Koichi Sugiyama, o compositor da série Dragon Quest, faleceu na última quinta-feira, 30 de setembro, aos 90 anos.

A causa da morte, de acordo com o pronunciamento oficial no site da franquia, teria sido em decorrência a um choque séptico.

Nascido em 11 de abril de 1931, Sugiyama começou sua carreira de compositor nos anos 1960, e no início da década de 1980 já havia feito carreira com músicas para diversos filmes e animações, incluindo Cyborg 009 e Space Runaway Ideon.

Koichi Sugiyama
Sugiyama Kobo/Reprodução

No mundo dos games, porém, Sugiyama ficou conhecido como uma das principais mentes por trás da série Dragon Quest junto do designer Yuji Horii e do artista e mangaká Akira Toriyama, tendo sido responsável pelas composições dos 11 jogos principais da franquia, entre 1986 e 2017, além de seus múltiplos spin-offs e derivados.

A música-tema de Dragon Quest é considerada uma das mais importantes e impactantes composições da indústria de games e até do Japão moderno, considerando a imensa popularidade da série no país.

Tanto que ela foi uma das músicas de maior destaque durante a na abertura das Olimpíadas de Tóquio, abrindo e fechando a entrada dos atletas e comissões olímpicas na cerimônia.

Embora seja celebrado por seus trabalhos artísticos, Sugiyama é uma figura extremamente controversa pelas suas visões ultranacionalistas, além de declarações homofóbicas e em defesa às ações do Japão Imperial durante o período da Segunda Guerra Mundial.

Durante os anos, o compositor negou publicamente a existência do Massacre de Nanquim, em que tropas do Japão cometeram assassinatos e estupros em massa contra a população da cidade chinesa de Nanquim entre dezembro de 1937 e janeiro de 1938.

Além disso, em 2007, ele assinou uma carta aberta no jornal The Washington Post criticando o governo dos EUA por exigir um pedido de desculpas por parte do Japão pelo uso de "mulheres de comforto", prisioneiras de países invadidos que serviam como escravas sexuais para os soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

Sugiyama também ridicularizou as altas taxas de suicídio entre jovens japoneses LGBT, e apoiou declarações políticas de que escolas do país não deveriam contar com uma educação voltada para diversidade sexual e de gênero.

O funeral de Koichi Sugiyama foi realizado de forma privada, com apenas a presença de parentes.