Já se passaram mais de duas décadas e, mesmo assim, em nossos sonhos inquietos, vemos aquela cidade que continua nos fascinando e atormentando até os dias de hoje.
Não é exagero dizer que Silent Hill 2 vai além de ser um dos melhores jogos de terror de todos os tempos. Estamos falando de um dos melhores jogos de todos os tempo, no geral mesmo.
Em uma época na qual complexidade narrativa era um tanto rara nos videogames — particularmente, nos consoles —, a equipe do Team Silent conseguiu trazer um jogo repleto de simbologia, personagens complexos e temáticas extremamente adultas e fortes.
No papel de James Sunderland, um homem que retorna para Silent Hill após receber uma carta da falecida esposa, vemos o desenrolar de uma narrativa repleta de figuras marcadas pelos traumas do próprio passado, desde abuso físico e psicológico até traumas sexuais e obsessão por vingança.
Tudo isso é refletido no jogo. Não só no roteiro, mas também no design dos ambientes e dos monstros, refletindo as frustrações, desejos e até crimes que os personagens cometeram no passado — com a figura mais icônica e representativa disso sendo o Pyramid Head, que acabou virando uma espécie de mascote para a série.
Não bastasse isso, o Team Silent conseguiu implementar os temas e simbolismo do jogo no próprio gameplay, com os vários finais definidos não só por escolhas específicas, mas pelo jeito com que o jogador joga, de forma que a conclusão da história reflete como você lidou com a jornada.
Silent Hill 2 é um triunfo como poucos e mostra o poder e potencial dos videogames como forma de entretenimento. Mesmo com gráficos e gameplay datados, o game continua ressoando entre fãs e desenvolvedores que apreciam e aprenderam com as suas lições.