A demonstração "hands-off" é provavelmente a experiência mais frustrante para quem cobre games profissionalmente.

Obviamente é possível aprender algo de importante e relevante quanto ao jogo em questão com esse tipo de demonstração, mas o elemento central de tudo, a jogabilidade, é justamente o aspecto no qual você não tem qualquer tipo de perspectiva direta.

À convite da Bethesda, The Enemy teve a oportunidade de assistir um gameplay inédito de Ghostwire: Tokyoque não é o mesmo do que foi mostrado no showcase de quinta (3) no canal de PlayStation —, e apesar de revelar mais detalhes sobre como o game funciona e o que espera o jogador na cidade, minha maior vontade era saber qual a sensação dos fios místicos no DualSense.

Novo jogo do Tango Gameworks, estúdio de The Evil Within, em Ghostwire: Tokyo a capital japonesa é tomada por uma misteriosa névoa que faz a população da cidade desaparecer misteriosamente. Ao mesmo tempo, figuras estranhas conhecidas como Visitantes — incluindo os Slender Men de guarda-chuva dos trailers e vídeos, entre outros — começam a entrar em nosso mundo.

O jogador controla Akito, um pacato cidadão que acaba conseguindo resistir à névoa ao formar uma relação simbiótica com o misterioso KK, espírito de uma pessoa que parece saber mais sobre o que está acontecendo com Tóquio e seus habitantes.

Juntos, os dois devem enfrentar os Visitantes e o vilão Hannya — a figura mascarada que aparece nos trailers e capa, e que tem algum interesse pela irmã de Akito — por meio de habilidades místicas conhecidas como "Ethereal Weaving", canalizando tanto poderes elementais como fogo, vento e água como também fios místicos capazes de arrancar e absorver o núcleo de seus inimigos.

No trecho de gameplay mostrado à imprensa (que, se for chutar, diria que acontece antes do que foi mostrado no showcase de PlayStation), Akito tem como foco chegar ao apartamento de KK, que conta com diversas pistas e informações úteis para enfrentar Hannya e seus Visitantes.

Vendo à distância, o combate é principalmente focado em expôr a parte interna dos inimigos e utilizar o Ethereal Weaving para arrancar e absorver seus núcleos, "recarregando" sua munição de poderes elementais — verde é vento, vermelho é fogo, e por aí vai...

Ghostwire: Tokyo
Tango Gameworks/Divulgação

Além dessas habilidades "básicas", o jogador também contar com a assistência de yokais, figuras sobrenaturais típicas do folclore japonês, caso os ajude e liberte da influência de Hannya.

Ao derrotar os Visitantes e purificar os portais Torii que estão espalhados pela cidade, Akito também pode absorver os espíritos de pessoas que foram tomadas pela névoa por meio de um katashiro, um boneco de papel usado como forma de purificação.

Com esses espíritos absorvidos, o jogador pode ir para cabines telefônicas modificadas por um associado de KK para libertar as almas e ganhar tanto experiência quanto dinheiro (porque yokai aceitam um tipo específico de grana, aparentemente).

E talvez esse seja o elemento mais curioso de ver nesse hands-off: como os desenvolvedores da Tango implementaram tantos elementos da cultura folclórica japonesa como parte do gameplay, e a misturaram com a estética moderna de Tóquio.

Ghostwire: Tokyo
Tango Gameworks/Divulgação

O grande momento da demonstração, porém, foi o momento em que o apartamento de KK foi bloqueado por forças sobrenaturais, e Akito precisou navegar por um ambiente em constante mudança e transformação entre o real e o sobrenatural para eliminar certos objetos e purificar o ambiente.

E não posso dizer que não apreciei uma sidequest em que o espírito de uma velhinha pede para Akito resgatar um yokai do proprietário de sua casa, se apenas pelo fato de o jogo representá-lo com um cretino ganancioso e abusivo contra sua locatária.

(KK também diz "Propriedade é roubo" em certo momento, o que me fez rir)

Ghostwire: Tokyo
Tango Gameworks/Divulgação

Por isso, ainda consegui apreciar partes Ghostwire: Tokyo à distância, mesmo ainda querendo muito saber o feeling do gameplay e se o combate é satisfatório, especialmente por ser um jogo muito mais focado em ação do que horror, ao contrário dos dois The Evil Within.

Pelo menos não vou precisar esperar tanto, já que o game chega em 25 de março para PC e PlayStation 5.