Imagem de Prince of Persia
Ubisoft

O ano de 2024 é aberto por um metroidvania excelente. Prince of Persia: The Lost Crown marca o retorno triunfal da série ao 2D com uma aventura desafiadora de personalidade vibrante. 

Salvo alguns espasmos incômodos de animação, Sargon é um protagonista responsivo e incrível de controlar, empoderando o jogador para enfrentar desafios de combate e plataforma exigentes e totalmente satisfatórios. 

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Firmando-se sob a base estabelecida por clássicos como Metroid e sucessos modernos como Hollow Knight, o jogo alcança distâncias suficientes para ser considerado imperdível para os fãs do gênero.

Aptidão em metroidvania

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Parte considerável do sucesso de The Lost Crown é garantido pelo forte DNA de jogos plataforma da Ubisoft Montpellier, somada à boa aptidão de tendências clássicas e modernas de metroidvania. 

The Lost Crown acerta em cheio no que torna o gênero tão satisfatório: o combate é exigente, os trechos de plataforma são tirar o fôlego e os mapas labirínticos escondem segredos que recompensam a exploração atenta. 

Além de fazer os veteranos se sentirem em casa, o jogo também tem a bem-vinda preocupação de tornar a experiência a mais tranquila possível para os novatos. 

Pegue o backtracking como exemplo: conhecido por afastar jogadores, o elemento oferece desgaste mínimo no novo Prince of Persia, algo garantido pelo mapa de fácil leitura e os incríveis Fragmentos de Memória. 

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O recurso permite fazer capturas do local que podem ser acessadas a partir do mapa, oferecendo fácil visualização da sala a qualquer momento. Trata-se de uma inovação proposta pelo time de Montpellier que se provou tão orgânica e frequentemente útil que, sinceramente, deveria ser adicionada a todos os metroidvania futuros. 

Falando em memória, a mais marcante ao final das mais de 20 horas de campanha é, sem dúvida, dos excepcionais puzzles e desafios de plataforma que o jogo esconde – provavelmente, os mais engenhosos que esta fã de metroidvania já viu. 

Vi-me segurando a respiração por trechos inteiros, conforme o jogo colocava minha coordenação a prova para atravessar salas inteiras com manobras aéreas (digno de Prince of Persia) sob a ameaça de armadilhas afiadas e pisos e paredes tomados por espinhos. A cada sala superada, mais a destreza no ar é empoderadora.

A experiência também é tomada pelo senso de familiariedade com homenagens frequentes a Metroid -- em especial ao jogo mais recente, Dread --, que vão de inimigos a golpes e artimanhas dos cenários. No fim, a constância desses elementos é tão grande que torna-se uma pena que não tenha havido despreendimento a fim de investir ainda mais na personalidade da IP. 

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Um jogo de personalidade vibrante

A destreza em elementos metroidvania e o senso de familiaridade servem, porém, apenas como base. The Lost Crown possui personalidade suficiente para garantir um sabor distinto. 

Muito do sentimento de personalidade do jogo é conferido pelos Poderes do Tempo adquiridos pelas penas sagradas do Simurgh. A partir da metade da campanha, as habilidades especiais apresentadas se tornam inéditas e passam a enriquecer o jogo exponencialmente, visto que permitem aplicações inteligentes de deslocamento e combate.

Os Amuletos são outro elemento de personalização do gameplay – apesar de poucas das vantagens oferecidas serem realmente úteis. 

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Além disso, diferente dos principais exemplos do gênero, o novo Prince of Persia traz uma história com mais nuances do que precisava, completa com missões secundárias que oferecem aprofundamento do mundo – apesar de não serem todos os casos. 

A identidade do jogo é constantemente reforçada pelos visuais marcantes, coeso sob cores vibrantes aplicadas dos efeitos que acompanham golpes de Sargon, aos cenários exuberantes e cinemáticas épicas inseridas nas batalhas de chefe. 

O Monte Qaf, onde se passa a história, é um mundo em nada monótono  – na verdade, os 13 biomas do jogo são tão diversos que chega a ser difícil acreditar que está tudo reunido sob o mesmo monte. É uma pena, sendo assim, que a trilha sonora seja tão neutra, carecendo de faixas memoráveis para acompanhar o nível de detalhamento do universo. 

Ótimos controles, com exceção dos espasmos visuais

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Nítido em Prince of Persia: The Lost Crown é o fato que o time tem plena noção de que construiu um protagonista ótimo de controlar e, por isso, tira o máximo de proveito. De fato, Sargon é equipado com uma variedade de manobras aéreas e combos, algo amplificado pela possibilidade de atacar na diagonal no maior estilo Super Smash Bros. 

Não me cansei de aplicar golpes aéreos, focando em lançar os inimigos no ar e mantê-los suspensos por uma chuva de socos e chutes. Foi particularmente recompensador ver a destreza com Sargon sendo posta a prova nos chefes finais do game, que devem satisfazer aqueles que procuram por batalhas especialmente desafiadoras. 

É uma pena, por isso, que um protagonista tão representativo e empoderador seja assombrado por espasmos de animação. Durante os testes no PS5, notou-se bugs frequentes que congelam Sargon em uma pose, algo que frustou mais de um combate. 

Mais crítico, porém, foi um glitch ocorrido no Templo do Conhecimento, que chegou perto de demandar o apagamento do arquivo de jogo. Durante um puzzle, Sargon ficou preso no chão, tornando-se impossível de se mover do lugar. O problema persistiu mesmo ao reabrir o arquivo a partir do menu principal mas, por sorte, o fechamento do jogo no menu de PlayStation solucionou o erro. 

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Outros problemas encontrados na versão de teste incluem ausência de expressão facial e movimento de boca dos personagens durante cinemáticas, travamento de câmera durante especiais, chefões que ficam congelados no lugar e elementos da tela que repentinamente se tornam invisíveis, incluindo Sargon. A Ubisoft promete um patch de correções para o dia de lançamento e, sendo assim, resta aguardar para conferir o que será solucionado. 

Quem deve jogar?

Por mais que os bugs sejam incômodos e frequentes, não há o suficiente para ofuscar quão divertida é a experiência de Prince of Persia: The Lost Crown. Comandada por um protagonista empoderador em personalidade e controles, o título deixa uma marca duradoura no jogador resultante da mistura entre familiaridade e inovação.  

O resultado não é o metroidvania já feito, mas uma aventura desafiadora e realizante que garante um ar de frescor neste início de ano, conquistando a curiosidade do que o futuro reserva para Prince of Persia 2D.

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Os fãs clássicos da franquia, os curiosos por conhecer metroidvania e, especialmente, os jogadores de Hollow Knight, Ori, Metroid e outros, não devem perder essa aventura.

Prince of Persia: The Lost Crown chega em 18 de janeiro ao PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One, Switch e PC. É possível testar o jogo com a demo gratuita disponível a partir desta quinta-feira (11).


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  • Lançamento

    18.01.2024

  • Publicadora

    Ubisoft

  • Desenvolvedora

    Ubisoft

  • Censura

    12 anos

  • Gênero

    Ação/Aventura, Plataforma

  • Testado em

    PlayStation 5

Nota do crítico