda islandesa.

Em meio a tanta discussão sobre o jogo de Kojima ser ou não para qualquer pessoa, recomendo que você dê uma chance às longas caminhadas de Sam Bridges. Death Stranding está longe de ser um título inacessível, basta ter um pouco de paciência para perceber que reconstruir as Cidades Unidas da América não é um bicho de sete cabeças.

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Breno Deolindo: Kingdom Hearts 3

Só o fato desse jogo existir já é motivo para que uma legião de fãs comemore. Por mais que tenha seus problemas com a maneira que conta a história de Sora, Kingdom Hearts 3 compensa com uma direção de arte quase impecável e a trilha sonora marcante. Isso sem falar no tradicional gameplay da franquia, que está mais fluido do que nunca com todas as possibilidades que a Square Enix adicionou.

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Breno Deolindo: Sayonara Wild Hearts

Poucos jogos misturam tão bem a música com sua jogabilidade. Atualmente, é possível elencar os psicodélicos Tetris Effect e Beat Saber como maneiras rítmicas de se juntar o gameplay com a trilha sonora.

Em Sayonara Wild Hearts, essa proposta é levada à última potência em um game que não necessariamente é sobre sua música. À primeira vista, o jogo parece apenas uma releitura frenética de Subway Surfers ou qualquer outro desses jogos mobile, mas com uma ou outra mecânica a mais.

Conforme as fases passam, entretanto, é fácil perceber que a maneira certa de jogar Sayonara Wild Hearts é se entregar às batidas da excelente trilha sonora, pois elas vão te ajudar a obter uma pontuação mais alta.

Tudo isso se mistura com uma paleta de cores ousadíssima, que não tem medo de se aventurar no neon azul, rosa e roxo.

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Bruno Silva: Devil May Cry 5

Esquecido no churrasco da premiação de Jogo do Ano do The Game Awards, Devil May Cry 5 merece (e muito) um lugar na lista do The Enemy. O novo jogo de Hideaki Itsuno pode não ter reinventado a família Sparda, mas soube atualizar a franquia com uma bela direção de arte, uma história envolvente, um trio de protagonistas excelente - do novato V ao repaginado Nero, passando pelo sempre ótimo Dante - e, principalmente, um sistema de combate que empolga a cada acerto e te encoraja a testar, como sempre, as definições de ser estiloso. Só de escrever já estou lembrando da bendita - ou seria maldita? - música tema...

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Claudio Prandoni: Devil May Cry 5

Dentre todos os jogos lançados em 2019 o que mais me agradou foi Devil May Cry 5. O frenético game de ação continou a excelente série de sucessos recentes da Capcom, também celebrada nesta temporada com o remake de Resident Evil 2, e deu um verdadeiro show.

DMC5 resgatou o legado da série ao trazer de volta Dante do jeito que os fãs gostam e reformular Nero de forma empolgante com os Devil Breakers. Além disso, o novato V balançou bastante a mitologia da grife e mostrou maneiras inéditas de encarar um hack'n slash raíz e rock'n roll.

Tudo isso com gráficos incrivelmente detalhados, ação intensa e uma trilha sonora de primeira categoria. Poucos jogos conseguem equilibrar tão bem tantos pratos, exaltar a nostalgia e também inovar de forma incontestável com tanta qualidade técnica como se viu aqui.

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Claudio Prandoni: Gears 5

Campanha intensa e inovadora, imensa variedade de modos de jogos, gráficos impressionantes, multiplayer robusto e muito mais. Gears 5 chegou repleto de conteúdo e não apenas representou um novo capítulo importante na franquia, mas representou perfeitamente a atual filosofia da Microsoft com o serviço Xbox Game Pass.

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Claudio Prandoni: Tetris 99

O que não faltou nos últimos meses foram jogos de Battle Royale, especialmente com elementos de shooter. Porém, a Nintendo ousou fazer diferente, destilou a essência do gênero e aplicou ele a um velho clássico: Tetris. O quebra-cabeça russo soprou vida nova ao Battle Royale e tornou uma combinação inusitada em algo viciante.

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Jessica Pinheiro: Devil May Cry V

O quinto jogo da franquia agradou em todos os aspectos: a jogabilidade é diversificada e extremamente divertida a um ponto que é difícil soltar o controle; a trama progride de maneira intrigante com flashbacks e flashforwards, além de entregar respostas que os fãs da franquia queriam há anos; a trilha sonora está a altura e também se modifica de acordo com o personagem controlado e agrada diferentes gostos; os personagens são intensos e envolventes e a grande maioria deles cumpre bem seu papel ao longo da jornada; e os gráficos, as expressões dos bonecos e as animações estão estonteantes graças à RE Engine da Capcom. É tudo que eu queria e muito mais! Uma experiência completíssima. Definitivamente é meu jogo de 2019.

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Jessica Pinheiro: Sekiro: Shadows Die Twice

Desafiante na medida certa, mais acessível do que seus antecessores (os "Soulsborne"), e ainda familiar e inovador ao mesmo tempo dentro de seu próprio gênero. Sekiro: Shadows Die Twice me trouxe uma das melhores experiências em termos de jogabilidade em 2019. 

É um deleite ouvir os tilintares das espadas e acertar a mecânica de repelir, quebrando a postura dos inimigos para executar, na sequência, um ataque fatal - a execução shinobi nunca falha.

Aprender como funcionam os oponentes, treinar bastante e desbravar os diferentes caminhos e o passado e a dádiva do "Lobo" são apenas alguns dos elementos que mais me chamaram atenção em Sekiro. 

Como já dito, o game consegue um bom equilíbrio entre oferecer aspectos familiares para jogadores veteranos de Soulslike, mas ainda assim, traz elementos novos como um protagonista pronto e com personalidade própria, cenários ambientados no Japão feudal, e mecânicas de combate e de exploração novas.

PH Lutti Lippe: Final Fantasy XIV: Shadowbringers

Shadowbringers cobra um pedágio alto: para aproveitar a melhor história já criada dentro da lendária franquia, jogadores precisam passar por centenas de horas das expansões anteriores. Mas é justamente por causa de tudo o que vem antes que a trama do jogo é tão impactante. Além de virar de ponta cabeça conceitos clássicos da série, como o embate entre luz e escuridão, o game ainda diverte com uma das mecânicas de combate mais refinadas e complexas de toda a história do gênero. Todos os aspectos de Shadowbringers o elevam como um pacote completo - a trilha sonora perturbadora e emocionante, o visual surrealista das novas áreas, os chefes monstruosos e desafiadores, as igualmente nostálgicas e surpreendentes novas profissões... É um jogo que mostra que MMORPGs ainda têm muito a oferecer.

Rafael Romer: Control

Não há dúvidas que Control representa o ápice dos anos e anos de experiência da produtora finlandesa Remedy Entertainment com jogos em terceira pessoa. Com uma narrativa críptica e envolvente, visuais impecáveis e jogabilidade ao melhor estilo “simulador de Jean Grey”, o título é um pacote completo de tudo que esperamos do gênero de ação e aventura – mas com um charme extra de surrealismo. Control absorve o jogador em um universo bizarro, brutalista e paranormal que pede para ter cada um de seus cantos explorados e cada um de seus mistérios explicados – e só o cospe de volta à realidade ao final da história. Mas a vontade de seguir viajando pela Casa Mais Antiga continua.

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Rafael Romer: Untitled Goose Game

Correndo por fora em uma indústria que tende a se levar a sério demais, recheadas de jogos ambiciosos e grandiosos, Untitled Goose Game, da produtora independente House House, quebrou a internet com sua proposta de puzzle inusitada. Em pouco tempo, o Ganso irritante do jogo entrou no consciente coletivo da cultura pop, virou meme e mascote de de streamers ao redor de todo mundo – e se consolidando como um dos mais divertidos jogos do ano. HONK!

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Rafael Romer: The Outer Worlds

Considerado um "Fallout no espaço" com o pedigree da Obsidian Entertainment, The Outer Worlds surpreendeu muita gente por ser um dos RPGs single-player mais sólidos do ano. Com um roteiro bem-humorado, personagens densos e críticas aos elementos destrutivos do capitalismo tardio, o jogo encantou jogadores que buscavam algo próximo de um New Vegas – em um momento que a Bethesda parece interessada apenas em Fallout 76. Definitivamente, uma experiência que vale a pena.

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Victor Ferreira: Disco Elysium

A meu ver, Disco Elysium está em um patamar acima de tudo o que joguei neste ano, e está em um lugar especial entre meus jogos favoritos de todos os tempos.

É possível resumir a história do jogo como a jornada de um detetive drogado e bêbado que perdeu a memória e deve, ao lado de um parceiro profundamente sério e as vozes na sua cabeça, solucionar o misterioso assassinato de um mercenário em meio a um conflito sindical, mas isso é apenas um pequeno aspecto do que o game oferece em termos de narrativa e temas políticos e filosóficos que o jogador pode encontrar durante a investigação na área de Martinaise, na melancólica cidade de Revachol.

Todos os elementos do game, de seu sistema de criação de personagens, internalização de ideias e conceitos, arte, música, e diálogos, casam-se perfeitamente em um jogo que consegue misturar humor, ação, mistério e horror existencial em um único pacote.

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Victor Ferreira: Resident Evil 2

O remake de Resident Evil 2 é uma grande síntese de todos os elementos que tornaram a franquia tão adorada pelo público nas últimas décadas, misturando elementos de ação de RE4 com o horror e gerenciamento de itens dos games clássicos, e com a excelente inclusão de um perseguidor implacável na forma de Mr. X.

Apesar de alguns tropeços narrativos, o game ainda é uma das experiências mais tensas e aterrorizantes em todo o ano de 2019.

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