Um bom jogo de terror é capaz de assustar e atormentar até mesmo o jogador mais metido a corajoso no mundo. Silent Hill, Resident Evil, Fatal Frame — não faltam opções quando o propósito do jogador é passar medo.

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Na lista abaixo, o The Enemy traz uma lista com os melhores jogos de terror de todos os tempos.

Se você é fã desse estilo de experiência, simplesmente abrace qualquer uma das sugestões. As chances de arrependimento são muito pequenas.

 

13. Outlast (2013) | PC, PS4, Xbox One, Nintendo Switch

Visão noturna da câmera.

Não é exagero dizer que Outlast ajudou a mudar o gênero de jogos de terror nas últimas décadas.

Quando o primeiro jogo da série foi lançado, em 2013, a tendência dos principais títulos do gênero era se voltar mais para a ação, com Resident Evil sendo o exemplo mais evidente.

O estúdio Red Barrels preferiu fazer um jogo com um protagonista completamente vulnerável, cuja principal ação ao encontrar alguma ameaça é de fugir ou se esconder antes que seja descoberto.

Com esse estilo de jogo, junto de outro game que ainda será citado por aqui, Outlast mostrou que jogos de terror podem ser um sucesso de crítica e público ao colocar o jogador em uma posição de vulnerabilidade constante, revitalizando o gênero e ajudando a criar uma onda que continua até os dias de hoje.

12. Clock Tower (1995) | PC, Super Nintendo, PlayStation

Escolhendo ação em Clock Tower.

Clock Tower pode não ser tão popular quanto Resident Evil ou Silent Hill, mas trata-se de um dos jogos que criaram as fundações para o gênero survival horror.

Lançado em 1995 para o Super Nintendo, Clock Tower é um adventure point and click inspirado, principalmente, nos filmes giallo de Dario Argento, que são conhecidos por seu ar de mistério e cenas de assassinato brutais.

No jogo, você controla Jessica, uma jovem que é convidada a viver com outras meninas órfãs em uma grande mansão na qual existe uma torre de relógio. Evidentemente, tudo dá errado, e ela e as outras garotas começam a ser perseguidas pelo que parece ser um menino-monstro bizarro armado com um par de tesouras gigantes.

Clock Tower nunca foi lançado oficialmente no Ocidente, e as mecânicas envelheceram mal. Especialmente, os quebra-cabeças e a lentidão dos movimentos da protagonista. Mas esse jogo conseguiu dar tom a muito do que viria nos jogos de horror das décadas seguintes, especialmente ao tirar a possibilidade de lutar contra o inimigo.

11. Dead Space (2008) | PC, PS3, Xbox 360

Atirando com lança-chamas.

Em 2008, a EA Redwood Shores, mais tarde conhecida como Visceral Games, criou um dos jogos de terror mais intensos do período em que foi lançado.

Usando de inspiração desde Resident Evil 4 até o filme O Enigma do Horizonte, a equipe da Visceral criou uma das ambientações mais perturbadoras de um game na forma da USG Ishimura, uma nave espacial que se torna um inferno após ser tomada por criaturas monstruosas, conhecidas como Necromorphs.

A sequência, Dead Space 2, também é excelente, mas é muito mais voltado para a ação. Dead Space 3, por outro lado, é lamentável. De qualquer forma, o primeiro jogo da série conseguiu um equilíbrio entre a ação e o horror como poucos jogos antes e depois dele.

10. Alien: Isolation (2014) | PC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One, Nintendo Switch

Alien no jogo.

Por décadas, jogos inspirados na franquia Alien usavam como referência Aliens — O Resgate, com hordas de xenomorfos indo na direção de um jogador controlando um soldado armado até os dentes — ou, ocasionalmente, um Predador.

Isso até a Creative Assembly voltar às origens da série para criar um jogo novo, o que levou à criação de uma das inteligências artificiais mais aterrorizantes do mundo dos videogames.

O Alien de Alien: Isolation ainda é, mesmo quase dez anos depois do lançamento, um dos inimigos mais implacáveis e tensos que um jogador pode encontrar, não só por ser, praticamente, invulnerável, mas, principalmente, por se adaptar ao seu estilo de jogo.

Alien: Isolation tem alguns problemas. Principalmente, quando nos aproximamos do final, quando o jogo parece não saber se é hora de acabar. De qualquer forma, o Alien por si só torna esse um dos jogos de terror mais memoráveis de todos os tempos.

9. Silent Hill 3 (2003) | PC, PS2

Heather Mason sozinha.

Incumbido de uma tarefa impossível, Silent Hill 3 precisava estar, no mínimo, à altura do antecessor direto — que, obviamente, também está nesta lista. É fato que o Team Silent conseguiu criar uma sequência digna, embora mais em linha com o primeiro jogo da série do que com o segundo, que foi um fenômeno daqueles que não se repetem.

O jogo volta a abordar o culto enfrentado no Silent Hill original, que, agora, caça a jovem Heather Mason, cujo sobrenome é o mesmo do protagonista do primeiro jogo.

Silent Hill 3 não muda radicalmente de estilo em comparação com Silent Hill 2, mas consegue trazer ambientações e momentos horripilantes e tensos — principalmente, nas primeiras partes do jogo, no parque de diversões e no shopping center.

8. Resident Evil 2 (2019) | PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series

Leon contra zumbis.

Usando como base o Resident Evil 2 original, que já era um dos jogos favoritos dos fãs da série, a Capcom trouxe uma versão melhorada e refinada do gameplay de Resident Evil 4, e a combinou com a atmosfera e tecnologia que criaram com a RE Engine para Resident Evil 7.

O resultado foi um dos melhores jogos de terror e um dos melhores remakes de todos os tempos. A delegacia de Raccoon City, que já era um dos ambientes mais memoráveis da franquia, ganha vida nova com a evolução gráfica e a mudança de câmera, trazendo agora corredores escuros e repletos de sinais de morte e destruição dos zumbis e dos outros monstros criados pelo T-Virus.

Não há como deixar de falar também do Mr. X/Tyrant/Tirano/como quer que você queira chamar. Se a experiência original já era tensa, ter um brutamontes invulnerável caçando ativamente os personagens pelas salas e corredores por boa parte do jogo enquanto você tenta solucionar um quebra-cabeça ou abrir uma nova área é aterrorizante.

7. Fatal Frame II: The Crimson Butterfly (2003) | PS2, Xbox

Irmãs fogem de fantasmas.

O universo de Fatal Frame está entre os mais opressores quando falamos nos jogos de terror. No segundo game, jogadores controlam Mio, uma garotinha que, junto da irmã gêmea, Mayu, explora uma vila parada no tempo e tomada por espíritos — alguns, tranquilos, enquanto outros, atormentados, atormentadores, e violentos.

A única forma de lutar contra esses fantasmas é tirando fotos por meio de uma câmera especial. Geralmente, a melhor forma de causar dano às criaturas medonhas é deixar que cheguem bem perto antes de tirar a foto — o que é uma experiência agonizante, confia em mim.

Fatal Frame 2 já era considerado um dos jogos mais assustadores de todos os tempos na época em que foi lançado, e, mesmo anos depois, a reputação permanece.

6. Bloodborne (2015) | PS4

Figura misteriosa de Bloodborne.

Logo de cara, Bloodborne se mostra bem mais horripilante do que os jogos anteriores da From Software — Demon's Souls e Dark Souls —, que tinham alguns momentos de horror e tensão, mas não naquele nível.

O que parece, a princípio, ser um horror inspirado no estilo gótico do século XIX começa a ganhar contornos mais sinistros e improváveis conforme o entendimento do mundo aumenta, e o tipo de monstruosidade que você encontra com o passar do tempo vai mudando de criaturas mais esperadas, como lobisomens, até… outras coisas.

A virada de Bloodborne, e o que se segue depois disso, é um dos pontos mais altos dos jogos de horror, e todo fã do gênero precisa experimentar um dos melhores títulos da última década — pena que a Sony não parece querer trazer o jogo no PC.

5. Eternal Darkness: Sanity's Requiem (2002) | GameCube

Personagem de Eternal Darkness.

Refletindo a temática do próprio jogo, Eternal Darkness: Sanity’s Requiem é uma anomalia na história da Nintendo, sendo um jogo de horror cósmico repleto de violência e terror psicológico distribuído por uma empresa que nunca havia lançado nada parecido com isso antes.

Desenvolvido pelo estúdio Silicon Knights, Eternal Darkness era um jogo extremamente ambicioso para a época, se inspirando nos contos de horror de H.P. Lovecraft para criar uma narrativa que atravessa séculos e envolve vários personagens de tempos, países e culturas diferentes.

Infelizmente, apesar do sucesso com a crítica, o jogo não vendeu bem, e a Silicon Knights perdeu muito do seu prestígio nos anos seguintes com jogos como Too Human e X-Men Destiny, sem falar em um processo contra a Epic Games que levou à falência do estúdio em 2014. Não veremos Eternal Darkness de novo, provavelmente. Entretanto, eis um nome que entrou para a história.

4. Resident Evil Village (2021) | PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch

Dimitrescu em Village.

Em Resident Evil Village, a Capcom não só continuou refinando a fórmula que deu tão certo em jogos como Resident Evil 7 e o próprio remake de Resident Evil 2 como também trouxe alguns dos momentos mais aterrorizantes, e alguns dos mais emocionantes, de toda a franquia.

Talvez nada seja tão horripilante e perturbador na série inteira quanto a visita de Ethan à Casa Beneviento. Procure e, provavelmente, você encontrará pessoas que não conseguiram jogar Village por um tempo depois de ver o que existia naquele porão.

A Capcom também conseguiu manter um bom equilíbrio entre a ação e o horror, com Ethan possuindo um arsenal de armas variado e com vários upgrades disponíveis, mas sem nunca deixar o jogo fácil demais.

3. P.T. (2014) | PS4

Norman Reedus em P.T.

É impressionante como uma demo que só ficou no ar por alguns meses, de um jogo que nunca vai sair, conseguiu ser um dos maiores exemplos de horror na história dos games — mas P.T. merece essa distinção.

O teaser jogável do que viria a ser Silent Hills surgiu do nada e quebrou a cabeça de muita gente na época, trazendo uma das experiências mais estranhas, perturbadoras e assustadoras que o público já tinha visto até aquele momento.

Parte do impacto de P.T. no imaginário popular deve-se à história ao redor da demo: como Silent Hills foi cancelado, e Kojima demitido; como o jogo foi tirado do ar e até hoje parece que a Konami tem um ranço particular com ele e tudo mais.

Com ou sem esse contexto mercadológico, o playable teaser é impactante por si só, e há um motivo pelo qual essa experiência breve inspirou tantas tentativas de cópia.

2. Amnesia: The Dark Descent (2010) | PC, PS4, Xbox One, Nintendo Switch

Inimigo bizarro em Amnesia.

Sem Amnesia: The Dark Descent, os jogos de terror como conhecemos hoje seriam muito diferentes. Esse foi o outro jogo, além de Outlast, que lutou contra a tendência de seguir cada vez mais pelo caminho da ação e abraçar níveis de desafio ainda maiores.

O pequeno estúdio sueco Frictional Games, que já havia criado jogos pequenos e bem recebidos na forma da trilogia Penumbra, lançou Amnesia em 2010, provando que era possível conquistar o público de uma forma particularmente ousada e intimidadora.

Na busca pelo equilíbrio entre segurança e sanidade, a experiência construída para Amnesia se torna absolutamente memorável, assim como a forma com que o pessoal da Frictional constrói a tensão e a sensação de insegurança, preparando o terreno antes de soltar os monstros em cima de você.

1. Silent Hill 2 (2001) | PC, PS2, Xbox

James de frente com a esposa.

Já se passaram mais de duas décadas e, mesmo assim, em nossos sonhos inquietos, vemos aquela cidade que continua nos fascinando e atormentando até os dias de hoje.

Não é exagero dizer que Silent Hill 2 vai além de ser um dos melhores jogos de terror de todos os tempos. Estamos falando de um dos melhores jogos de todos os tempo, no geral mesmo.

Em uma época na qual complexidade narrativa era um tanto rara nos videogames — particularmente, nos consoles —, a equipe do Team Silent conseguiu trazer um jogo repleto de simbologia, personagens complexos e temáticas extremamente adultas e fortes.

No papel de James Sunderland, um homem que retorna para Silent Hill após receber uma carta da falecida esposa, vemos o desenrolar de uma narrativa repleta de figuras marcadas pelos traumas do próprio passado, desde abuso físico e psicológico até traumas sexuais e obsessão por vingança.

Tudo isso é refletido no jogo. Não só no roteiro, mas também no design dos ambientes e dos monstros, refletindo as frustrações, desejos e até crimes que os personagens cometeram no passado — com a figura mais icônica e representativa disso sendo o Pyramid Head, que acabou virando uma espécie de mascote para a série.

Não bastasse isso, o Team Silent conseguiu implementar os temas e simbolismo do jogo no próprio gameplay, com os vários finais definidos não só por escolhas específicas, mas pelo jeito com que o jogador joga, de forma que a conclusão da história reflete como você lidou com a jornada.

Silent Hill 2 é um triunfo como poucos e mostra o poder e potencial dos videogames como forma de entretenimento. Mesmo com gráficos e gameplay datados, o game continua ressoando entre fãs e desenvolvedores que apreciam e aprenderam com as suas lições.