Review: The Crush House tem azaração, intrigas e reviravoltas de maneira única

Se o seu sonho era saber como é trabalhar nos bastidores de um reality show, The Crush House é o que você estava procurando. No novo game da Nerial com a Devolver Digital, você assume o papel de Jae Jimenez Jung, que acaba de entrar como produtora do reality show mais quente da TV.

O programa se passa em uma mansão localizada em Malibu no ano de 1999, e seu objetivo é dar aos espectadores aquilo que eles querem ver. Para isso dar certo, você tem apenas duas regras: nunca fale com nenhum participante, em hipótese alguma, e a audiência está sempre certa.

Para começar sua primeira temporada de The Crush House, você precisa escolher 4 participantes entre 12 diferentes — cada um possui sua ficha com uma breve descrição, e dizendo o que ele gosta ou odeia. Feito isso, é só pegar a câmera e ir para a ação.

Assim que você liga sua câmera, aparecem na tela os 35 tipos de público diferentes que você precisa agradar. Entre eles, há as pessoas que gostam de ver brigas; as que gostam de ver romances; as mais esquisitas, como os conspiracionistas; ou ainda um grupo peculiar que gosta de ver faróis, já que há um como fundo de cenário da grande mansão.

Uma temporada do programa dura 6 dias, e você precisa agradar uma certa quantidade de públicos para avançar para o próximo dia. Caso você não consiga… o show é cancelado. De início é bem simples, mas as exigências vão crescendo e o jogador tem que agradar cada vez mais públicos completamente diferentes.

O jogo realmente fica complicado quando, além de ter que agradar vários públicos diferentes, você ainda precisa mesclar intervalos comerciais, que são o meio de conseguir dinheiro e comprar objetos de decoração, ou então novas atividades para os participantes. Por isso, é bom inovar sempre nos ângulos que você filma. Com a liberdade de sair andando pela casa e, principalmente, subir em diversos objetos e lugares, isso fica bem mais divertido.

Quando a primeira temporada chega ao fim, o game é praticamente reiniciado, com tutorial e tudo. De ínicio é esquisito, mas é uma escolha dos desenvolvedores que é explicada conforme você avança na história.

Para progredir no game, você precisa fazer exatamente o que as regras dizem para você não fazer. Ou seja, você precisará falar com os participantes do programa e realizar os pedidos deles, seja comprando objetos para se ter na casa e ele se tornar mais atrativo para o público, ou deixando ele com mais tempo de cena durante o show.

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Além de ser muito mais do que os trailers apresentam sobre sua história e jogabilidade, The Crush House também traz uma grande crítica à indústria de Realitys, onde trabalhadores são precarizados, mostrando a personagem principal dormindo em um quarto minúsculo e sujo no porão de uma grande mansão.

Essa crítica se estende até na personalidade dos participantes e sobre como a audiência consome esse tipo de conteúdo. Utilizando públicos que estão assistindo somente pra ver a bunda dos participantes, ou até aqueles que só querem ver os participantes constrangidos. Fora o papel que todos eles se prestam a fazer somente para “serem famosos”.

Durante toda a minha jornada na mansão tive poucos problemas técnicos, como em vezes em que o personagem encostava em alguma parede e não fazia absolutamente nada, ou acabam sentando em cadeiras invisíveis no cenário.

Por outro lado, um dos pontos fortes a se elogiar em The Crush House é que o jogo está inteiramente em português e muito bem localizado, contando com diversas gírias e trejeitos brasileiros de se falar, seja numa briga ou nos comentários do público, tornando a experiência muito mais divertida e engraçada.

Em contrapartida, o jogo da Nerial acaba ficando bem repetitivo, principalmente pelo fator de ganhar pouco dinheiro e precisar fazer algumas temporadas extras para terminar missões. Mas isso não tira o mérito deles e da Devolver de entregar o verdadeiro entretenimento dos reality shows de uma maneira jamais vista.