Quando a campanha principal de Monster Hunter: World termina, é praticamente impossível não pensar que haverá mais aventuras no futuro, dentro daquele mundo (trocadilho não intencional). Felizmente, a Capcom entregou uma expansão a altura para saciar essa vontade.

Monster Hunter World: Iceborne é praticamente um novo game. Em linhas gerais, todo o conteúdo adicional da expansão gélida entrega quase a mesma quantidade de horas do jogo base, trazendo mais dificuldade (para aqueles que reclamavam sobre como era fácil antes) e muitas novidades.

Mais do que uma expansão

Pegando carona nas brechas deixadas no final da aventura principal de World (não se preocupe, esta análise não contém spoilers); Iceborne continua de onde as expedições terminaram e aqui, os jogadores vão explorar novas localidades e caçar monstros e subespécies novas, agora na Fronteira Glacial.

Os personagens de World, inclusive, estão de volta e alguns deles ganham mais destaque na expansão, enriquecendo o mundo do game ainda mais. Outro ponto para enaltecer é a nova base de Seliana, que fica distante de Astera. Neste local, tudo está mais próximo, o que vai evitar os jogadores percam muito tempo nos loadings do hub.

Além de menor e prático, Seliana também oferece alguns minigames e um novo quarto ao seu Caçador que pode ser totalmente decorado. Por fim, a cozinha da base tem novas cutscenes por conta da chef Grammeowster, uma vovó Palico adorável que irá preparar as refeições para o seu boneco. 

Review - Monster Hunter World: Iceborne
Capcom/Reprodução

Em questão de mecânicas, o game manteve algumas do World e ganhou outros recursos básicos, como a opção de recolher todos os itens da missão apertando apenas um botão ao invés de pegar um por um na grade de loots que aparece na tela final da caçada.

Existem ainda novos golpes para todos as armas, mais níveis para as armas (em Iceborne elas chegam até o 12, no World iam até 8 apenas), a Slinger pode ser usada mesmo com a arma empunhada e a Clutch Claw ganhou melhorias.

A Clutch Claw em especial, que agora pode ser usada em qualquer monstro, fez toda a diferença na minha jogatina. Depois que aprendi a usá-la com o meu setup de arma e armadura, todo um novo leque de opções se abriu para mim, permitindo executar combos mais poderosos e até mesmo derrubar as criaturas.

Explora e estude o ambiente

Como já comentado, Iceborne é ambientado em uma nova região gélida. O frio não é apenas estético: ele também irá atrapalhar seu Caçador. Então é necessário aprender a fazer as bebidas quentes para que sua stamina não evapore; além de ficar de olho nos status do boneco.

Qualquer item que ajude o Caçador a se manter aquecido (ou que o auxilie a curar os ferimentos provocados por gelo); é extremamente bem-vindo. Aliás, não apenas itens como certas localidades também. Quando encontrar um lago com água quente, não hesite em entrar, por exemplo - em Seliana, também há termas para você se aquecer e se divertir com seu Palico, afinal, relaxar também é extremamente importante.

Review - Monster Hunter World: Iceborne
Capcom/Reprodução

Mas, voltando às caçadas, é interessante tentar estudar os ambientes o máximo possível. Saber onde existe possibilidade de avalanche, onde existem lagos com água quente e onde é seguro combater as criaturas (sem que o gelo ao redor se rache); pode fazer toda a diferença.

Master Rank e dificuldade dinâmica

Meu primeiro e último contato com a franquia foi com Monster Hunter 3, no PlayStation Portable (PSP). Desde então, não joguei mais nada da série, em suma porque outros títulos me chamaram mais atenção e também por conta do fator “acessibilidade” que os títulos mais antigos têm. 

Em World, como muitos já elogiaram por aqui - incluindo em nosso review - o game é muito mais acessível e, felizmente, Iceborne melhora ainda mais esse fator. A única reclamação fica por conta das salas para jogar multiplayer que ainda são um tanto complicadas de montar e a questão das cutscenes.

Isso porque antes de entrar em uma caçada em conjunto, todos precisam terminar a expedição primeiro e assistir à cutscene do monstro que deverá ser caçado. Só depois disso é que todos conseguem encarar a missão juntos. Isso acontecia no World e, em Iceborne, não mudou, infelizmente.

Além disso, Iceborne traz o novo Master Rank (MR), que é basicamente o nível das missões. No World, esse recurso ia até o High Rank (HR). Um não substitui o outro, calma! Ainda é possível aumentar o HR em missões específicas, mas o foco da expansão são as caçadas MR.

Review - Monster Hunter World: Iceborne
Capcom/Reprodução

Iceborne conta ainda com novos monstros para caçar. As criaturas são, afinal, as grandes protagonistas do jogo (falarei um pouco delas mais adiante). Todavia, a expansão é voltada para jogadores que terminaram o World, então as criaturas serão mais difíceis de derrotar.

Felizmente, a Capcom acrescentou uma dificuldade dinâmica ao game. Antes, no World, se o jogador entrasse em missões single player, ele enfrentaria o(s) monstro(s) com uma dificuldade menor e, se encarasse o multiplayer online, a missão seria em uma dificuldade bem maior, afinal, o jogo entendia que você teria mais pessoas para te ajudar. 

Contudo, se um dos integrantes do grupo caísse/saísse da missão, a dificuldade não se adaptava. Em resposta a isso, a Capcom acrescentou a dificuldade dinâmica em Iceborne, que adapta a missão para os jogadores remanescentes do grupo, caso alguém saía ou caía da sessão online.

Para veteranos

Além de todas as novidades de jogabilidade aqui e acolá, há o fator história. Como já comentado, Iceborne continua de onde o World terminou. Então, para jogá-lo, você precisa estar pelo menos no nível 16 e ter terminado a história principal. Contudo, é bastante compensador e coerente ser dessa forma já que a narrativa da expansão continua a saga do jogo base.

Não posso dar spoilers sobre o que acontece, mas preciso dizer que me surpreendi positivamente em vários momentos da história, ainda mais com a forma como tudo se entrelaça com os Elder Dragons. Não há, inclusive, dragão melhor para ilustrar a capa de Iceborne do que Velkhana.

Review - Monster Hunter World: Iceborne
Capcom/Reprodução

O que posso adiantar é que existe uma grande ameaça para além da Fronteira Glacial em Iceborne, o que significa que alguma coisa está mexendo no bioma, alterando a maneira como os monstros dessa região se comportam, o que estão caçando e para onde estão migrando.

Em meio a como tudo se desenrola, os jogadores poderão ainda ver subespécies novas de monstros e, claro, adições ao catálogo de criaturas da franquia, como é o caso de Banbaro, Beotodus, Namielle, dentre outros.

De maneira direta e objetiva, pode-se dizer que Monster Hunter World: Iceborne é voltado para veteranos, seja do World e/ou da franquia. Quem já se aventurou nessa série antes e, principalmente no jogo base, vai se surpreender e se sentir bastante desafiado com esta generosa expansão. Mais do que recomendado!

Nota do crítico